Nem todos os postos de saúde de Belém cumpriram a decisão judicial que impede a Prefeitura de facultar expediente nas unidades de saúde às sextas-feiras do mês de julho. A decisão foi dada após ação cautelar do Ministério Público do Estado do Pará, que considera haver prejuízos para a população com a liberação dos servidores nesse período.
Um dos postos foi a Unidade Básica de Saúde do bairro do Jurunas. Pela manhã, várias pessoas que procuraram o local ficaram insatisfeitas com a falta de médicos e de medicações básicas. “Me informaram apenas que o pediatra não veio e mandaram eu voltar na próxima semana”, informou a dona de casa, Ieda Campos, que procurou o posto em busca de atendimento para o filho que apresentava febre.
No local, outros funcionários também não compareceram ao serviço. “Fui em busca de atendimento odontológico, mas disseram que o dentista não veio. Acho isso um absurdo (não trabalharem nas sextas-feiras de julho), porque nem todo mundo viaja”, ressaltou a dona de casa Helena Silva.
Já a dona de casa Lurdes do Santos foi atrás da medicação losartana, sem sucesso. “Já vim duas vezes, e nas duas não encontrei”, disse.
DESCASO
Na Unidade Básica de Saúde do Curió-Utinga, os serviços de vacinação e enfermagem estavam normalizados, mas não havia médico. “Só temos esses profissionais de segunda a quinta, na sexta-feira não temos. O pediatra, por exemplo, está de férias”, informou uma funcionária que não quis se identificar.
Na Unidade de Saúde do bairro de Fátima nem todos os médicos compareceram ao trabalho. A reportagem apurou que isso ocorreu porque muitos não conseguiram ser avisados a tempo de que a sexta-feira não seria mais facultada.
Nas Unidades de Saúde dos bairros da Cremação e do Guamá, os atendimentos estavam normalizados. “Acabei de ser atendido normalmente, mas eu acho que como disseram que não ia funcionar, muita gente acabou não vindo”, comentou a doméstica Socorro Souza, que levou o filho, Vitor, de quatro anos de idade, para tomar vacina no Guamá.
A atendente comercial Yara Cruz também disse não ter enfrentado dificuldade de atendimento no posto da Cremação. “Vim trazer a minha filha para consultar e está tudo muito tranquilo, sem problemas”, relatou.
DECISÃO
A justiça paraense acatou, na última quinta-feira (18), o pedido do Ministério Público do Estado do Pará, por meio de ação cautelar da 3ª promotora de Justiça dos Direitos Constitucionais Fundamentais e dos Direitos Humanos, Fabia de Melo Fournier, e determinou a suspensão dos efeitos da portaria editada pelo prefeito municipal Zenaldo Coutinho, suspendendo a ordem de expediente facultado nos dias 19 e 26 de julho para a área da saúde.
R$ 5 MIL
É o valor da multa diária que o descumprimento vai gerar à Prefeitura, limitada a R$ 100 mil.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar