O jornalista Glenn Greenwald participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (25), onde foi falar sobre a divulgação pelo seu site, o Intercept Brasil, de diálogos atribuídos ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e a procuradores da Lava Jato.
Em um dos momentos, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) o desafiou a tocar, durante a sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, os áudios das conversas entre Moro e a força-tarefa da Lava Jato.
“Vamos soltar quando estiverem prontos jornalisticamente e acho que você vai se arrepender muito de dizer que fazemos isso”, respondeu o jornalista, recebendo aplausos na sessão.
"O material já mostrou e vai continuar mostrando que Moro era o chefe da força-tarefa da Lava Jato, que era o chefe dos procuradores. Ele [Moro] está o tempo todo mandando o que os procuradores deveriam fazer e depois entrando no tribunal e fingindo que era neutro. Já mostramos isso, mas vai ter muito mais material ainda", declarou o jornalista.
O site fundado por Greenwald tem publicado mensagens de integrantes da força-tarefa e do próprio Moro que indicam que o ministro, enquanto juiz da Lava Jato, interferiu na atuação dos procuradores, sugerindo que eles invertessem a ordem de operações e dando pistas de investigações.
Moro diz não reconhecer a autenticidade das mensagens obtidas pelo Intercept e nega ter cometido ilegalidades na condução da Lava Jato.
Segundo Greenwald, em outros países democráticos juízes que tenham feito uma atuação semelhante perderiam o cargo e seriam proibidos de exercer suas funções.
A audiência pública na Câmara dos Deputados teve a presença principalmente de parlamentares da oposição.
Uma das poucas aliadas de Moro que falaram foi a deputada Policial Katia Sastre (PL-SP), que disse que Greenwald deveria ser preso.
"Quem deveria ser julgado e condenado e sair daqui preso é o jornalista, que em conjunto com o hacker cometeu crime", disse a parlamentar.
(Com informações da Folhapress)
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