Com o isolamento social neste período mundial de quarentena, as pessoas passaram a utilizar ainda mais a internet. Através do computador, tablet, smatphone ou smartTV, a navegação está ao alcance das mãos e, com ela, a possibilidade de diversas práticas de consumo.
Além dos inúmeros conteúdos interessantes disponíveis na rede, há vários produtos que também enchem os olhos dos consumidores. Ofertas, delivery grátis, promoções diversas e facilidade de pagamentos são barreiras que os consumidores compulsivos precisam saber lidar.
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A facilidade de ter um produto em casa que
pode ser “usada quando as coisas melhorarem” ou mesmo agora pode ser uma vilã neste período, já que a necessidade de comprar muitas vezes fala mais alto que a necessidade.
Elaine Rodrigues, dona de uma loja de moda e acessórios femininos,
utilizou uma estratégia que está dando certo: levou os produtos para casa e com
delivery grátis.
Precisando manter suas contas em dias, pagar funcionárias, aluguel e mercadorias, a empresária não esmoreceu diante da crise. “Coloquei tudo na mala e trouxe pra casa. Estou aqui vendendo no delivery, com um motoboy e eu e meu irmão de carro”, explicou.
Mas como vender enquanto o dinheiro dos consumidores “está parado”? A empresária colocou em prática mais uma estratégia: promoção.
“Faço promoção todo dia de novidades para circular, além de
entrega grátis. 90% das minhas vendas atuais são de promoção e 10% peças da
loja da coleção nova”, disse.
Com tantas estratégias online, Elaine tem conseguido resultados positivos. Afinal, encontrar ao alcance das mãos peças promocionais, de qualidade e com a garantia de ser entregue em casa tem atraiu muitas pessoas. “ Não posso reclamar não, está tendo bastante entrega, mesmo que isso não se compare com as vendas da loja. Mas está ótimo, já paguei a luz, as funcionárias e agora vou pagar os alugueis das lojas”, finalizou.
CONSCIÊNCIA E ANSIEDADE
Mas como evitar compulsões por compra frente ao isolamento social? É uma situação bem difícil conter os olhos e as mãos diante de tantas oportunidades de compra.
Manoel Alberto Borges, psicólogo clínico, explica que toda a base financeira de um individuo é dada quando ele ainda é adolescente por meio da educação, isso ajuda principalmente para que ele se mantenha equilibrado e com a funcionalidade da mente e corpo perfeita.
A ausência dessa base de educação que a compulsão por
compras pode existir. “A mente trabalha para "defender-se" dos
ataques sofridos pela sensação causada pela frustração, em altos graus, o
indivíduo procura comportamentos que gerem prazer para sobrepor ao desprazer
momentâneo”, disse.
É nesse sentido que o desejo de adquiri algo entra. Porém, essa realização pessoa vem também cercada de pontos negativos. “Em situações de crise, como a que estamos vivendo atualmente, o isolamento social, o indivíduo limita-se a busca de estímulos mais saudáveis de compensação da angústia e desconforto emocional e tendem a desenvolver várias compulsões, na tentativa de equilibrar o humor, só que nem sempre são tão saudáveis e nem na medida adequada. Compras pelas redes sociais, utilizando cartões de crédito, parece que não combinam com esta sensação de privação a que todos estamos sendo "forçados" a cumprir, perdemos nossa racionalidade e agimos no automático”, analisou Manoel Borges.
Mas, depois dessa satisfação, o que pode vir? O psicólogo atenta o consumidor a lidar com a frustração existente no gasto excessivo pós compra. “Quando a compra realizada, o cartão aceito pela loja virtual aprovados, aí o indivíduo cai na real, percebe seu ato lhe causando sentimentos de frustração novamente e isso aumenta a ansiedade, o arrependimento gera sensação de descontrole e investe em mais busca de prazer, que no caso será uma nova compra, estabeleceu-se um círculo vicioso”, explicou.
O psicólogo alerta que é sempre necessário pensar no amanhã. Para fazer uma compra consciente é necessário pensar em todas as possibilidades: preço bom, usabilidade, entre outros.
No caso dos compradores compulsivos é importante fazer sempre um exercício antes de realizar alguma compra. Manoel Borges dá dicas preciosas: “respirar, pra oxigenar o cérebro e ativar o lado racional, pensar se há necessidade do objeto cobiçado, se houver necessidade, pode conversar com alguém próximo que possa funcionar como sua "mente racional" e impedir a compra.
FIQUE ATENTO!
Claro que tudo isso é para compulsão. Se você se enxerga nesse tipo de quadro, procure a ajuda de um profissional, fico longe das possibilidades de compra e mantenha sua mente sã. Já se você tem controle sobre a sua mente e tem um dinheirinho guardado, por que não comprar uma roupa que está em promoção e que realmente será usada posteriormente?
Então não esquece: fique em casa e tenha um consumo consciente!
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