Katsuhiko Migiyama, de 77 anos, chegou ao Brasil no ano de 1952. Ao lado da mãe, padrasto e irmã mais velha, todos fugindo dos horrores da 2ª Guerra Mundial. Desde então ele já era um sobrevivente. Agora, décadas depois, acabou sofrendo outro grande golpe: foi diagnosticado com a Covid-19. Doença que, na idade dele, é considerada de risco. Porém, assim como durante a Guerra, ele mostrou ser um grande sobrevivente e conseguiu se recuperar da doença, juntando-se a outras centenas que já estão sem os sintomas do novo coronavírus aqui no Pará.
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A neta de Katsuhiko, Eiko Migiyama, diz que o avô apresentou sintomas como febre e dores no corpo no dia primeiro de abril e, após exames, também teve pneumonia, aumentando a possibilidade de estar com o novo coranavírus e sendo internado imediatamente. Ele foi parar na UTI, entubado, e teve que contar com o auxílio de um respirador. “Minha avó chorava todos os dias, ficava muito preocupada, achamos que íamos perder. A equipe médica achava isso também por algumas complicações, mas graças a Deus não aconteceu nada”, contou a neta.
Mesmo com o susto, na última quarta-feira (22), o médico que atendeu Katsuhiko comunicou a família que ele estava imune ao vírus e sem qualquer tipo de sintoma e na quinta-feira deixou a UTI de um hospital particular em direção a enfermaria. O caso teve grande repercussão nas redes sociais e diversas pessoas o parabenizaram pela história de superação.
Segundo Eiko, a família agora vive a expectativa de recebê-lo de volta em casa e afirmou que ele ainda pretende realizar outros objetivos pessoais quando o período de isolamento social passar. “Acredito que quando ele voltar para a casa depois dessa pandemia vai começar a buscar alternativas para fazer o que ainda não fez. Ele tem muita vontade de levar os netos ao Japão”, concluiu a jovem.
BOMBA ATÔMICA
Eiko contou ainda que seu avô viu de perto a história. A província de Kumamoto fica próxima de Nagasaki, onde foram lançadas as bombas atômicas e que marcou o fim da guerra. Ali, ele perdeu amigos e familiares, incluindo o próprio pai que foi um combatente.
Com a morte do pai, ele mudou-se para o Brasil, ainda criança, vivendo primeiramente em Manaus e depois seguindo para o Pará, atualmente em Belém, onde ficou definitivamente. Hoje Katsuhiko é comerciante, mas já foi agricultor no passado e, segundo a neta, é uma inspiração para toda a família e dentro da própria comunidade.
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