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PARÁ

De janeiro a maio: PRF já apreendeu 1.011 comprimidos de anfetamina nas estradas do Pará

As apreensões de anfetamina nas rodovias federais do Estado do Pará realizadas neste ano já ultrapassam o total de ocorrências registradas ao longo de 2018. Somente até o dia 7 de maio de 2019 - período de pouco mais de quatro meses - 1.011 comprimidos da

As apreensões de anfetamina nas rodovias federais do Estado do Pará realizadas neste ano já ultrapassam o total de ocorrências registradas ao longo de 2018. Somente até o dia 7 de maio de 2019 - período de pouco mais de quatro meses - 1.011 comprimidos da droga foram apreendidos em 45 ocorrências. Enquanto que em todo o ano passado foram apreendidos 951 comprimidos da substância, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Os dados da PRF revelam um quadro preocupante considerando que, nas estradas, a droga normalmente é utilizada por motoristas como estimulante para que permaneçam acordados por várias horas. A maioria das ocorrências registradas no Pará, segundo a PRF, se concentra nas BRs 010 e 316.

O médico psiquiatra Fernando Mendes Nogueira explica que as anfetaminas são drogas que estimulam o sistema nervoso central, o que faz com que o usuário fique muito ‘ligado’. “Há um aumento da atenção da pessoa, a substância tira o sono e dá uma sensação de maior energia, maior disposição”, explica. “Alguns caminhoneiros usam justamente para obter esse tipo de doping ocasionado pela anfetamina; para que possam ficar acordados por mais tempo e, consequentemente, dirigir por mais tempo, já que eles têm essa necessidade de percorrer longas distâncias e com
prazos a cumprir”.

O grande problema é que a anfetamina pode gerar sérias consequências para a própria saúde do usuário e para quem, eventualmente, esteja no caminho do motorista que dirige sob o efeito da droga. Junto com a sensação de maior energia, o indivíduo que faz uso da anfetamina também pode ficar mais ansioso, inquieto. “A anfetamina também começa a deixar o cérebro com excesso de uma substância chamada dopamina que faz com que a pessoa também sinta prazer com esses efeitos e fique sujeita a alucinações e delírios”, aponta o médico.

DEPENDÊNCIA

“Com o uso continuado, ela vai causando um condicionamento no funcionamento do cérebro e, consequentemente, dependência química”. É nesse estágio que o risco de uma overdose é mais presente. Além dos efeitos no cérebro, a anfetamina também exerce influência sobre outros órgãos, podendo predispor o indivíduo a ter aumento da pressão arterial, um infarto, ou mesmo um AVC.

À medida em que o indivíduo faz uso frequente de anfetamina, ele passa a criar uma certa tolerância a esses efeitos mentais e cada vez o usuário precisa de uma dose maior para que chegue aos mesmos efeitos sentidos antes com menos comprimidos. Aumentando a dose, porém, demais órgãos do corpo, como o coração, vão ficando sobrecarregados e podem ter um colapso.

O psiquiatra Fernando Mendes Nogueira aponta que é comum que os caminhoneiros que fazem uso excessivo dessa substância narrem já terem tido “apagões” durante as viagens. “Chega uma hora em que o cérebro fica tão superexcitado pelo uso da anfetamina que, como mecanismo de defesa, o próprio cérebro provoca um apagão”, descreve. “Durante esses apagões podem ocorrer acidentes. É um risco para ele e para as pessoas que cruzarem o seu caminho”.

Quando a dependência química já está instalada no indivíduo, o tratamento possível é baseado muito mais pela motivação ao não uso e psicoterapias do que por medicamentos em si. “Existem alguns remédios para controle de ansiedade e da depressão que podem se instalar após o uso da droga e para o controle sintomático em crises de abstinências. Mas temos poucos remédios que atuam no controle de fissura pela droga”, finaliza o psiquiatra.

ANFETAMINA - COMO A SUBSTÂNCIA ATUA?

NO CÉREBRO

As anfetaminas são drogas estimulantes do sistema nervoso central. Portanto, a pessoa que faz uso da substância tem a sensação de estar mais ‘ligada’ e é capaz de realizar uma atividade por mais tempo, sentindo menos cansaço.

A substância faz com que o organismo reaja acima de sua capacidade, ocasionando esforços excessivos. O cérebro pode ficar tão superexcitado que o próprio órgão, como mecanismo de defesa, pode provocar ‘apagões’.

NOS DEMAIS ÓRGÃOS

A substância pode provocar dilatação das pupilas, fazendo com que, à noite, os olhos do indivíduo fiquem mais suscetíveis a serem ofuscados pelos faróis dos carros que seguem na direção contrária. Pode gerar aumento do número de batimentos cardíacos e da pressão arterial.

Devido ao estímulo ao excesso de dopamina no cérebro, a anfetamina também pode fazer com que o usuário apresente delírios e alucinações. O indivíduo também pode ficar mais ansioso, inquieto, irritadiço.

APÓS O USO DA SUBSTÂNCIA

Passado o efeito causado pela anfetamina, o indivíduo pode apresentar ansiedade e depressão.

Com o passar do tempo e do uso, o indivíduo vai adquirindo tolerância à substância e necessita, cada vez mais, de uma dose maior para sentir o mesmo efeito gerado, antes, por uma quantidade menor de comprimidos. Essa condição leva a um grande risco de overdose.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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