Uma guarnição da Polícia Militar está sendo acusado de racismo por três jovens atletas que estavam como passageiros de um ônibus que fazia a linha Tomé-Açu/Belém nesta segunda-feira (28). À reportagem do DOL, uma das vítimas, que por precaução prefere manter a identidade em sigilo, contou como tudo aconteceu.
“Nós estávamos voltando de um campeonato em Concórdia do Pará. No ônibus éramos quatro amigos, três negros e tatuados e um branco e sem tatuagens. Estávamos com os fones de ouvido e descansando, quando vimos dois policiais subirem no ônibus. Eles passaram por nós e voltaram depois fazendo a abordagem”, conta.
De acordo com a versão da vítima, os agentes disseram que tinham recebido uma denúncia e que ia revistar os três. Neste momento os atletas perceberam que algo estava errado. “Perguntei pra eles porque não iam revistar meu outro amigo, e ele disse que quem fez a denúncia disse que nós três estávamos colocando medo nos passageiros e que precisávamos descer do ônibus para sermos revistados”, diz.
Diante do constrangimento, um dos atletas se revoltou com a abordagem, e disse que os policiais tinham que revistar todos os passageiros, uma vez que não encontraram nada com eles. “Nesse momento um dos PMs disse pra gente calar a boca e descer”. Segundo a vítima, quando saíram do veículo a abordagem se tornou ainda mais truculenta.
“Eu e meu irmão dissemos que íamos procurar nossos direitos, e nesse momento ele deu uma gravata no meu irmão, quis levar ele pro camburão como bandido, dizendo que ia mostrar os direitos dele na delegacia”, revela. Veja:
Os quatro amigos foram para delegacia, onde foram ouvidos e logo em seguida retornaram a Belém. Para os jovens, que estão convictos de que foram vítimas de racismo, amanhã será o primeiro dia na busca por Justiça.
“Nossos advogados já estão cuidando de tudo. Esperamos ir amanhã à corregedoria. Vou ser sincero, eu ainda estou chocado com o que houve. Eu sei que as pessoas tem preconceito, eu já fui parado algumas vezes, mas dessa maneira não. Nós queremos Justiça e que isso não ocorra com mais ninguém simplesmente por questão de aparência”, finaliza.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar e aguarda posicionamento.
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