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PAISAGISMO

Governo realiza transplante inédito de samaumeiras na BR-316

De forma inédita na Região Metropolitana de Belém, o Governo do Pará promoveu o transplante de duas samaumeiras que estavam localizadas no canteiro central da BR-316, no KM-3, próximo a uma universidade particular.O trabalho foi dividido em duas etapa

Imagem ilustrativa da notícia Governo realiza
transplante inédito de samaumeiras na BR-316 camera Ricardo Amanajás/Ag. Pará

De forma inédita na Região Metropolitana de Belém, o Governo do Pará promoveu o transplante de duas samaumeiras que estavam localizadas no canteiro central da BR-316, no KM-3, próximo a uma universidade particular.

O trabalho foi dividido em duas etapas priorizando horários de menor fluxo na rodovia e fatores climáticos. Agora, as árvores passam a se desenvolver em uma das pétalas do viaduto do Coqueiro, sentido Belém-Marituba.

O trabalho desenvolvido por meio do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM) contou com uma força-tarefa envolvendo equipes de engenheiros e especialistas na área ambiental, além do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), pois foi necessário a interrupção de algumas faixas de trânsito da rodovia, sentido saída da cidade.

A primeira árvore a ser transplantada foi a menor, na tarde da sexta-feira (31), o que durou cerca de 2 horas. Já a árvore maior, foi retirada logo no início da manhã deste sábado (1º) e levou aproximadamente 6h.

Todas as etapas da ação foram realizadas em cinco dias, períodos do dia e da noite, conforme o cronograma da empresa local responsável pelo trabalho de acordo com a necessidade de interferência no trânsito e impactar o mínimo possível o fluxo naquele trecho da BR-316.

Também foi necessário a poda total das árvores devido a uma passarela localizada a caminho do destino das samaumeiras: viaduto, o que limitou o tamanho da copa do vegetal. A árvore maior possui em torno de 25 anos, atinge altura média de 10 metros (sem folhagem) e pesa cerca de 15 toneladas. Já a menor, tem em torno de 12 anos, atinge altura média de 7 metros (sem folhagem) e pesa cerca de 5 toneladas.

O transplante foi a alternativa encontrada pelo Governo para tentar salvar as samaumeiras que seriam suprimidas dentro do projeto de requalificação da Nova BR-316.

O projeto inclui também o novo paisagismo para a via, onde as árvores serão colocadas. A supressão está licenciada pelos órgãos ambientais e faz parte do novo paisagismo que a rodovia ganhará, além de possibilitar o avanço das obras que deve beneficiar mais de 3 milhões de pessoas. “Ainda que elas continuassem ali, não resistiriam aos impactos da construção. Então, procuramos uma empresa especializada e estamos fazendo o possível para salvá-las”, explica o engenheiro Eduardo Ribeiro, diretor-geral do NGTM.

O operário Eliseu Ramos da Silva, de 81 anos, é morador no bairro Guanabara, em Ananindeua, e afirma que plantou a samaumeira maior há mais de 20 anos. Ele que viu ela crescer, também disse estar esperançoso com a mudança de endereço da árvore. “Eu pensei que ela seria completamente cortada. Mas, achei ótimo quando soube que ela vai ser transferida. Vou ficar sempre perto dela. Para mim, é algo muito especial olhar para uma árvore vendo ela crescendo a cada dia. Fico muito satisfeito”, comentou.

PROJETO

Inicialmente, o projeto da Nova BR previa o corte com supressão vegetal das duas árvores localizadas na altura do km 3 da rodovia, porque elas estão na faixa de domínio das obras. Mas, o atual Governo, sensível à causa ambiental, decidiu pela manutenção das samaumeiras por meio do transplante.

O projeto foi apresentado para representantes de algumas entidades ligadas à preservação do meio ambiente e que atuam na região pelo NGTM e Iderflor-Bio, parceiro na ação no dia 21 de janeiro, no Parque do Utinga. A medida é autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).

Outras três samaumeiras, duas delas localizadas na rodovia próximo ao viaduto do Coqueiro, e uma na área onde está sendo construído o prédio do Centro de Controle Operacional (CCO) – no complexo do Comando Geral da Polícia Militar, na Augusto Montenegro – também serão integralmente preservadas devido a uma readequação no projeto e não precisarão ser retiradas do local. Ainda para compensar o transplante das samaumeiras, o Ideflor-bio fará a doação de 10 mudas da mesma espécie para o plantio no Parque do Utinga, área de conservação estadual. No projeto completo do novo paisagismo da BR, estão programados o plantio de 26 diferentes tipos de árvores e 1.594 mudas, que serão plantadas ao longo do canteiro central e lateral da rodovia.

A samaumeira também é protegida por Lei do Município de Belém nº 7.709/1994, que prevê a permanência da espécie existentes nos logradouros públicos por integrarem o patrimônio histórico e ambiental da cidade. “A gente reconhece o valor que essa espécie tem para o ambiente urbano e rural. Ela se destaca entre as espécies e tida como a árvore rainha da floresta”, afirma Kleber Perotes, diretor de Desenvolvimento da Cadeia Florestal do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do estado do Pará (Ideflor-Bio).

TRABALHO

Amauri Chaves, engenheiro civil e agrônomo da contratada no Pará, o transplante envolveu uma equipe especializada e inúmeros cuidados para o sucesso da operação. “A primeira dificuldade foi quanto à logística, pois estamos às margens de uma rodovia extremamente movimentada. Depois, foi o corte do vegetal, sendo necessário estudar detalhadamente todos os pontos de poda e corte de raiz. Fizemos o sistema de esteio para segurar, com cabos, e garantir a estabilidade delas até o momento do içamento”, disse.

Todos os cuidados foram tomados para que os processos ocorressem dentro do planejado. “Tudo foi feito com muita calma, paciência e segurança tanto para a integridade física de todos os envolvidos quanto dos vegetais”, acrescentou Chaves. Ainda segundo o especialista, o tempo estimado para que as samaumeiras retomem o volume da copa que possuíam é de, no mínimo, um ano.

De acordo com Jorge Sakai, engenheiro agrônomo que atua há 45 anos nessa atividade em São Paulo e que veio dar apoio à empresa local, disse que o transplante de árvores nesse porte é comum em outras regiões do país. E, pela experiência dele na atividade, as chances de sucesso das samaumeiras são grandes. “Essa espécie, normalmente a chance de sobrevivência é muito grande porque é nativa da região. É uma operação muito grande e não existe outro jeito de se fazer”, comentou.

Ainda segundo Sakai, outra característica propícia ao desenvolvimento no novo destino é o inverno amazônico. “Estamos no melhor período de fazer essa operação. Em São Paulo, árvores grandes eu não faço fora do período do inverno porque elas precisam ser regadas após o transplante. E, a gente aproveita a oportunidade para fazer isso nessa época e provocar um estresse muito menor para a árvore”, detalha. “Louvo a iniciativa do Governo em preservar essa árvore que é significativa para a região”, acrescenta.

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