O anúncio de injeção de mais de R$300 milhões a partir da
antecipação da primeira parcela do 13º salário dos servidores públicos
estaduais deve resultar em um impacto positivo na economia do Estado, sobretudo
no setor do comércio e de serviços. Aliado ao período de aquecimento da
economia proporcionado pelas festividades do Círio de Nazaré e à liberação do
saque imediato do FGTS, a antecipação do benefício deve proporcionar tanto
efeito direto, como também indireto, prospectando um cenário favorável para o Pará
neste segundo semestre.
O governo calcula que a medida garantirá cerca de R$ 300
milhões à economia do Estado, beneficiando os 100.540 servidores ativos e os
46.816 inativos e pensionistas. O pagamento será feito antes do Círio, nos dias
8, 09 e 10 de outubro (terça a quinta-feira), conforme calendário a ser
divulgado pela Secretaria de Estado de Administração (Sead).
Assessora econômica da Fecomércio-PA, Lúcia Cristina Lisboa
aponta que a antecipação de 50% do 13º dos servidores do Estado deve injetar
recursos sobretudo no setor de comércio e de serviços, através da aquisição de
bens não duráveis e serviços de lazer e alimentação. “Apesar de não resolver o
problema, esses valores ajudam a aquecer o comércio”, aponta. “No Círio de
Nazaré há uma tradição do paraense com relação a efetuar gastos, seja no
almoço, com as festas e tudo mais que envolve o Círio, então, esse montante vai
aquecer os festejos”. O momento também é propício porque, segundo Lúcia
Cristina, nesta época do ano os credores costumam disponibilizar algum tipo de
negociação com abatimento de juros e correções.
Considerando o levantamento da Fecomércio-PA e da
Confederação Nacional do Comércio (CNC), que aponta que 60% dos consumidores
paraenses possui algum tipo de dívida, Lúcia acredita que parte desses recursos
provenientes da antecipação da primeira parcela do 13º dos servidores deverão
ser destinados ao pagamento de dívidas. “Tanto os recursos direcionados para
compra nos comércios e de serviços, quanto os destinados para o pagamento de
dívidas são benéficos para a economia porque ajudam a regularizar a situação
tendo efeito de retorno do consumidor às compras, lá na frente”.
ORGANIZAÇÃO
O técnico do Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), Everson Costa, recomenda a utilização
desse recurso extra justamente para a quitação ou abatimento de dívidas
existentes. “Esse é o momento e o ideal é começar pelas dívidas mais
complicadas e penosas de quitar, como o cartão de crédito e cheque especial”, exemplifica.
“A antecipação desse benefício pode ser um sinalizador importante para que as
pessoas comecem a se organizar financeiramente. Economia do Pará vai agradecer
a entrada desses recursos”.
Para quem não tem dívidas ou para quem conseguir utilizar apenas
parte dos recursos, Everson orienta a fazer uma reserva de 30% do orçamento
mensal. “A gente vive um momento em que os recursos que estão chegando na mão
do trabalhador, mas é preciso ter cautela porque preços ainda estão em alta,
mesmo que a inflação esteja em recuo, ainda encontramos juros muito altos”,
aponta. “Nesse momento o ideal é que possam usar de cautela e se planejar ao
máximo”.
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