Cartas do Papai Noel dos Correios podem ser apadrinhada até o dia 13

Desde pedidos de brinquedos como bonecas, carrinhos e patins a presentes que revelam algumas necessidades das famílias, a exemplo das crianças que pedem kits escolares e até um colchão. A campanha de Natal “Papai Noel dos Correios”, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), completou 30 anos em 2019 e, no Pará, foram recebidas 15 mil cartas. Mais de 50% já foram adotadas por voluntários que se dispõem a ser padrinhos ou madrinhas da campanha, que iniciou em 7 de novembro e encerra no próximo dia 13.

Cada carta guarda uma história diferente. Um estudante de 11 anos, por exemplo, teve o sonho de ir ao cinema realizado antes do que ele imaginava. A carta chamou a atenção da coordenação da campanha. Após ter conhecimento da história, uma rede de cinema de um shopping center da capital levou a família do menino, que reside em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém, para assistir a um filme infantil. Na carta ele disse: “Papai Noel, eu sempre quis saber como é estar no cinema. Quero um ingresso para mim. Por favor realize esse sonho, é muito importante para mim”.

Outra criança pediu para conhecer o Museu Paraense Emílio Goeldi. A coordenação da campanha entrou em contato com a direção do Museu, que adotou a carta e vai viabilizar a logística para que a família, composta por cinco pessoas, visite o parque, segundo informações dos Correios.

Madrinha pela primeira vez, a dona de casa Eunice Castro, 57, resolveu ir até a agência central dos Correios para conferir as cartas. Ela adotou a de Beatriz, que pediu uma boneca. Na carta ela escreveu: “gosto de andar de bicicleta e de brincar de boneca. Amo minha família e quando ficar grande vou ajudar minha mãe”. Eunice não pensou duas vezes e decidiu realizar o desejo da menina. “É uma forma de realizar o sonho de uma criança. Tinha muita vontade de doar. Cada um pode fazer sua parte”, disse ela

Há 4 anos, a pedagoga Maria Cristina da Silva Santos, 48, começou a participar da campanha. Este ano ela adotou oito cartas e, na tarde de terça-feira (03), foi até a sede dos Correios para entregar todos os presentes. “É maravilhoso poder fazer isso e saber que com tão pouco fazemos elas felizes. Sempre me emociono com as cartas. Percebi que quando divulguei a doação motivei outras pessoas a fazer. Hoje trouxe minha amiga comigo”, contou.

Amiga de Maria, a orientadora social Ana Barros, 55, já atua em projetos sociais nesse sentido e este ano decidiu dar a sua contribuição também com a campanha dos Correios. “Não resisti e adotei 10 cartas. Tem uma criança com problema nas pernas, que fez cirurgia. Me emocionei muito porque ela pediu um kit de produtos para o rosto da mãe. Dei a ela um kit escolar e os produtos para a mãe. Uma criança que passou por dificuldades e não pediu nada para ela, só para a mãe que cuida dela”, ponderou.

A dona de casa Maria Leda Braga Maciel, 63 anos, adotou duas cartas. “Estou levando de um menino de 1 ano e sete meses, que pede um boneco e de uma menina de oito anos, que pediu uma barbie. É uma iniciativa maravilhosa. Se todo mundo fizesse um pouco, faria uma criança feliz”, destacou.

Campanha é realizada há 30 anos pelos Correios

Coordenadora da campanha, Ana Leite explicou que a ação foi institucionalizada há 30 anos, mas ela começou internamente antes e de forma curiosa. Nesta época do ano, os Correios começaram a receber cartas de crianças que escreviam para o “Papai Noel”, endereçadas ao “polo Norte”.

“Os empregados começaram a adotar as cartas, só que teve um momento que tomou uma proporção tão grande que tivemos a ideia de abrir para o público externo”, disse Ana. “Tem muitas histórias interessantes e difíceis. Criança que pede rim, dentadura, sapato de salto para a mãe, advogado para o pai preso, cadeiras de rodas e até colchão porque dormia no chão”, ressaltou.

Para Ana, hoje a campanha está na melhor fase, por firmar convênio com escolas públicas, visando atender crianças em situação de vulnerabilidade, além de incluir instituições, abrigos e creches. O público-alvo são crianças que cursem até a 5ª série do ensino fundamental. Os Correios possuem o Sistema Noel, onde as cartas e as instituições conveniadas são cadastradas, para que se mantenha um controle de cada carta que entra, das que são adotadas e de presentes recebidos.

ENTREGAS

“Do ano passado pra cá começamos a trabalhar com entidades que atendem crianças, por exemplo, com síndrome de down e autismo”, pontuou a coordenadora. As entregas serão feitas nas escolas e instituições conveniadas na semana que antecede o Natal.

No próximo dia 16 os colaboradores terão a missão de organizar os presentes, deixando tudo pronto para as entregas. Além disso, os Correios também promovem as entregas festivas, onde são escolhidas escolas em que a coordenação leva o “Papai Noel dos Correios” para participar desse momento.

SERVIÇO

- Para se tornar padrinho/madrinha da Campanha Papai Noel dos Correios, basta que o interessado se dirija à sede dos Correios, em Belém, na avenida Presidente Vargas, nº 498, bairro da Campina.

- Após escolher a carta, o padrinho/madrinha deve fazer um cadastro informando seu nome completo, CPF e número de telefone. Depois deve retornar levando o presente devidamente embalado até o dia 13.

- O atendimento na agência central dos correios é de 9h às 17h.

- Há agências participando da campanha nos municípios de Marabá, Itaituba, Santarém, Castanhal, Santa Izabel, Altamira, Capanema, Cametá, Paragominas e Parauapebas.