Justiça determina que rodoviários da empresa Belém Rio voltem ao trabalho

Uma liminar, concedida pela desembargadora Francisca Formigosa, em ação movida pela empresa Belém Rio, determina que o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará suspenda, imediatamente, a paralisação e os trabalhadores retornarem a seus postos de trabalho.

Em caso de desobediência ou descumprimento à ordem judicial, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Pará, entidade que representa a categoria profissional no Município de Belém, poderá pagar uma multa diária no valor de R$5.000,00 (cinco mil reais), a ser revertida em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal, a ser suportada pelos responsáveis pelo não cumprimento.

Na liminar, a desembargadora citou a Constituição Federal, em seu artigo 9º, que dispõe sobre o direito de greve, destacando que “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”, porém entendeu que a paralisação foi iniciada sem qualquer aviso prévio, citando também que o serviço de transporte público é essencial à população da região metropolitana.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes. Rodoviários tem cinco dias para contestar a ação.

BRAÇOS CRUZADOS

Os trabalhadores paralisaram desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (12). O protesto seria por melhores condições salariais, trabalhistas e contra demissões em massa que poderão ocorrer por causa da integração do BRT.

Os passageiros que optam pelo sistema BRT efetuam pagamento da passagem no interior das estações. Ou seja, quem entra nos ônibus já está com a passagem paga, não havendo a necessidade do cobrador.

POPULAÇÃO AFETADA

Durante a noite, paradas de ônibus de Icoaraci e Outeiro, distritos de Belém, estavam vazias. Quem precisou se locomover teve que contar com vans.

Para quem precisou dos ônibus hoje, foi preciso muita paciência. Somente veículos que faziam linha para Marituba e Cidade Nova circularam. Para quem precisou usar as linhas Icoaraci-Almirante Barroso, a única opção foi o transporte alternativo.

“Não sei o que fazer, fiquei sabendo da greve agora. Acho que vou pegar uma van até o Castanheira, e de lá eu vejo o que eu faço”, disse Welington Morais, que trabalha em Icoaraci, mas mora no bairro do Marco.