plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 27°
cotação atual R$


home
IV SABORES DO CAETÉ

Cardápio autêntico e comida boa: conheça os restaurantes de sucesso em Bragança

“Reinvenção” foi sem dúvida a palavra que definiu os onze restaurantes que participaram do IV Sabores do Caeté. O evento gastronômico promovido pelo Sebrae Pará cumpriu mais uma vez a promessa de levar ao público as melhores criações de bares e restaurant

Imagem ilustrativa da notícia Cardápio autêntico e comida boa: conheça os restaurantes de sucesso em Bragança camera As histórias por trás dos pratos foram o tempero a mais no IV Sabores do Caeté | Fernanda Palheta

“Reinvenção” foi sem dúvida a palavra que definiu os onze restaurantes que participaram do IV Sabores do Caeté. O evento gastronômico promovido pelo Sebrae Pará cumpriu mais uma vez a promessa de levar ao público as melhores criações de bares e restaurantes da cidade de Bragança, no nordeste paraense. Durante dois dias, o DOL conheceu de perto as mentes brilhantes e donas dos cardápios mais autênticos dessa edição. Foi quando novatos e veteranos conversaram o idioma da boa comida, contaram histórias e, acima de tudo, mostraram como a gastronomia pôde mudar suas vidas.

Cantina Gourmet

Peixe à Bragantina foi criado exclusivamente para a edição 2019 do Sabores do Caeté
📷 Peixe à Bragantina foi criado exclusivamente para a edição 2019 do Sabores do Caeté |Reprodução/Sebrae

Na avenida Floriano Peixoto, centro de Bragança, o Cantina Gourmet não chama atenção apenas pela estrutura antiga de acabamentos refinados e cores atuais. A experiência dos seus gestores atrai o público como um local que sabe como reinventar a cozinha bragantina. Não a toa, participou pelo segundo ano consecutivo do evento, servindo à mesa um dos melhores pratos da região. “Há três anos nós começamos como uma franquia de lanches. Participar do circuito fez com que tivéssemos mais visibilidade e nos ajudou a evoluir, tanto no nosso cardápio quanto nas técnicas de cozinha”, conta o engenheiro civil e proprietário Anastácio Neto, depois de servir aos convidados um Peixe à Bragantina, prato criado exclusivamente para esse ano.

Benquerença

Combinação de sabores do Peixe nas Quatro Estações surpreende pela simplicidade
📷 Combinação de sabores do Peixe nas Quatro Estações surpreende pela simplicidade |Fernanda Palheta

Seguindo pelas ruas movimentadas no final da tarde de uma quinta-feira, afastado dos comércios e próximo a Igreja de São Benedito, nosso roteiro nos leva a um restaurante que transporta qualquer um para a era colonial. As paredes ocas, feitas da técnica rústica e funcional de barro e cipó não deixavam dúvidas de que aquela propriedade de 119 anos de idade carregava o tempo em suas estruturas. “Começamos aqui por acaso há 15 anos, sem cardápio, apenas para trabalhar com outros tipos de comida. O tempo foi passando e a gente precisou se adaptar às necessidades do cliente. Buscamos referências, testamos e colocamos em prática o que dava certo”, conta Paulo Osterne, proprietário do restaurante Benquerença. Sem demoras, ele nos apresenta o Peixe nas Quatro Estações: uma entrada de bolinho de bacalhau, caldo de peixe com caranguejo, molho pesto com tapioca e beiju com creme de arraia. Independentemente do que fosse escolhido primeiro, a combinação de sabores era certeira.

Mazurka

A massa e os recheios leves da panqueca Mazurka contrastam o cardápio de churrascos variados
📷 A massa e os recheios leves da panqueca Mazurka contrastam o cardápio de churrascos variados |Fernanda Palheta

Para balancear, somos apresentados à Panqueca Mazurka, combinação de jambu, camarão e creme de macaxeira. O prato é de autoria de uma churrascaria que lembra um dos ritmos da Marujada. O Mazurka tem apenas cinco anos e é gerenciado por Rose Massias, esposa de Osterne. As duas propriedades compartilham o laço familiar, mas são divididas pelo horário de funcionamento e uma sutil troca de nomes na fachada. “Sentimos a necessidade de ter uma churrascaria com uma qualidade no cardápio e nas carnes. Trabalhamos com mais de vinte tipos aqui”, ressalta Osterne.

Grill Burger

A mistura de sabores liga o Pará com o Rio Grande do Sul em um piscar de mordidas
📷 A mistura de sabores liga o Pará com o Rio Grande do Sul em um piscar de mordidas |Fernanda Palheta

Já era noite quando saímos a pé para experimentar mais um exclusivo do circuito gastronômico. A 160 metros, em frente a Praça do Coreto, abria para a clientela o Grill Burger. O contraste dos cenários era nítido: no antigo casarão da parede descascada de cor azul estavam várias cadeiras e mesas novas de madeira, dispersas em um pátio amplo, separado por uma área coberta. Ao fundo, um aparelho de som. Ao lado, o balcão de atendimento com o nome da propriedade de Beto Persi e Thiago Rosa emoldurado logo atrás. O casal, conta Thiago, abriu a hamburgueria artesanal em um anexo de um posto de gasolina há seis anos. “Nós sempre gostamos muito de comer. A princípio, pensamos em outros tipos de negócios, mas foi com a gastronomia que nos identificamos”, conta, bastante satisfeito com o resultado de sua criação: o Burger Paraúcho. A mistura de sabores liga o Pará com o Rio Grande do Sul em um piscar de mordidas. O hambúrguer de linguiça artesanal, chips de banana da terra e maionese de limão não poderiam ter dado mais certo.

Trópicos

Gó empanada e pirão especial chamam atenção por mistura peculiar
📷 Gó empanada e pirão especial chamam atenção por mistura peculiar |Fernanda Palheta

Seguimos de carro para a última parada daquela noite. Voltamos ao centro de Bragança para visitar o Trópicos, de Alessandro Oliveira, onde ficamos acomodados em uma mesa comprida no centro coberto do restaurante. Não leva muito tempo até que o lugar fique lotado, o que não é de se admirar devido ao reconhecimento obtido na edição anterior do Sabores do Caeté e da gestão cuidadosa do proprietário formado em gastronomia, que apresentou para o circuito desse ano o Peixe Agasalhado, uma gó empanada na farinha fina de Bragança, com um pirão feito de farinha de tapioca, camarão seco, leite de coco, leite de castanha e uma vinagrete de chicória, jambu e pimenta de cheiro. “Quando participamos no ano passado do Sabores do Caeté, vendemos mais de 300 unidades do prato criado para aquela edição. As pessoas conheceram a nossa culinária bragantina e viram como usamos os insumos regionais para entregar iguarias fora do comum”, garante o bragantino.

Casa da Dika

Peixe à Patokada conquista os mais exigentes dos paladares
📷 Peixe à Patokada conquista os mais exigentes dos paladares |Fernanda Palheta

"Quando eu tava no outro restaurante, chegavam os amigos e ligavam 'ei, vem pra cá, vem pra Dika, vem comer aqui na Dika!'. Eles mesmo deram o nome. Ficou tão conhecido que nós batizamos por causa dos meus clientes" - Casa da Dika

Antônia Maria Castro de Oliveira, mais conhecida como “Dika”, é proprietária de dois restaurantes conhecidíssimos no mercado gastronômico de Bragança, o Oba! e o Casa da Dika. É ele que visitamos na manhã de sexta em meio a movimentação agitada dos funcionários que circulavam pelo restô, localizado na travessa Cônego Miguel. Todos se preparavam para dois grandes eventos que aconteceriam mais tarde naquele dia: um do Banco da Amazônia e o outro, a abertura oficial do Sabores do Caeté na Estação Cultural Armando Bordallo. A correria não impediu que Dika nos recebesse com um sorriso no rosto. Acomodados, não demorou muito até sentirmos um cheirinho bom vindo da cozinha. “O prato é uma homenagem a uma escola de samba”, adianta a pedagoga e contadora, cujo apelido ganhou da avó quando criança. O Peixe à Patokada é um filé de pescado estruturado sobre uma redução de tucupi, creme de cebola, camarão e arroz com jambu. Acima de tudo, é também um prato que, nas mãos de alguém com 12 anos de experiência, conquista os mais exigentes dos paladares.

Açaí Gourmet

Bolinhos Caeteuara foram pensados com muito carinho pela proprietária apaixonada por açaí
📷 Bolinhos Caeteuara foram pensados com muito carinho pela proprietária apaixonada por açaí |Fernanda Palheta

Os dois próximos participantes mostram como é possível entregar muito sabor em algo tão pequeno. Saindo das ruas estreitas do centro da cidade, estacionamos em um anexo de um posto de gasolina para conhecer o Açaí Gourmet. Ao longe, o barulho dos carros e das descargas das motocicletas deixavam bem claro que estávamos em um trevo de uma BR. Um dos proprietários, João Nelson, nos recebe primeiro. Sem gesticular tanto, ele avisa que a esposa está a caminho, o que nos dá tempo para olhar ao redor: frases sobre açaí nas paredes, cores que lembram o fruto, pinturas regionais e garrafas de bebidas artesanais decoram o ambiente refrigerado. “Esses são os Bolinhos Caeteuara. Eles já fazem parte do nosso cardápio e entram como degustação assim que o cliente chega”, explica Tânia Melo, a cabeça por trás de toda a criação. O Açaí Gourmet completou um ano recentemente graças ao trabalho em equipe do casal. À nossa frente, em uma louça escura e arredondada, somos devidamente apresentados: um bolinho de macaxeira com pirarucu e um outro de chouriço bragantino com uma massa de arroz cozido. “Eu fiz visitações e busquei referências, mas estou nervosa porque temos no meio [do Circuito] restaurantes de nome. Então eu penso 'será que um bolinho é suficiente?', mas eu lembro que ele é um prato da casa e que foi feito com muito carinho”, confessa a bragantina, que nos instrui a mergulhá-los na geleia de açaí com pimenta.

Salgateua

Raízes Bragantinas faz referências às origens bragantinas, portuguesas, indígenas, espanholas e afrodescendentes
📷 Raízes Bragantinas faz referências às origens bragantinas, portuguesas, indígenas, espanholas e afrodescendentes |Sebrae Pará

Entramos no carro para uma viagem curta, de quatro minutos, e paramos no Salgateua para experimentar o prato Raízes Bragantinas. Assim como o Benquerença, esse é um empreendimento de família, gerenciado pela família Morales há dez anos. O Salgateua participa pela terceira vez da edição, após insistência dos próprios clientes. “Noventa por cento desse prato foi pensado pelo meu pai. Ele não tem formação gastronômica, mas trabalhou com comida desde muito jovem. A proposta é fazer referências às origens bragantinas, portuguesas, indígenas, espanholas e afrodescendentes. Cada item remete a um desses povos”, explica Carolina após servir a iguaria: duas quiches de proporções generosas (sendo uma vegetariana) e três bolinhos macios, recheados do peixe corvina.

Varanda do Caeté

Carne desfiada e misturada com arroz, tucupi e jambu
📷 Carne desfiada e misturada com arroz, tucupi e jambu |Fernanda Palheta

Quando foi lotado em Bragança para assumir o posto como delegado em 1981, Carlos Rendeiro não esperava que fosse terminar como empreendedor e dono do, talvez, mais antigo restaurante em funcionamento que participa do evento: o Varanda do Caeté. Do janelão na sala espaçosa, vemos a orla da cidade, os barcos atracados e os feirantes passando. O lugar estava quieto e a mesa, servida. Ele nos introduz ao Rabada Bragantina, uma rabada defumada dentro do próprio hotel, desfiada e misturada com arroz, tucupi e jambu. Natural de Soure, no Marajó, Carlos conta que assumiu o empreendimento de 37 anos após a morte do antigo dono. Com a consultoria do Sebrae, pensou no cardápio para a edição desse ano em que participou pela primeira vez.

Kiall Pousada e Restaurante

Escondidinho do Kiall é uma criação engenhosa da Adriana de Cássia
📷 Escondidinho do Kiall é uma criação engenhosa da Adriana de Cássia |Fernanda Palheta

Encerramos o roteiro em um dos lugares mais paradisíacos da região. Após uma viagem de 47 minutos, depois de passar pelas curvas sinuosas da rodovia PA-458, chegamos na Vila dos Pescadores para experimentar o escondidinho do Kiall. A entrada compõe o cardápio do restaurante, cuja equipe de funcionários é composta por toda a comunidade da vila. O prato, inclusive, foi pensado e executado por Adriana de Cássia, uma dona de casa e cozinheira de mãos cheias que se tornou chef pela qualidade e engenhosidade dos pratos elaborados em seis meses de trabalho - mesmo tempo de vida do empreendimento. O talento foi reconhecido pela proprietária do Kiall, Maryllin Oliveira. Natural de Capitão Poço, a turismóloga de apenas 25 anos conheceu a vila quando realizava outro trabalho. Visionária, ela enxergou o grande potencial turístico da região e incentivou a própria comunidade a crescer de dentro para fora. “A economia começou de dentro da comunidade e isso foi atraindo mais pessoas, mais turistas. Estamos há seis meses aqui. Além dos serviços de restaurante e hospedagem, oferecemos trilhas ecológicas, trilhas de experiência e passeios de barco. Tudo realizado pela comunidade”, conta Mel.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Notícias Pará

Leia mais notícias de Notícias Pará. Clique aqui!

Últimas Notícias