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Não faltará carne no Pará, garante associação

A abertura do mercado chinês de carne vermelha para o Brasil, somado com a alta do dólar, fez com que o preço do produto aumentasse para consumidores de todo o País. No Pará não foi diferente, o quilo da picanha, por exemplo, está sendo comercializado por

Imagem ilustrativa da notícia Não faltará carne no Pará, garante associação camera As prateleiras de carne bovina estão normais na maioria dos supermercados da Grande Belém | Ricardo Amanajás/Diário do Pará

A abertura do mercado chinês de carne vermelha para o Brasil, somado com a alta do dólar, fez com que o preço do produto aumentasse para consumidores de todo o País. No Pará não foi diferente, o quilo da picanha, por exemplo, está sendo comercializado por mais de R$ 54, e os supermercados estão usando diversas formas de marketing para atrair o consumidor.

Enquanto os supermercados Nazaré, Formosa e Portugal anunciaram, nesta quinta-feira (28), que estão mantendo o preço e o abastecimento em suas lojas, o Líder orientou o cliente a consumir outro tipo de alimento, que não seja a carne bovina. O estabelecimento informou, ainda, que “os preços dispararam e o produto está em falta”. A informação foi colocada em um banner na porta do supermercado.

“Estamos passando por um momento complicado com relação ao abastecimento de carne bovina. Os preços dispararam e o produto está em falta. Os frigoríficos alegam que a exportação do boi em pé e da carne ‘in natura’ para outros países faz o preço subir diariamente. O Líder já utilizou todo o gado em condições de abate de suas fazendas. Os preços estão altos, mas o problema não é só conosco, nem há esperança de voltar à normalidade a curto prazo, só restando a todos substituir a carne bovina por outro tipo de alimento”.

Ao DIÁRIO, o presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, garantiu que “não houve e nem haverá desabastecimento. Nenhum supermercado deixou de receber a carne bovina. A população não deve se preocupar”, destacou. Portugal não acredita que o preço da carne vá diminuir este ano. No entanto, disse que a Aspas está em contato com órgãos estaduais e com a indústria para discutir essa questão.

Ele amenizou sobre os cartazes espalhados pelo Grupo Líder para comunicar a alta no preço da carne bovina e a falta no mercado. “Foi um caso isolado. Todos os supermercados estão abastecidos”, ressaltou.

Não faltará carne no Pará, garante associação
📷 |Diário do Pará
Na última quarta-feira, o Grupo Líder anunciou o suposto desabastecimento de carne em suas lojas. No dia seguinte, em seus perfis nas redes sociais, alguns supermercados tranquilizaram os clientes com posts sobre a disponibilidade do produto.
📷 Na última quarta-feira, o Grupo Líder anunciou o suposto desabastecimento de carne em suas lojas. No dia seguinte, em seus perfis nas redes sociais, alguns supermercados tranquilizaram os clientes com posts sobre a disponibilidade do produto. |Diário do Pará

Governo do Estado também garante abastecimento

Em reunião solicitada pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), integrantes das entidades representativas dos setores pecuário e supermercadista garantiram ontem que não há risco de desabastecimento de carne bovina no Pará, no varejo e no atacado.

Após a reunião, o titular da Sedap, Hugo Suenaga, afirmou que a população paraense pode ficar tranquila quanto ao fornecimento de carne no Estado. “O governo, preocupado em observar o que está acontecendo no mercado paraense, convocou as entidades vinculadas à cadeia agropecuária para que a gente possa entender como o mercado está trabalhando hoje”, informou o secretário.

Hugo Suenaga ressaltou que, durante a reunião, teve acesso aos números apresentados pelo setor agropecuário comprovando que o Pará mantém o abastecimento normal. “Pelo que foi conversado aqui, a exportação da carne não influencia tanto no valor da carne. Um percentual de menos de 8% na exportação, que não condiz com o aumento no preço da carne”, ressaltou.

CAUSAS

O presidente do Sindicarne, Daniel Freire, explicou que são vários os fatores que contribuíram para o aumento do gado in natura, entre eles a sazonalidade do produto, a entressafra e baixa na produção de fêmeas. Sobre a exportação para países como a China, por exemplo, apontada como a principal causa da instabilidade na oferta do produto, Daniel Freire garantiu que esse fator não influencia na oferta do produto. “A exportação da carne, em especial para a China, consome uma porção pequena do abastecimento da carne no Estado. Não representa nem 8% do que é produzido no mercado”, reiterou. Ele disse ainda acreditar que, no início de 2020, a oferta será normalizada após a entressafra.

Sobre o aumento no preço do produto, o presidente da Aspas, Jorge Portugal, disse que, em função do comportamento do mercado, houve necessidade de repassar o reajuste ao consumidor final.

Consumidores reclamam dos reajustes e trocam cardápio

O aumento do preço da carne bovina tem causado muita reclamação entre os revendedores e, principalmente, os consumidores que estão sentindo a alta no bolso. A maior parte dos estabelecimentos de Belém, tanto em feiras quanto açougues de rua, não registra desabastecimento. Um ou outro tipo pode não ser encontrado, mas as vitrines estão abastecidas com o produto. O problema mesmo está no preço.

Diretor de uma rede de supermercados, Mauro Corrêa afirma que alguns frigoríficos estão com dificuldade de encontrar o boi em pé. “Mas esse não é o nosso caso, pelo menos por enquanto. Estamos com a nossa oferta de produto normalizada, assim como o estoque”, garante. A questão, segundo ele, é a alta nos preços. “Os produtores estão preferindo a exportação ao mercado interno. Com isso, o preço acaba subindo. A estratégia que estamos fazendo é repassar o menor percentual possível ao consumidor. Estamos fazendo isso de forma gradual”, afirma.

Açougueiro no Mercado de Carne do Ver-o-Peso há mais de 30 anos, Domingos Almada está menos otimista com relação a situação da oferta e do aumento de preço da carne. “O movimento aqui no mercado caiu muito neste mês porque o preço disparou. Praticamente todos os dias temos aumento”, reclama.

Até o início do mês, ele conta que vendia o preço do quilo da alcatra por R$ 23 e agora custa R$ 30. O quilo da picanha passou de R$ 28 para R$ 35; o contrafilé de R$ 23 para R$ 29; e a paulista de R$ 20 para R$ 29.

Os aumentos também têm deixado o açougueiro Domingos Luz desmotivado. “A cada dia nos deparamos com aumentos de R$ 1 a R$ 1,50 no quilo da carne. Isso está fazendo com que as pessoas deixem de comprar o produto”, diz.

O aumento, quase que diário, tem deixado o consumidor assustado. “O que está acontecendo é inacreditável, o quilo de carne que antes custava R$ 19 agora está R$ 32 no supermercado. Estou comprando o mínimo possível. Minha opção tem sido peixe. Estão dizendo que o consumo do ovo aumentou no país e eu não duvido disso, do jeito que está, só assim mesmo”, comentou a diarista Márcia Cadete.

ALTERNATIVAS

O comerciante Raimundo Martins disse que o aumento obrigou ele a mudar a lista de compras da família. “Tenho preferido comprar o peixe e o frango, que também já aumentou. Estamos vivendo uma situação muito difícil”.

Em outro ponto de venda de carne da cidade, o Mercado de São Brás, a situação dos vendedores e dos consumidores também não é das melhores. “Está muito ruim para nós. Estamos comprando o produto com preços que aumentam todos os dias”, reclama o açougueiro Ronaldo Melém.

O auxiliar de cozinha Magno Gomes disse que ainda tem comprado carne, mas em menor quantidade. “Antes o consumo era bem maior, mas com esse preço, estou preferindo comprar peixe e frango”, revela.

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