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"VIDAS NEGRAS IMPORTAM"

Júri condena policial por morte de George Floyd 

A defesa, por sua vez, rebateu a acusação dizendo que Derek Chauvin se comportou como qualquer “policial razoável”

Imagem ilustrativa da notícia Júri condena policial por morte de George Floyd  camera Chauvin usou força desproporcional ao imobilizar Floyd | Reprodução

Um júri popular condenou, nesta terça-feira (20), o ex-policial branco Derek Chauvin pela morte do segurança negro George Floyd, em um caso que incendiou os Estados Unidos e o mundo em protestos contra a violência policial contra a comunidade negra.

O veredicto saiu após três semanas de julgamento, em que diversas testemunhas afirmaram que Chauvin usou força desproporcional ao imobilizar Floyd, com o joelho em seu pescoço por nove minutos, em 25 de maio do ano passado.

Chauvin, que preferiu não prestar depoimento e se declarou inocente, foi considerado culpado em três acusações: por homicídio doloso (com intenção de matar), homicídio culposo (sem intenção) e assassinato de terceiro grau (lesão corporal seguida por homicídio). A sentença final será anunciada em oito semanas, mas ele pode pegar até 40 anos de prisão.

Horas antes do anúncio do júri, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia dito que as evidências sobre a responsabilidade do ex-policial, apresentadas no julgamento, eram “avassaladoras”. Biden esperou que os jurados ficassem isolados em um hotel para dar declarações sobre o caso.

Os 12 jurados se reuniram por menos de 24 horas, isolados em um hotel de Minneapolis, para chegar ao veredicto. Eles foram proibidos de discutir o caso com familiares ou amigos e acompanhar as notícias. O grupo, contando dois suplentes que foram dispensados, era formado por seis mulheres brancas, dois homens brancos, três homens negros, uma mulher negra e duas mulheres multirraciais, de acordo com documentos do tribunal. Suas identidades não foram reveladas.

O julgamento ocorreu em meio a uma forte tensão e protestos diários, após a recente morte de Daunte Wright, outro jovem negro nos arredores de Minneapolis. Nas ruas perto do tribunal, comércios e empresas fecharam as portas na segunda-feira, temendo novos protestos. Nesta terça-feira, novas barreiras foram erguidas pela cidade, e uma multidão se reuniu no local onde Floyd morreu.

A corte também foi cercada com arame farpado, e a segurança foi reforçada com cerca de 3 mil soldados armados da Guarda Nacional. Escolas da região irão interromper as aulas presenciais a partir de quarta-feira.

Na segunda-feira, acusação e defesa apresentaram seus argumentos finais no julgamento. O promotor Steve Schleicher pediu aos jurados para “acreditarem no que seus olhos veem” enquanto reproduzia o vídeo que mostrava o ex-policial, de 45 anos, imobilizando Floyd, de 46 anos, enquanto o homem negro dizia que não conseguia respirar. Ao longo do julgamento, os promotores acusaram Chauvin de ter usado força desproporcional, deixando Floyd sem oxigênio.

O principal advogado de Chauvin, Eric Nelson, por sua vez, rebateu a acusação dizendo que ele se comportou como qualquer “policial razoável”, e seguiu o treinamento que recebeu ao longo de 19 anos no Departamento de Polícia de Minneapolis.

Segundo a defesa, Floyd teria morrido devido aos efeitos das drogas que usou, e não por asfixia. O laudo toxicológico afirma que o segurança tinha fentanil e metanfetamina no corpo, mas os médicos legistas do Ministério Público — um especialista em sistema respiratório e um médico do Departamento de Polícia de Louisville — afirmaram que a morte ocorreu devido à falta de oxigênio.

Chauvin deteve Floyd por supostamente usar uma nota falsificada de US$ 20 para comprar cigarros. O vídeo da morte de Floyd, que foi exibido de vários ângulos, tornou-se uma peça central do julgamento. Os jurados passaram horas assistindo e revendo as imagens no tribunal.

Nos EUA, proteções sindicais que blindam policiais de investigações oportunas, padrões legais que lhes dão o benefício da dúvida e a tendência de aceitar a palavra dos policiais resultam em poucas condenações e pouco tempo de prisão para agentes que matam em serviço.

Telefonema de Biden

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, confirmou mais cedo no Twitter que Biden conversou por telefone com parentes de Floyd na segunda-feira “para ouvir as notícias e garantir que estava orando por eles”. Segundo a porta-voz, o presidente está acompanhando o julgamento de perto.

— Rezo para que o veredicto seja correto. Em minha opinião, é esmagador. Eu não diria isso se o júri não tivesse se retirado para deliberar — disse Biden, nesta terça-feira, no Salão Oval. — Conheci a família do George (...). É uma boa família. Só posso imaginar a pressão e ansiedade que eles estão sentindo, então esperei até que o júri ficasse isolado e liguei.

— Ele sabe o que é perder um membro da família e conhece o processo pelo qual estamos passando. Ele só queria que nós soubéssemos que ele está rezando por nós, na esperança de que tudo acabe bem — disse Philonise, irmão de George Floyd, em declarações à TV NBC.

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