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Belém - lazer, boa comida e turismo na beira do rio

Contemplar as belezas naturais que cercam Belém é uma demanda antiga para quem vive ou visita a capital paraense. As belas paisagens, formadas por águas e 39 ilhas, trazem um pouco do acolhimento do cenário inserido na maior floresta tropical do mundo, a

Imagem ilustrativa da notícia Belém - lazer, boa comida e turismo na beira do rio camera Especial sobre turismo te leva a conhecer mais sobre os encantos dos rios de Belém | Foto: Ricardo Amanajás

Contemplar as belezas naturais que cercam Belém é uma demanda antiga para quem vive ou visita a capital paraense. As belas paisagens, formadas por águas e 39 ilhas, trazem um pouco do acolhimento do cenário inserido na maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. Com isso, novas opções de lazer e turismo se apresentam na cidade através do uso cada vez mais comum de bares, restaurantes e agora as marinas, espaços que atrelam boa comida, boa bebida, música, festas e shows, funcionando como as tão aguardadas janelas para o rio.

Em razão das muitas construções à beira da orla da cidade, poucos são os espaços que garantem a visibilidade das águas
📷 Em razão das muitas construções à beira da orla da cidade, poucos são os espaços que garantem a visibilidade das águas ||Foto: Ricardo Amanajás


Seja na frente da cidade ou nas ilhas do outro lado da Baía do Guajará, o movimento de chegada e saída de quem curte a natureza é intenso; o que fomenta cada vez mais emprego e renda às comunidades ribeirinhas.

MARINAS – MAIS TURISMO EM BELÉM

Às margens da cidade, as marinas - espaços que em dias comuns servem para o estacionamento de lanchas, barcos e motos aquáticas – são agora apreciadas para a realização de shows, festas dançantes e de aparelhagens, assim como batalhas de sons automotivos.

Além de encher os olhos de quem gosta de curtir a exuberância da natureza, as marinas garantem uma forma bem menos impactante da sonoridade, uma vez que o barulho se dissipa em direção às águas.

Entrada do palco do Marine Sunset onde cantaram artistas nacionais e regionais
📷 Entrada do palco do Marine Sunset onde cantaram artistas nacionais e regionais ||Foto: Ricardo Amanajás

A tarde de domingo, 13 de outubro de 2019, após o Círio de Nazaré, em que muita gente esteve na cidade, foi também de diversão para quem preferiu conhecer as várias festas programadas em Belém. Uma delas foi o Marine Sunset, evento com música eletrônica e shows de pagode ocorrido no Espaço Náutico Marine Club, uma das maiores marinas de Belém, localizada no bairro do Guamá.

Dentre as atrações, artistas nacionais e regionais, a exemplo dos cantores Thiaguinho, Dilsinho e dos grupos Sorriso Maroto, Nosso Tom e I Love Pagode onde uma superestrutura, digna de um megaevento internacional, foi montada e que movimentou cerca de 2 mil pessoas, que trabalharam direta ou indiretamente, segundo a organização.

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Dentre os frequentadores do evento estiveram os estudantes Victor Ferreira e Kimberly Smilde, que aproveitaram para conhecer a marina e na primeira vez que estiveram em contato com o ambiente se mostraram surpresos com tudo que o espaço proporciona. Já Williams Silva foi um dos trabalhadores no Marine Sunset. Garçom há 38 anos, ele comemora mais uma forma de satisfação com a profissão escolhida.

ASSISTA!

Muita gente aproveitou para registrar o momento.

Veja mais na galeria de imagens!

Veja essa e outras imagens do evento
📷 Veja essa e outras imagens do evento ||Foto: Ricardo Amanajás


Atualmente, segundo o Conselho Municipal de Turismo de Belém (ComTur), 12 marinas multiuso estão em funcionamento às margens dos rios que banham Belém, com múltiplas atividades a serviço do turismo de lazer, que vai desde a prática de esportes náuticos à realização de shows e festas.

Renato Avelar Corrêa, gerente do Espaço Náutico Marine Club, informou que somente em 2019 houve investimentos em flutuantes para lanchas, 30 vagas de flutuantes de fibra para moto aquática, uma balsa com restaurante, bar e piscina, uma área de estacionamento com 700 carros e parquinho com 20 brinquedos para crianças no empreendimento.

Além dos investimentos físicos, Renato indica o segredo para ter êxito no negócio.

“De um ano para cá já expandimos bastante. Cada dia estamos investindo mais, mas o segredo do sucesso é pensar nos clientes, pois nosso diferencial é esse”, salientou.

CONEXÃO ILHAS – LAZER EM CONTATO COM A NATUREZA

Contudo, para quem aprecia a natureza mais a fundo basta pegar uma das lanchas, rabetas ou um dos barcos que fazem a travessia para chegar até as ilhas como o Combu, por exemplo. Locais estes que caíram no gosto de famosos e anônimos não teriam o menor sentido sem a presença das embarcações disponíveis à beira dos trapiches.

Variedade nos tipos de embarcações que cruzam as águas do rio Guamá
📷 Variedade nos tipos de embarcações que cruzam as águas do rio Guamá ||Foto: Ricardo Amanajás


Na praça Princesa Isabel, bairro da Condor, uma multidão vai chegando para em cerca de três minutos, viajar até a Região das Ilhas do Rio Guamá - 17 no total - e contemplar a beleza da Baía do Guajará até um dos muitos bares/restaurantes existentes.

Imagens mostram mais sobre a travessia. Olhe tudo clicando na galeria!

Além da viagem considerada rápida, outra atração é o preço, já que com R$ 7 é possível garantir um passeio bastante agradável.

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José Arthur é comandante desse tipo de embarcação há 20 anos e a travessia Belém/Combu é hoje sua principal fonte de renda. Segundo ele, o turismo ecológico e de lazer tem garantido o suficiente para o sustento dele, da esposa e da filha.

“Fui criado no furo do Paciência, uma localidade aqui de Belém, e aprendi pilotar as embarcações desde muito cedo. Hoje trabalho levando passageiros da Marina Bay até o restaurante Solar da Ilha. Estou bem com meu trabalho para poder ajudar minha família”, informou.

José Arthur é comandante de embarcações há quase 20 anos
📷 José Arthur é comandante de embarcações há quase 20 anos ||Foto: Ricardo Amanajás


Na lancha pilotada por José Arthur estavam Leonardo Silva e Tatiane Lins, casal de namorados que tirou o domingo para passear no Combu. Ela esteve no lugar pela primeira vez a convite dele, que já conhecia o local. Em depoimento à reportagem, o principal elogio foi a vista que tinham do outro lado da capital paraense.

Casal de namorados curte o Combu enquanto aprecia o outro lado da cidade
📷 Casal de namorados curte o Combu enquanto aprecia o outro lado da cidade ||Foto: Ricardo Amanajás


A proposta, de outro modo, mudou a vida do maître Jean Pierre, responsável pelo restaurante Solar da Ilha, que contou que agora desfruta do trabalho em contato direto com a energia da natureza.

VEJA!

BARES E RESTAURANTES - ROTA DA COMIDA RIBEIRINHA

Dos muitos bares/restaurantes da ilha do Combu, 20 deles catalogados pelo Sindicato de Hotéis, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS-PA), nossa parada foi no Solar da Ilha onde foi possível conhecer mais da culinária e bebidas servidas aos visitantes. Sob o frescor da brisa do rio e em contato direto com a paisagem é possível apreciar um cenário de dar inveja a qualquer quadro de parede ou cartão postal e assim observar o lugar aos poucos se encher de visitantes e turistas.

Um olhar que contempla a vegetação, o rio e ao fundo os prédios da capital paraense
📷 Um olhar que contempla a vegetação, o rio e ao fundo os prédios da capital paraense ||Foto: Ricardo Amanajás


Das opções de comida constam os peixes de água doce, que vão desde o tambaqui assado ao filhote paraense; petiscos como os mariscos e frutos do mar, a exemplo do camarão à tapioca, também fazem parte do cardápio.

Camarão à tapioca é um petisco que para muitos é novidade, mas bastante apreciado
📷 Camarão à tapioca é um petisco que para muitos é novidade, mas bastante apreciado ||Foto: Ricardo Amanajás
O tambaqui assado é uma das especialidades dos restaurantes do Combu
📷 O tambaqui assado é uma das especialidades dos restaurantes do Combu ||Foto: Ricardo Amanajás


E a responsável por essa infinidade de aromas, cores e sabores é Natália Carvalho, chefa de cozinha do restaurante que viu a realidade dela e de muita gente da ilha mudar com os empregos gerados pela atividade turística.

Natural da ilha do Combu, Natália aponta que hoje o restaurante proporciona mais que um complemento as poucas opções que haviam para os moradores do local, conhecidos como ribeirinhos.

“Os restaurantes estão gerando muitos empregos aqui. Antes, o único meio de trabalho eram o açaí e a colheita das frutas, que são temporários, por safra, e traziam uma certa insegurança pra gente. Hoje podemos trabalhar nos restaurantes o ano todo. Foi uma chance que veio. Eu sempre tive vontade, mas nunca tive oportunidade de me especializar como agora. Comecei a me aperfeiçoar”, detalhou.

Natália e outras 19 pessoas trabalham no restaurante que funciona todos os dias da semana
📷 Natália e outras 19 pessoas trabalham no restaurante que funciona todos os dias da semana ||Foto: Ricardo Amanajás


Belém é hoje reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma das cidades criativas da gastronomia mundial e os sabores da culinária paraense, presentes nesses espaços, abrangem ainda mais o contexto dentro do ecoturismo e turismo gastronômico.

O sucesso é tanto, que somente no último final de semana das férias de julho, o Conselho Municipal de Turismo (ComTur) contabilizou mais de 12 mil visitantes no Combu.

No dia 20 de outubro passado, a professora Elenir Cunha também esteve pela primeira vez na ilha com um grupo de amigos e destacou todo o conjunto como a atração principal.

“Eu gostei da beleza da ilha, o conforto do restaurante, tem piscina para as crianças aproveitarem. É um conjunto de coisas maravilhosas”, disse a educadora enquanto degustava um prato do peixe filhote paraense.

Com amigos e familiares, professora garantiu que o local está aprovado
📷 Com amigos e familiares, professora garantiu que o local está aprovado ||Foto: Ricardo Amanajás


Além da culinária, as bebidas são uma atração a mais na hora de agradar o turista. Afinal, os drinques exóticos e a cachaça de jambu estão na mesa.

Quem chega, logo quer encontrar o melhor lugar para comer, beber e garantir as melhores fotos, nem que seja através de uma 'selfie'.

Comida, bebida e diversão. Dê um clique na galeria de imagens!

Belém - lazer, boa comida e turismo na beira do rio
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PARÁ NA ROTA DO TURISMO MUNDIAL

Dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese/PA) apontam que somente no ano passado, mais de 1,2 milhão de pessoas visitaram o Estado e aqui deixaram um valor superior a 703 milhões de reais, movimentando a economia em praticamente todo o território.

Inserir o estado do Pará e a cidade de Belém definitivamente na rota do turismo mundial é a missão diária de entidades criadas com o fim de promover as condições adequadas para o desenvolvimento desta atividade. Entre elas estão a Secretaria de Estado de Turismo (Setur), o Conselho Municipal de Turismo de Belém (ComTur) e a Federação do Comércio (Fecomércio).

Para saber o que tem sido feito no sentido de garantir esse fomento, o DOL conversou com essas entidades sendo a primeira a Setur, onde o secretário de turismo indicou os principais investimentos que estão sendo realizados.

Durante a entrevista, André Dias, titular da pasta, variou o assunto que foi da importância do turismo como uma indústria pujante à necessidade de garantir mais investimentos, apoio e parcerias até a sustentabilidade e divulgação adequadas.

ACOMPANHE!

"Temos de nos apropriar do nosso potencial", avisa especialista em turismo

Joy Colares acumula experiências no setor turístico e com propriedade indica os caminhos para inserir o Pará na rota internacional
📷 Joy Colares acumula experiências no setor turístico e com propriedade indica os caminhos para inserir o Pará na rota internacional ||Foto: Ricardo Amanajás


Eleito no início deste ano para comandar o Conselho Municipal de Turismo de Belém, o empresário Joy Colares é responsável pela criação da Fita, a Feira Internacional de Turismo da Amazônia, que chega a sua 8ª edição, quando diretor do Sebrae/Pa, por 12 anos. É ex-secretário adjunto de turismo do Estado do Pará e o atual presidente do Conselho Empresarial de Turismo da Federação do Comércio, a Fecomércio.

Em entrevista à reportagem, Colares pontuou detalhes que mostram as potencialidades para o crescimento do turismo na região de Belém e no Estado, através dos novos empreendimentos como as marinas, bares e restaurantes, além da geografia de uma forma geral. Contudo, não escondeu que muito ainda deve ser feito para que os atrativos sejam realmente aproveitados.

Diário Online (DOL) – Belém e o Pará já estão em um patamar adequado para a atração de turistas?

Joy Colares (JC) – Os investimentos em Belém estão sendo feitos pelo empresariado de forma ainda tímida porque nós ainda não temos o turismo naquilo que é mais dito como turismo na essência, o turismo de lazer, tendo Belém como destino, ou mesmo o Estado do Pará. Nós temos muitos atrativos aqui no nosso estado. 60% das atrações da Amazônia em termos geográficos: rios, praias, cachoeiras, parques estão no estado do Pará, mas nós temos alguns problemas que nos fazem ter dificuldades ainda como o de nos apropriar desse potencial.

DOL – E quais são essas dificuldades?

JC - É o custo da divulgação das nossas belezas para o exterior, e aí quando eu falo para o exterior, não estou falando internacional, estou falando para outros estados brasileiros, que é muito alto. Isso carece de um investimento maciço dos governos, seja o governo estadual e dos governos municipais.

DOL - Quais os pontos altos que podem atrair o turista, seja para Belém ou para todo o Estado?

JC – Em Belém temos a culinária que é muito conhecida, temos a arquitetura com acervo colonial que é muito importante, temos a dança, as nossas músicas, temos vários valores que trazem pra Belém essa atração turística.

DOL – E no âmbito estadual?

JC – No interior do Estado nós temos, na ilha do Marajó, Soure e Salvaterra, que são dois municípios que têm bastante atrações turísticas. No oeste do Pará, Santarém, Belterra e no meio deles Alter do Chão que são atrativos. E temos agora, na região sudeste do Pará, Marabá, que foi incluída como destino porque foi inaugurado o centro de convenções e uma das modalidades de turismo é o turismo empresarial, é o turismo de eventos, de negócios, então Marabá está despontando. E temos Parauapebas que é um município que está investindo muito no turismo, participando de feiras nacionais. Com um futuro encerramento de extrações de minério, esse recurso que está gerando hoje tem que deixar alguma coisa. Uma das questões que eles estão vendo lá é a possibilidade do turismo ecológico, que é outra modalidade. Estão investindo em trilhas e parques e mapeamento e na divulgação.

DOL – Quais os investimentos imprescindíveis que o Estado deve fazer ou está fazendo?

JC – O Estado tem que ser o principal investidor porque é muito caro para o empresariado sozinho fazer isso: o dono de um restaurante, de um hotel, dono de uma marina, de um parque privado, ele não consegue sozinho fazer essa divulgação que é feita através de feiras, através de revistas de bordo. Nós temos agora a revista de outubro da TAP, que está circulando em 88 países, com 32 páginas sobre Belém, isso é muito importante. Quem tem que ir na frente é o governo e o empresariado vai atrás. Duas são as principais funções do governo, criar divulgação e criar infraestrutura.

DOL – Quais são as infraestruturas necessárias e adequadas?

JC – Criar acessibilidade. Criar estradas, criar, como foi criado pelo governo estadual, um incentivo na redução do QAV (querosene de aviação) que pode reduzir de 17 para 3%. Tem uma companhia aérea que já usufrui disso porque atende voos internacionais, locais e regionais e também estradas estão sendo abertas, acesso ao Marajó através de embarcações que foram licenciadas. Esse é o papel principal do Estado: divulgação e acessibilidade. O Estado não faz negócio, o Estado promove.

DOL – De que forma a Fecomércio e o ComTur têm trabalhado para incentivar o turismo no Pará e em Belém?

JC – Temos feito reuniões com os empresários e entidades do setor. A ideia é gerar uma interatividade para fazer negócio e ouvir dessas entidades quais são os entraves que hoje nos atrapalham ou nos dificultam de desenvolver o turismo dentro do Estado. Já temos elaborado uma pauta de reivindicações que já chegaram ao governo do Estado.

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