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INVESTIMENTO

Agropalma injeta R$ 400 milhões na economia do Pará

A semente de uma palmeira africana, que chegou ao Brasil no século 16, é motor de desenvolvimento no Pará. O dendê é responsável por gerar mais de 20 mil empregos no Estado (5 mil diretos e 15 mil indiretos). Não bastasse isso, injetou em 2018  R$ 400 mil

Imagem ilustrativa da notícia Agropalma injeta R$ 400 milhões na economia do Pará camera A Agropalma se transformou no maior produtor de óleos e gorduras vegetais extraídos do óleo de palma da América Latina | Olga Leiria

A semente de uma palmeira africana, que chegou ao Brasil no século 16, é motor de desenvolvimento no Pará. O dendê é responsável por gerar mais de 20 mil empregos no Estado (5 mil diretos e 15 mil indiretos). Não bastasse isso, injetou em 2018 R$ 400 milhões na economia paraense entre salários e pagamento de impostos municipais, estaduais e federais.

Quem acreditou há 37 anos na potencialidade do dendê foi a empresa Agropalma, que se transformou no maior produtor de óleos e gorduras vegetais extraídos do óleo de palma da América Latina e a principal empresa no ramo da agroindústria no Pará, hoje composta por três grandes empresas: Agropalma S/A, no municípios de Tailândia (P); Companhia Refinadora da Amazônia (CRA), em Belém (PA); e a Indústria Xhara Ltda, em Limeira (SP).

Inaugurada em 1982 no município de Tailândia, a empresa foi implantada em uma pequena fazenda. De lá pra cá, sua área de atuação passou para 107 mil hectares de área total, sendo 40 mil hectares de plantios próprios. Desses, 12 mil hectares são distribuídos em 240 parcerias entre agricultores familiares e empresariais.

EMPREGOS

No nordeste paraense, a plantação e o cultivo da palma estimulados pela Agropalma se estende por quatro municípios gerando emprego e renda em Acará, Moju, Tailândia e Tomé-Açu.

“A Agropalma tem 107 mil hectares de área total, sendo 40 mil hectares de área plantada, 64 mil hectares de reserva florestal preservada e monitorada pela empresa e aproximadamente 3 mil hectares que são áreas de infraestrutura, nas quais estão localizadas as indústrias, as agrovilas e toda a parte de estradas da empresa”, explica César Abreu, gerente geral da Agropalma.

A previsão para colheita de 2019 é de 760 mil toneladas de frutos de dendê, o que vai gerar 160 mil toneladas de óleo. Desse volume de 760 mil toneladas, aproximadamente 160 mil toneladas virão da agricultura familiar e dos produtores integrados. A produção é vendida no Brasil e também exportada para os Estados Unidos e países da Europa.

Agroindústria da Palma aumenta IDH de municípios

A implementação da empresa em Tailândia- além de ter influenciado no crescimento econômico da região - ajudou a melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos habitantes dos municípios do entorno do projeto. Para se implantar no Pará, a empresa investiu R$ 1,3 bilhão.

Marcello Brito, CEO da Agropalma
📷 Marcello Brito, CEO da Agropalma |Arquivo pessoal

“Na época da safra geramos aproximadamente 5 mil empregos diretos. Isso dá uma ideia da movimentação econômica de nossas atividades. São mais de R$ 195 milhões de salários injetados na economia por ano. Também pagamos aproximadamente R$ 200 milhões de impostos federais, estaduais e municipais”, contabiliza Marcello Brito, CEO da Agropalma.

O grupo Agropalma tem hoje um faturamento anual de R$ 1,3 bilhão, sendo que destes, R$ 850 milhões são gerados no Pará. De acordo com Marcello Brito, não há como negar que a atuação da empresa desde a sua implementação foi um indutor de riqueza na região. “O IDH dos quatro municípios onde a Agropalma está instalada teve um salto significativo; subindo mais de 150 posições. Isso mostra que essa atividade econômica é uma atividade geradora de emprego e renda e também de fixação do homem ao campo”.

Hoje, dos aproximadamente 5 mil empregados da Agropalma, 76% são naturais do Estado do Pará e dos municípios próximos à região.

Compra da safra gera negócios e agricultura familiar se consolida

A Vila de Palmares, localizada a um quilômetro da Agropalma, sofreu modificações como ampliação e melhorias, para que trabalhadores que viessem de longe pudessem morar próximo da empresa. Antes no local havia apenas mil moradores, hoje a vila já já conta com 20 mil habitantes.

De olho no crescimento dos municípios de abrangência da empresa, o comerciante Robenilson Vaz, que há dois anos deixou a cidade de Cametá, viu uma oportunidade de crescimento profissional na vila de Palmares, no município de Tailândia. Hoje ele é dono de um supermercado no local “Nós sabemos que a produção de dendê nessa região é forte e que a empresa é pioneira. Foi o fortalecimento da cadeia produtiva do dendê na região que nos trouxe para trabalhar no ramo do comércio”, destacou.

Robenilson viu grandes oportunidades no crescimento dos municípios de abrangência da Agropalma
📷 Robenilson viu grandes oportunidades no crescimento dos municípios de abrangência da Agropalma |Olga Leiria/Diário do Pará

“Eu sempre falo que todo o movimento da economia de Palmares é baseado na Agropalma. Temos aqui um percentual elevado de funcionários da Agropalma. Todo o comércio e a economia é voltada para a empresa.Sem sombra de dúvidas. Ela é a alma do distrito de Palmares”, argumenta Robenilson.

AGRICULTURA FAMILIAR

O gerente geral da Agropalma, César Abreu, ressalta que o programa de agricultura familiar da empresa garante que toda produção dos agricultores sejam comprados pela empresa.

A Agropalma identifica os agricultores potenciais, tanto os familiares quanto os integrados que têm áreas e que têm interesse. Ajuda esses proprietários a se regularizarem e depois fornece todo o treinamento e assistência técnica necessárias à produção.

“Com a promessa de compra da safra como garantia, os agricultores conveniados conseguem financiamentos junto aos bancos de desenvolvimento da região. É o sonho de todo agricultor. Ele vai produzir, plantar e ter a certeza de que alguém vai comprar. E essa certeza é a Agropalma que dá a estes produtores”.

Além da compra total da safra, a Agropalma disponibiliza engenheiros e técnicos agrônomos que visitam regularmente esses produtores e dão assistência técnica, ensinam técnicas de manejo da cultura, como a adubação ideal. “Enfim, todo o cuidado que temos com o nosso próprio plantio, com as nossas áreas de cultivo, é estendido também aos agricultores familiares e aos agricultores integrados”, explica Cesar Abreu, afirmando que a produção desses agricultores representa 23% da produção anual da Agropalma.

Economia do dendê melhora vida de pequenos agricultores

A Agropalma tem um programa de agricultura familiar que atende 195 famílias. Essas famílias possuem entre seis e dez hectares plantados. Além desses 195 produtores, existem 45 produtores integrados, que tem áreas de cinquenta até mil hectares plantados. A produção deste agricultores integrados representa aproximadamente 23% do que a Agropalma processa por ano.

Dona Benedita Almeida do Nascimento é uma das agricultoras que se juntou a Agropalma e acreditou na produção de palma. Em 2015, ela ganhou o Prêmio Mulheres do Agronegócio.Ela mora na comunidade de Arauaí, no município de Moju, há 20 quilômetros da sede da Agropalma.

Benedita viveu por 22 anos em uma casinha de madeira e nunca imaginou que pudesse melhorar de vida e um dia ver os filhos formados. “Esse projeto trouxe uma mudança muito significativa para as nossas vidas e para a nossa comunidade. Antes desse projeto nossa comunidade tinha uma realidade completamente diferente. Plantávamos milho, mandioca, arroz, criávamos nossas galinhas. Não tínhamos energia elétrica, estradas, transporte, educação de qualidade e a saúde então nem se fala”, conta dona Benedita, lembrando que antes gastava dois dias e meio de barco para sair do município.

Benedita Almeida, agricultora
📷 Benedita Almeida, agricultora |Olga Leiria/Diário do Pará

Naquela época, não havia estrada para escoar a produção e as famílias acabavam caindo na mão de atravessadores. “Nós trocávamos com um marreteiro aqui mesmo. Produzíamos a farinha, o milho e o arroz e o marreteiro trazia de fora os produtos que a gente acabava trocando com outra mercadoria. Antes não sobrava nada. A gente vivia que nem porco, trabalhava só para comer”, relembra dona Benedita.

Hoje a realidade mudou. Dona Benedita mora numa casa de alvenaria, fruto do seu trabalho e da garantia de compra da safra pela Agropalma. “Valeu a pena acreditar. Hoje nossos filhos estudam até o terceiro ano do ensino médio e daqui já vão fazer uma faculdade. Ser alguém na vida e voltam para ajudar na produção. É o caso do meu filho que está cursando Administração lá em Abaetetuba e trabalha aqui comigo. Esse ano plantamos 49 hectares e 80% da responsabilidade foi dele”, comemora dona Benedita.

ESCOLA

Desde 1986 a Agropalma mantém uma escola com infraestrutura para atender mais de 700 alunos, que variam entre turmas da educação infantil ao ensino médio.

Hoje a escola tem 422 alunos, distribuídos em três três turmas. E conta com um sistema de ensino positivo, 11 salas de aulas, ônibus escolar, refeitório, biblioteca, laboratórios de informática e ciências.

Além disso a instituição atende 150 alunos do programa de Educação de Jovens Adultos (EJA).

O principal objetivo é promover oportunidades de conclusão do ensino médio, fazendo com que o aluno tenha a oportunidade de dar continuidade aos estudos e possibilitar a qualificação profissional.

Prefeita diz que cultura da palma desenvolve região

A prefeita da cidade de Moju, Maria Nilma Silva de Lima, diz que o impacto impacto positivo da cultura da palma para a economia local é inegável . Na opinião da prefeita, a Agropalma é uma parceira que ajuda a alavancar a economia regional do Baixo Tocantins. “Desde sua implantação, nossa economia só cresce. Ajuda atrair outros investidores de todos os portes que, por sua vez, geram mais desenvolvimento econômico e social”.

A prefeita de Moju ressalta também o apoio que a Agropalma presta à agricultura familiar. “Isso é um legado não só para agora, mas para o futuro da região. Esta parceria com a agricultura tem proporcionado grande desenvolvimento.o que traz para os municípios na área de abrangência da empresa muitos benefícios. Gera emprego, renda, turismo, terras são legalizadas e mais investimentos”.

Empresa é pioneira em verticalização de produção

Carlos Xavier, Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), destaca a importância da Agropalma no Estado, “Na Região Amazônica, o Pará é o primeiro produtor nacional. Já que o nosso clima favorece o plantio para a extração do óleo de palma. A Agropalma é a principal empresa do setor e contribui assim para o avanço econômico local”.

Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará, José Maria Mendonça, a Agropalma é uma das empresas mais importantes do Pará. “O cultivo e processamento da Palma é um dos setores mais importantes que temos no Estado e a Agropalma é uma das pioneiras nesta exploração. Ela tem a linha completa que vai desde o cultivo até o refino do óleo. A Agropalma faz parte da cadeia produtiva do Estado e é uma das pioneira na verticalização da sua produção. E vai mais além, ao interagir com a comunidade do seu entorno. Na minha opinião, a Agropalma é um modelo vitorioso que deve ser, inclusive, imitado”.

Curiosidades sobre a palma

De origem africana, a palma foi trazida para a América a partir do século XVI e na região Amazônica o cultivo surgiu no início da década de 1940, através de sementes provenientes de dendezais vindos da África para a Bahia e por fim para o Pará. O óleo extraído desta palmeira, mais conhecido como azeite de dendê, é consumido há mais de 5 mil anos.

Mais presente no nosso cotidiano do que imaginamos, o óleo de palma é extraído e transformado em óleos e gorduras vegetais que podem ser encontrados em produtos como chocolates, cosméticos, sabonetes, sabão, biscoitos e até sorvetes.

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