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SUSTENTABILIDADE

Torneio usa robôs feitos com materiais recicláveis

Um torneio de futebol entre robôs, construídos por estudantes a partir de materiais recicláveis. É o que promete o II TechCamp Pará, marcado para o próximo dia 13, na Escola Estadual de Ensino Médio Albanizia de Oliveira Lima, no bairro do Souza, em Belém

Um torneio de futebol entre robôs, construídos por estudantes a partir de materiais recicláveis. É o que promete o II TechCamp Pará, marcado para o próximo dia 13, na Escola Estadual de Ensino Médio Albanizia de Oliveira Lima, no bairro do Souza, em Belém. A disputa vai envolver 32 equipes de várias escolas da capital e do interior do Estado, num total de 200 alunos e 50 professores, que vão estar concorrendo a prêmios.

O evento é resultado do projeto II TechCamp Pará: futebol de robôs, que durante os meses de agosto, setembro, outubro e novembro de 2019 realizou diversas atividades em escolas da capital e do interior. O projeto, que existe em todo o país, é supervisionado no Pará pelo Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE), ligado à Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Para desenvolver o projeto, os professores passam por uma formação na Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a embaixada dos Estados Unidos. “É uma formação ligada ao movimento Steam (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática), que busca disseminar essas práticas na rede pública de ensino”, explica o professor e coordenador do NTE, Rafael Herdy.

A partir dessa formação, os professores passam a assessorar as escolas envolvidas. “Eles passam a atuar como multiplicadores em suas escolas, garantindo atividades diversas com os alunos, por meio das quais foram desenvolvidas metodologias com intuito de proporcionar um aprendizado significativo, envolvendo aprendizado de conceitos ligados ao movimento Steam”, destaca o professor Fábio Castro que também integra o projeto.

Ele destaca que a ideia é que os conceitos aprendidos por meio do projeto possam ser linkados ao conteúdo do currículo da educação básica. Além disso, ele busca trabalhar valores sociais fundamentais como respeito, ajuda mútua, compartilhamento, descoberta, inclusão, além da diversão, do aprender brincando.

“Por isso, procuramos envolver também alunos da educação especial, os quais participarão do torneio. Como exemplo, teremos uma equipe composta só com alunos surdos”, ressalta Fábio.

O coordenador do NTE destaca que, além de inclusivo, o projeto procura ser sustentável. Na construção dos robôs, alguns deles controlados por smartphone, são utilizados materiais reaproveitados, que normalmente costumam ir para o lixo, como garrafas pet, ligas de borracha, canudinhos, tampas de garrafas descartáveis, papelão, miriti e balão. “Também utilizamos o chamado lixo eletrônico, geralmente retirados de computadores que não são mais usados”, acrescenta Rafael.

EQUIPES

No II TechCamp Pará esses robôs construídos através do projeto participarão da disputa, através de equipes. Um dos participantes será o estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Dilma de Sousa Catette, Leonardo Santos, 17. Desde o início do ano, ele integra o projeto. “É muito bom poder aprender coisas novas, conhecer comandos e utilizar para isso materiais que iriam para o lixo”, conta. Ele afirma ainda que o projeto o ajudou na compreensão de algumas disciplinas. “Especialmente matemática porque utilizamos muito cálculos para criar os robôs”.

Aos 13 anos, o estudante Anderson Lucas Oliveira cursa o 7º ano do ensino fundamental na Escola Estadual Mário Barbosa, localizada no bairro da Terra Firme e, desde o início do ano, integra a equipe da escola no projeto. Durante esses meses, ele diz que aprendeu bastante. “Gosto muito de eletrônica e nesse projeto tenho aprendido ainda mais sobre isso e sobre programação”.

Engenheiro faz relógios com o que é descartado no lixo

RECICLAGEM

Dados do Panorama dos Resíduos Sólidos 2018/2019, produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), mostram que, no ano passado, o país produziu 79 milhões de toneladas de resíduos. Desse total, 92% foram coletados. O estudo mostra ainda que o Pará está entre os estados com piores índices de coleta de lixo, onde pouco mais 76% do resíduo produzido é coletado de forma correta.

O restante é descartado de forma irregular e vai parar na beira dos canais, nas calçadas, nas vias públicas, entre outros. Essa é a realidade vista em Belém, onde as políticas públicas destinadas a coleta seletiva são poucas. Por enquanto, apenas medidas isoladas de cooperativas de reciclagem e iniciativas particulares têm feito a diferença.

Uma delas é a do engenheiro elétrico Elias Silva, que há cerca de quatro anos decidiu dar uma destinação a uma parte do lixo que todos os dias encontrava perto de sua casa, no bairro de Fátima, em Belém. A solução foi aliar seus conhecimentos em eletrônica ao desejo de ter uma cidade mais limpa. Foi aí que surgiu a ideia de construir relógios de parede com alguns dos resíduos garimpados no lixo.

“A minha questão nunca foi financeira, tanto que não vendo os relógios que produzo. Alguns dou de presente e outros ficam comigo. O meu intuito sempre foi chamar atenção para essa questão do lixo em Belém”, ressalta o engenheiro.

PEÇAS

Entre as peças coletadas por Elias no lixo que auxiliam na construção dos relógios estão tubos de PVC, fundo de gavetas de armários, corrente de bicicletas, discos de freios de motocicletas, catracas, laminados de madeira, pau de picolé, restos de alumínio, além de um aro de tarol (instrumento musical) e um medidor de energia elétrica encontrado em uma casa abandonada.

“Normalmente, não preciso ir muito longe para conseguir esses itens. Perto de casa já encontro tudo isso, quase todos os dias. Como não tenho espaço em casa, quando encontro esses materiais vou guardando no porta-malas do meu carro até dar uma destinação a eles”, diz.

Os únicos itens comprados para a construção dos relógios são as pequenas caixas que ficam atrás da peça para que eles possam funcionar. “Estou comprando agora em São Paulo por conta do custo menor. Além disso, quando é o caso, peço para imprimir algumas artes para usar nos relógios, dependendo do projeto, como foram os da Marvel, que estão na moda ultimamente”, conta.

O projeto do relógio pode surgir tanto a partir das peças encontradas, quanto de ideias obtidas a partir de pesquisas. “Procuro muita coisa na internet. Não copio, apenas vejo o que está sendo produzido mundo a fora para fazer diferente”.

Nas paredes da casa estão os cerca de 35 relógios construídos por Elias e constam de sua coleção. Ele mostra que a inspiração pode vir de vários lugares. “Essa aqui por exemplo, foi inspirado no filme De volta para o futuro (de Steven Spielberg)”, diz ele, apontando na parede da sala de jantar, um relógio formado por vários aros, obtidos por meio de garimpagem em lixo.

O engenheiro ressalta saber que apenas seu trabalho não é o suficiente para resolver a questão do descarte e coleta irregular de lixo na capital paraense, mas que procura fazer a sua parte. “Essa foi a forma encontrada para mostrar esse problema, que é algo muito sério, para os quais são fundamentais projetos voltados para a área da coleta seletiva e da educação ambiental. Sem isso não temos comoprogredir”, diz.

Para ele, a questão principalmente do descarte irregular do lixo deve ser pensada por todos. “Temos que pensar e fazer a nossa parte, não jogando lixo nas ruas”, afirma.

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