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Legado de Isoca pode ser despejado

Com cerca de 1,5 mil alunos beneficiados, o Instituto Maestro Wilson Fonseca (IMWF), em Santarém, no oeste paraense, corre o risco de fechar as portas. A instituição foi notificada pela Prefeitura do município para desocupar o espaço em um prazo de 120 di

Com cerca de 1,5 mil alunos beneficiados, o Instituto Maestro Wilson Fonseca (IMWF), em Santarém, no oeste paraense, corre o risco de fechar as portas. A instituição foi notificada pela Prefeitura do município para desocupar o espaço em um prazo de 120 dias a partir de recomendação que teria sido expedida pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) no final de abril último.

Segundo informações do documento, o MPPA emitiu uma recomendação ao município de Santarém para o fim da cessão do prédio anexo à Casa de Cultura ao Instituto Maestro Wilson Fonseca. Segundo a determinação, “o local, que é de propriedade da prefeitura, não pode ser utilizado por instituições do setor privado. Trinta dias após o recebimento, os destinatários devem informar ao MPPA sobre as providências adotadas”, informa o texto.

O Instituto Maestro Wilson Fonseca desenvolve relevantes atividades na formação educacional infanto-juvenil em Santarém, nas áreas da música, dança e teatro, e possui diversos grupos artísticos, inclusive a Orquestra Sinfônica. Após a notificação, as atividades desenvolvidas pelo Instituto continuam em andamento, mas a direção, professores e alunos do IMWF estão recorrendo junto aos órgãos competentes e buscando parcerias com outras instituições que também estão passando por situação semelhante para tentar garantir o não fechamento do Instituto.

O maestro José Agostinho da Fonseca Neto - filho do maestro Wilson Fonseca, o Isoca - conhecido como Tinho dirige o instituto. Ele lamenta a situação. “Estamos pedindo uma reunião com a prefeitura e aguardando o secretário de Cultura, Luis Alberto Figueira, retornar de Belém para agendar essa reunião com a gente. Estamos procurando também apoio junto ao Governo do Estado. Estamos dentro da lei buscando soluções para que olhem para essa instituição que é reconhecida inclusive internacionalmente”, reforça o diretor.

NA DEFESA

A cantora santarena Cristina Caetano critica a decisão que pode acabar com a história do Instituto. “São 25 anos de atuação na nossa cidade, 25 anos de mudanças nas vidas de crianças e jovens da periferia, porque é um projeto sociocultural. Ele carrega o nome do maestro Wilson Fonseca, um dos grandes artistas da nossa cidade e do Estado do Pará, raras são as pessoas que não conhecem sua obra. Na minha concepção, essa obra mereceria um pouco mais de reconhecimento do poder público, mas está a um passo de ser jogada fora”, desabafa.

“Eu entendo que o prefeito tem de cuidar do nosso patrimônio, mas em paralelo a isso ele poderia buscar vias para ajudar, porque a instituição não tem para onde ir. O despejo abre uma fenda social que o poder público não comporta”, avalia.

Egresso do Instituto, Victor Figueira, 36, voluntariou-se para ensinar a arte que aprendeu por lá. “Estudo no Instituto desde sua fundação, quando tinha 11 anos de idade. A partir de lá, tive toda uma vivência nas artes. Comecei desde a introdução musical, passando pela flauta doce e ainda a tuba, instrumento em que permaneço até hoje, mas agora como professor”, comenta.

Victor diz que o instituto é muito importante para os santarenos e para a história da música no estado. “A música é aliada à disciplina, então, aprendi muito lá dentro, não só eu, como todos os outros que foram atendidos pelo projeto, que é gratuito. Absorvemos o conhecimento para nossas vidas. Hoje, o Instituto representa uma referência não só para os ex-alunos como para todos os santarenos”, diz ele, que integra a Banda de Música do Instituto.

A prefeitura de Santarém foi procurada, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição.

(Wal Sarges/Diário do Pará)

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