Conselho do Ministério Público decide manter inquérito do caso Izabela Jatene

O Conselho Superior do Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) decidiu pelo não arquivamento do inquérito civil nº 000253-151/2014, que apura o envolvimento de Izabela Jatene, filha do ex-governador do Estado do Pará, Simão Jatene (PSDB), e do ex-secretário de Estado da Fazenda, Nilo Noronha, em um esquema de tráfico de influências, conhecido como “caso dinheirinho”, descoberto em 2014.

Eles serão intimados a prestar depoimento sobre os fatos e poderão ter o sigilo bancário quebrado, caso se neguem a apresentar à promotoria suas movimentações bancárias e declarações de imposto de renda referentes ao período de 2011-2014.

O Ministério Público pediu ainda que “seja remetida cópia dos áudios interceptados acostados à fl. 675, Volume II dos autos, ao IPC Renato Chaves de modo que seja realizada a degravação ipsis literis do diálogo entre os investigados”. Izabela comandava o ProPaz, rebatizado este ano como ParaPaz, quando foi flagrada, em 2011, poucos meses após Jatene iniciar seu segundo mandato à frente do Executivo estadual, em uma conversa telefônica com Noronha. Em um tom de informalidade, ela pede a ele que repasse a lista das 300 maiores empresas do Estado para “começar a buscar esse dinheirinho deles”. A gravação só apareceu em 2014 por conta de uma operação realizada pela Polícia Federal.

DENÚNCIA

Em 2016, a filha de Jatene foi elevada a secretária extraordinária de Integração de Políticas Sociais. Já em 2017, o pai a reposicionou na Secretaria Extraordinária de Estado de Municípios Sustentáveis. De lá para cá, Izabela tentou anular a denúncia e o processo, lhe sobrando apenas a tentativa de homologação do arquivamento, agora também negado.

Em nota, o deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol-PA) parabenizou a decisão do MP-PA, e lembrou que o processo foi instaurado a partir de requerimento de autoria dele, ainda deputado estadual, com o objetivo de apurar o áudio telefônico. “A denúncia, que foi noticiada pela imprensa, na época, é extremamente grave e necessita que seja investigada a fundo, de forma rigorosa e imparcial”, declarou.