plus

Edição do dia

Leia a edição completa grátis
Previsão do Tempo 30°
cotação atual R$


home
PANDEMIA

Covid-19 sofre 66 mutações em homem imunodeprimido infectado 3 vezes

Cientistas apontam que medicamentos que homem tomava suprimiam ainda mais a sua imunidade, o que pode tê-lo levado à morte

Imagem ilustrativa da notícia Covid-19 sofre 66 mutações em homem imunodeprimido infectado 3 vezes camera Reprodução

Um homem, de 45 anos, foi infectado pela Covid-19 três vezes neste ano e morreu devido a complicações agravadas por doenças prévias que ele possuía. O paciente tomava medicamentos imunossupressores, para a prevenção de rejeição de órgãos transplantados e no tratamento de doenças autoimunes.

A primeira vez em que ele foi diagnosticado com o novo coronavírus, usando o teste PCR (tido como o mais eficaz para constatar a doença), o tratamento passado para ele foi cinco dias do anti-inflamatório e distanciamento social. O Remdesivir, o medicamento é desenvolvido pela biofarmacêutica Gilead Sciences, tem apresentado bons resultados contra o vírus e foi aprovado recentemente para uso emergencial.

No sexto dia, ele foi liberado do hospital e até o 68º dia de seu quadro, se manteve em quarentena. No entanto, apesar deste período, ele foi hospitalizado outras três vezes com dores abdominais e uma vez por fadiga e falta de ar.

O quadro dele era ainda mais complicado uma vez que o rapaz sofria da síndrome autoimune antifosfolipídica (SAF), na qual o próprio sistema imunológico luta contra as proteínas do sangue, causando coágulos, um ponto chave para a gravidade dos quadros de SARS-CoV-2.

Segundo um estudo publicado na última semana, realizado pelas universidades de Harvard, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts e um hospital localizado em Boston, após as admissões hospitalares contínuas, houve uma complicação causada por hipoxemia (baixo nível de oxigênio no sangue), o que “causou uma preocupação para hemorragia alveolar difusa recorrente”, tipo de hemorragia causada no pulmão de um paciente.

O tratamento administrado, então, foi feito com doses aumentadas de glicocorticóides, medicamentos esteróides que se ligam ao receptor de cortisol. O paciente, no 39º dia de sofrimento pela doença, é considerado livre da covid-19 de uma vez por todas. Mas no 72º dia, enquanto internado pela hipoxemia, apesar do teste negativado, a situação não melhorava.

O tratamento administrado desta vez envolveu dez dias de remdesivir e, após esse período, não parecia haver mais um caso de reinfecção por covid-19. As amostras do vírus coletadas em quatro momentos da infecção do homem mostram que o paciente permaneceu infectado pela mesma cepa do vírus durante todo o processo. Mas o período sem efeitos colaterais não durou muito.

No 105º dia após a primeira admissão médica, o paciente apresentou um quadro de celulite infecciosa, uma infecção de pele potencialmente grave. Seis dias depois, a hipoxemia também voltou, o que fez com que o tratamento passasse a envolver níveis baixos de oxigênio.

No 128º dia, outro teste de PCR indicou a segunda recorrência de covid-19, o tratamento usado, novamente, foi o de cinco dias com remdesivir. Em um novo teste, o resultado foi negativo, mas a respiração do paciente não era recuperada e o risco de hemorragia fez com que ele fosse tratado, também, com imunoglobulina, ciclofosfamida de forma intravenosa, doses diárias de ruxolitinib (medicamento voltado para mielofibrose), ainda utilizando, também os glicocorticoides.

No 143º dia após a primeira aparição dos sintomas, o PCR indicou uma terceira infecção pelo SARS-CoV-2. Dessa vez, ele recebeu um coquetel de anticorpos contra a espícula do vírus, o Regeneron, usado pelo atual presidente americano Donald Trump durante sua infecção pelo vírus.

No 150º dia, o paciente teve de ser entubado, novamente pelo quadro de hipoxemia. Uma amostra de lavagem broncoalveolar (método de diagnóstico do sistema respiratório) realizada no dia seguinte revelou um valor alto no PCR do paciente e uma presença crescente do fungo aspergillus fumigatus, bastante comum em ambientes hospitalares. Para tratar todos os problemas, ele voltou a receber o remdesivir e a tomar antifúgicos. Quatro dias depois, o homem faleceu de “choque e insuficiência respiratória”.

O quadro confirma a necessidade de saber o histórico prévio dos pacientes e indica ainda que, apesar da idade, diversos fatores podem contribuir para quadros fatais da covid-19. Por conta de sua doença autoimune, como citado acima, o paciente já tomava uma série de remédios, como anticoagulantes, corticoides e imunossupressores. A resposta do seu corpo ao vírus pode ter sido profundamente afetada pela quantidade de medicamentos que ele tomava antes de contrair a doença. Com o sistema imunológico já extremamente comprometido, o SARS-CoV-2 foi fatal.

VEM SEGUIR OS CANAIS DO DOL!

Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.

tags

Quer receber mais notícias como essa?

Cadastre seu email e comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Conteúdo Relacionado

0 Comentário(s)

plus

Mais em Mundo Notícias

Leia mais notícias de Mundo Notícias. Clique aqui!

Últimas Notícias