O tribunal francês autorizou na manhã desta quinta-feira (5) que o galo Maurice, cuja dona foi processada pelos seus vizinhos, por cantar cedo demais, volte a exercer suas funções. De acordo com a imprensa local, a Justiça rejeitou a queixa dos vizinhos que acusaram a ave de acordá-los muito cedo. O fato ganhou repercussão mundial.
A sentença foi considerada uma “vitória” das tradições rurais da França. “Maurice venceu e os vizinhos agora terão que pagar mil euros à proprietária por danos morais”, declarou Julien Papineau, advogado da proprietária Corinne Fesseau, ao deixar o tribunal de Rochefort.
“Não tenho palavras. Vencemos. É uma vitória para todas as pessoas na minha situação. Espero que crie jurisprudência”, disse a dona do galo, que ficou conhecido mundialmente. “Todo mundo vai ser protegido: sinos, sapos etc.”, disse Corine, referindo-se a outras queixas semelhantes.
O galo se tornou um símbolo da resistência rural na França, onde uma petição para apoiá-lo recebeu mais de 140.000 assinaturas.
De acordo com o advogado dos vizinhos, Vincent Huberdeau, “não é um julgamento da cidade contra o campo. É um problema de dano sonoro, como o galo, o cachorro, a buzina, a música. É um caso de barulho.”
A dona do galo argumentou no tribunal que nunca havia recebido queixas sobre o cacarejo de Maurice. “Os galinheiros sempre existiram. Entre 40 vizinhos, incomoda apenas dois”, apontou. Para Fesseau, “o campo tem direito a seus ruídos. O galo tem o direito de cantar”.
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