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TRABALHO

Cada vez mais pessoas atuam como motoristas por aplicativos

A oferta de motoristas de transporte por aplicativos à disposição de quem utiliza esse serviço aumentou bastante no país. Mas não apenas nessa modalidade. A população de trabalhadores da categoria de taxistas, motoristas e trocadores de ônibus, também cre

Imagem ilustrativa da notícia Cada vez mais pessoas atuam como motoristas por aplicativos camera Celso Rodrigues/Diário do Pará

A oferta de motoristas de transporte por aplicativos à disposição de quem utiliza esse serviço aumentou bastante no país. Mas não apenas nessa modalidade. A população de trabalhadores da categoria de taxistas, motoristas e trocadores de ônibus, também cresceu. Ao todo, foi um aumento de 29,2% em 2018 e chegou a 3,6 milhões, com 810 mil pessoas a mais em relação a 2017.

Essa já é a maior alta em termos percentuais e absolutos registrada desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada este mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com formação superior em gestão ambiental, Waldney Santos, de 45 anos, foi um dos que ajudou a engrossar os dados da pesquisa. Há cerca de um ano e meio, depois de ficar desempregado por um período, ele resolveu passar a atuar como motorista por aplicativo. “Trabalhei por vários anos na minha área de formação como analista ambiental. Em seguida, saí desse emprego e consegui outro no serviço público como motorista, contratado com salário fixo. Depois disso, não consegui mais nada”, conta.

Sem alternativa, Waldney resolveu investir no trabalho de motorista por aplicativo. “Deveria ser um complemento de renda, mas, com o número crescente de desempregados, acabou se tornando a principal fonte de renda de muitas famílias, inclusive para mim. É dessa ocupação que hoje consigo tirar o dinheiro para pagar água, luz, supermercado e outros”, disse.

Com um trabalho de 10 a 12 horas por dia, com uma folga durante a semana, ele consegue obter uma renda líquida que varia entre R$ 1.500 a R$ 2.000 por mês. “Tenho curso superior, experiência e qualificação e, mesmo assim, não consegui uma colocação no mercado de trabalho na minha área. Acabei me tornando motorista de aplicativa e, por sorte, tenho carro próprio, consigo obter uma renda melhor, mas é preciso trabalhar bastante”, ressalta.

Para ele, a conjuntura atual aponta que o número de pessoas que atuam como motorista por aplicativo deve crescer. “A tendência é aumentar cada vez mais, especialmente com as altas taxas de desemprego mantidas”, opinou.

Motorista de transporte por aplicativo há pouco mais de dois meses após perder o emprego de gerente de farmácia, João Paulo Souza, de 29 anos, que concluiu o ensino médio, diz estar se adaptando a nova profissão. “Fiquei desempregado, fui demitido e para ter uma renda me tornei motorista de aplicativo. Emprego com carteira assinada está muito difícil, por isso resolvi tentar nesse ramo e, graças a Deus, está dando certo”, comemora.

Com uma rotina de cerca de 12 horas de trabalho por dia, ele consegue obter uma renda média líquida em torno de R$ 2.500, por mês. “Mas é preciso disciplina para ir cumprindo as metas estabelecidas”, afirma ele, que trabalha em veículo próprio.

Para ele, o crescimento no número de motoristas por aplicativos no mercado se deve não apenas a queda na oferta de empregos com carteira assinada, mas também por conta da facilidade oferecida pela nova ocupação. “O fator principal é o desemprego. Mas, por outro lado, tem a facilidade de se tornar um motorista de aplicativo, que considero sim como uma profissão”, opina ele, destacando que no ano passado, o pai também passou a ser motorista por aplicativo após perder o emprego.

FATORES

De acordo com dados do Sindicato de Transporte de Motoristas por Aplicativos do Estado do Pará (Sindtapp), criado há um ano e dois meses, o Estado possui pouco mais de 10 mil motoristas por aplicativos, sendo que 400 estão inscritos na entidade. “Tivemos uma mudança na direção da entidade e conseguimos sair de 112 inscritos para mais de 400”, contabiliza o presidente do sindicato, Euclides Magno.

Para ele, vários fatores têm contribuído para o crescimento de pessoas atuando no ramo de motoristas por aplicativos. “Um deles, sem dúvida, é a possibilidade de fazer seu próprio tempo, ser seu próprio patrão. Mas o fator principal com certeza é o desemprego”, afirma.

Ele destaca ainda que, apesar da profissão ter alcançado o seu ápice há dois anos, a tendência para 2020, é a de que o número de profissionais atuando como motorista por aplicativa continue a crescer. “Não é mais uma profissão badalada como há dois anos, mas deve crescer e isso vai depender da situação do país. Se permanecer o desemprego, a tendência com certeza é crescer”, acredita.

O presidente do Sindtapp afirma ainda que a maior parte dos motoristas por aplicativo trabalha em veículos alugados, mas, mesmo assim pretende permanecer na profissão. “Os mais antigos, com certeza não pensam em sair. Já os mais novos na profissão entram com a intenção de serem temporários, mas acabam se adequando ao mercado e ficando também”.

PESQUISA

- Além do crescimento no número de pessoas que trabalham como motorista por aplicativo, cobrador e motorista de ônibus, a pesquisa mostrou ainda que o número de trabalhadores que utilizam veículos para trabalhar, por exemplo, como entregadores em geral, também teve o maior contingente e a maior alta desde 2012.

- São 10,1 milhões em 2018 nessa condição, uma alta de 9,9% em relação a 2017, equivalente a 905 mil pessoas a mais.

- Para a pesquisadora do IBGE, Adriana Beringuy, o aumento registrado no número de pessoas que trabalham nessas categorias pode estar relacionado ao crescimento dos serviços de transportes de passageiros e de entregas por aplicativos de celular, refletindo as mudanças na economia atual.

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