O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, fez um alerta durante entrevista na manhã desta segunda-feira (12), para o aumento nos casos e mortes pelo novo coronavírus. "Não se enganem. As vacinas contra a covid-19 são um instrumento vital e poderoso, mas não são o único instrumento”, afirmou.
Durante a coletiva virtual, ele ainda disse que a entidade não defende “lockdowns”, mas sim medidas combinadas, “adequadas e ágeis” para conter o problema não só da pandemia.
Segundo Tedros, entre janeiro e fevereiro, houve um período de seis semanas seguidas de recuo nos casos do vírus pelo mundo. “Nós temos agora sete semanas seguidas de alta nos casos, e quatro semanas de avanço das mortes”, comparou, citando “grandes aumentos” nos casos em vários países da Ásia e do Oriente Médio. Isso ocorre apesar do fato de que mais de 780 milhões de doses de vacinas foram administradas globalmente”, afirmou a autoridade da OMS.
Para Tedros, há confusão, complacência e inconsistências em medidas de saúde pública e na aplicação delas, o que resulta em aumento da transmissão dos vírus e das mortes. “É preciso uma abordagem consistente, coordenada e abrangente. Os países que têm se saído melhor têm adotado uma combinação de medidas sob medida, mensuradas, ágeis e baseadas em evidências”, defendeu.
Remdesivir
O OMS também afirmou que, até agora, não há evidências de que o remédio remdesivir seja bem-sucedido para o tratamento de pacientes com covid-19. Por isso, não recomenda o seu uso. Segundo a entidade, estudos viram benefícios no uso do remdesivir em apenas alguns subgrupos.
Cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan disse que pesquisas menos abrangentes mostraram “benefícios marginais” com o uso do remdesivir. Segundo ela, a análise do medicamento continua acontecendo, mas até agora não houve a conclusão de que seu uso poderia ser vantajoso no tratamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou em 12 de março o uso do antiviral no tratamento de pessoas hospitalizadas com covid-19 no Brasil. O remédio é muito usado nos Estados Unidos em pacientes graves que não estão entubados.
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