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Dia Internacional da Mulher: às mestras, com carinho

Oficializado pela Organização das Nações Unidas no ano de 1975, o dia internacional da mulher celebrado hoje, 8 de março, foi criado no contexto das lutas femininas por melhores condições de trabalho e sociais, além do direito ao voto. Muitas mudanças oco

Oficializado pela Organização das Nações Unidas no ano de 1975, o dia internacional da mulher celebrado hoje, 8 de março, foi criado no contexto das lutas femininas por melhores condições de trabalho e sociais, além do direito ao voto. Muitas mudanças ocorreram nas últimas décadas, mas outras ainda precisam ocorrer para que exista uma real igualdade social. Para isso, elas continuam lutando em todas as frentes possíveis, inclusive na educação.

Natural do município de Vigia, nordeste do Pará, a professora Cristiane Mesquita, 37 anos, fez parte da primeira turma do curso de Letras da Universidade do Estado do Pará (UEPA) ofertado na sua cidade natal. “Naquele tempo não tinha Campi, a gente estudava em uma garagem alugada pela prefeitura que fazia parceria com as universidades”, lembra.

Mesmo com todas as dificuldades do passado, onde dividia o tempo entre os estudos e o trabalho de empregada doméstica, Cristiane conseguiu superar todos os desafios. Formou-se e realizou o sonho de ser uma educadora, ajudando outros jovens a conseguir seus objetivos, isso há 20 anos. Já morando em Belém, ela esteve sempre presente dentro das salas de aula e acabou montando seu próprio cursinho, por insistência dos alunos.


Cristiane mantém cursinho em casa a pedido dos próprios alunos (Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

ENEM

Ali, ela costuma oferecer bolsas de estudos aos alunos. Uma das pessoas que receberam a bolsa foi a ex-aluna, Eunice Costa. A estudante ficou conhecida por alcançar nota máxima na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018, garantindo a aprovação nos vestibulares nas duas maiores universidades públicas do estado, UFPA e Uepa.

O curso funciona em um espaço pequeno, mas aconchegante, onde ela recebe os alunos com quadros de escritores e livros famosos e muita vontade de ensinar e aprender. “Aqui meus alunos são considerados minha família. Eles ocupam todos os espaços e ficam à vontade para desenvolver seus textos e compartilhar ideias”, disse.


Lilia (de branco) recebendo o prêmio nacional, no Rio de Janeiro, em 2018 (Foto: Divulgação)

Mudando a realidade das jovens da Terra Firme por meio da cultura

Com 18 anos de magistério, a professora Lilia Melo, 45 anos, virou sinônimo de superação e educação no bairro da Terra Firme. Coordenadora do projeto “Terra Firme: Juventude periférica - Do Extermínio ao Protagonismo!” a educadora foi vencedora do prêmio Professores do Brasil 2018. O projeto incentiva a produção de conteúdos audiovisuais pelos próprios alunos da escola, nos quais eles relatam as histórias e o cotidiano da juventude negra e periférica de Belém, além de palestras e programações culturais.

Também com ajuda de uma campanha, a educadora conseguiu levar 400 alunos da escola onde leciona, a Brigadeiro Fontenelle, para uma sessão do filme “Pantera Negra”. “Se eu consegui chegar aonde cheguei foi porque acreditei em algumas coisas que o sistema dizia que não se podia acreditar”, afirma.

Em novembro do ano passado, Lilia venceu a 11ª edição do Prêmio Professores do Brasil, do Ministério da Educação (MEC), na categoria ensino médio, ocorrido na tarde de ontem, no Espaço Cultural Escola Sesc, no Rio de Janeiro. Na mesma premiação, ela já havia sido vencedora da categoria regional Norte e ganhou a quantia de R$ 7 mil (que foi investido na escola Brigadeiro Fontenelle), uma viagem para o Canadá e um troféu com o formato do mapa do Brasil. Com isso, ela estava concorrendo com projetos de outros professores do Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, na etapa nacional.

A professora tem certeza que a educação é o melhor meio para se ter uma transformação social. “Se não pararmos para pensar que é a educação que vai mudar o País e que precisamos assumir o papel de sujeito que atua positivamente e produtivamente dentro do processo, a gente vai perder pessoas que poderiam ser determinantes nessa mudança”, diz.

Para os novos e ex-alunos, a força que Lilia tem de acreditar em um futuro melhor encoraja os jovens na busca dos seus sonhos. “A Lilia além de professora, é uma mãe. Está sempre acreditando na gente mesmo que todos não acreditem. Essa determinação dela faz a gente se sentir útil e amada”, comenta a aluna, Natasha Angel, 17 anos.

(Wesley Costa/Diário do Pará)

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