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Helder e outros governadores se reunirão com o Papa

Nesta segunda-feira (28), o Papa Francisco recebe em Roma os governadores da Amazônia Legal, que participam da 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, onde estará presente o governador do Pará Helder Barbalho. O encontro acontece um dia ap

Imagem ilustrativa da notícia Helder e outros governadores se reunirão com o Papa

Nesta segunda-feira (28), o Papa Francisco recebe em Roma os governadores da Amazônia Legal, que participam da 1ª Cúpula dos Governadores dos Estados da Pan-Amazônia, onde estará presente o governador do Pará Helder Barbalho. O encontro acontece um dia após o encerramento do 11º Sínodo, que este ano teve como temática o “Meio Ambiente – Mudanças Climáticas e a Amazônia”. A reunião é resultado de uma articulação entre a Igreja Católica, por intermédio da Rede Eclesial Pan-Amazônica – Replam, e dos governadores de toda a região.

A Cúpula será realizada na Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano. O tema deste primeiro encontro será “Caminhos e Compromissos para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia”. Os países da Pan Amazônia são Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas e Suriname. Nove estados brasileiros integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte de Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.

O objetivo da Cúpula, de acordo com o teor da carta-convite enviada aos governadores da Amazônia Legal e de outros países, é ampliar o diálogo entre os governos que compõem o território amazônico e a comunidade internacional. Na oportunidade, os governadores poderão apresentar ao Papa Francisco e aos membros da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, onde será realizado o encontro, compromissos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Um dos temas mais debatidos durante o 11º Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, segundo informações do Vaticano, são as atividades chamadas de “predatórias” na floresta amazônica. Entre elas, o desmatamento exercido de forma ilegal, principalmente em terras indígenas. Trata-se de um modelo de “extrativismo” desregulado, segundo um resumooficial da Santa Sé.

Esta é a previsão de temas que serão colocados em debate na pauta da Cúpula de Governadores. Como o debate engloba a participação de oito países que abrigam o território amazônico, será a primeira vez que governantes e comunidade eclesiástica desses países terão a oportunidade de debater temas comuns que afetam a sobrevivência não só da floreta e de seu ecossistema, como também dos povos que a habitam.

INDÍGENAS

O cardeal peruano Pedro Ricardo Barreto Jimeno, Arcebispo de Huancayo, no Peru, por exemplo, revelou sua preocupação, durante o Sínodo, com as populações indígenas. Segundo ele, essas são preocupações de longa data dos membros da Igreja Católica na Amazônia. “Muitos indígenas nos contam que nem os políticos nem a sociedade têm tempo para ouvi-los. É aí que entra a Igreja”, comentou.

O Sínodo é uma reunião do Papa com bispos, religiosos, cientistas, especialistas e representantes de comunidades indígenas, além de membros de outras religiões. Neste caso, o tema é a presença da Igreja na Amazônia, assim como problemas ambientais e sociais da região.

Durante a missa de abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que aconteceu no dia 6 de outubro, o Papa Francisco disse que o fogo que “devastou recentemente a Amazônia” foi “ateado por interesses que destroem”.

Preocupação com as queimadas

O Papa Francisco não citou diretamente nenhum país específico, mas o tema das queimadas – que aumentaram neste ano na Amazônia em relação ao ano passado – foi mencionado. “Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”, declarou o Papa.

“O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros.”

Segundo Francisco, “o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos”.

O encontro do Papa Francisco com os governadores brasileiros, guardiões da chamada Amazônia Legal, com os demais gestores de países do território amazônico, que acontece um dia após o encerramento do Sínodo, esta sendo visto como uma oportunidade para que os governantes possam trocar experiências e traçar ações conjuntas no futuro.

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