A polícia e as forças de segurança iranianas dispararam balas reais e gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que protestavam contra as autoridades, que negaram inicialmente ter abatido um avião ucraniano, informou hoje (13) a agência Associated Press (AP).
- Iraque: mísseis atingem base militar norte-americana e 4 ficam feridos
- Trump: EUA podem responder a ataque iraniano de ‘forma desproporcional’
"Após traumas nacionais sucessivos em curto período de tempo, as pessoas devem poder expressar o luto e exigir responsabilidades em segurança", disse o diretor executivo da organização não governamental (ONG) Centro para os Direitos Humanos no Irã, com sede em Nova Iorque.
"Os iranianos não deviam ter de arriscar a vida para exercer o direito constitucional de se reunir pacificamente", acrescentou a ONG.
Vídeos enviados à organização e posteriormente analisados pela AP mostram uma multidão correndo, depois de uma granada de gás lacrimogêneo atingir os manifestantes.
As pessoas tossem e espirram enquanto tentam escapar, com uma mulher a gritar, em farsi: "Eles dispararam gás lacrimogêneo contra as pessoas! Praça Azadi. Morte ao ditador!".
Outro vídeo mostra uma mulher sendo carregada, em meio a marcas de sangue no chão. Pessoas ao seu redor gritavam que ela foi baleada na perna.
"Ela sangra sem parar!", disse uma pessoa. Fotos e vídeos após o incidente mostram poças de sangue na calçada.
- Segundo ataque: veja momento em que base norte-americana é atingida
- Trump defende que Irã abra mão de armas nucleares
A Polícia antimotim, com uniformes e capacetes pretos,
reuniram-se na Praça Vali-e Asr, na Universidade de Teerã, e em outros pontos
da capital.
Membros da Guarda da Revolução patrulhavam a cidade em motos, e outras forças da segurança à paisana também foram mobilizados para as ruas. As pessoas olhavam para baixo, enquanto passavam rapidamente pela polícia, aparentemente para tentar não chamar a atenção.
Na quarta-feira (8), a queda do avião ucraniano, abatido por um míssil, causou a morte de todas as 176 pessoas que se encontravam a bordo, a maioria iranianas e canadenses.
Inicialmente, as autoridades iranianas negaram qualquer culpa das Forças Armadas no acidente. Após três dias, o Irã admitiu que o avião foi derrubado acidentalmente, diante das crescentes provas e acusações apresentadas por vários líderes ocidentais.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar