O furacão Dorian, de categoria 5, atingiu as Bahamas no
domingo (1º) e pode rumar em seguida para os Estados Unidos. Com ventos de 295
km/h, trata-se do segundo maior fenômeno do tipo na história do Atlântico.
Segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), Dorian
tocou a terra em Elbow Cay, que faz parte das ilhas Ábaco, nas Bahamas, às
16h40 (13h40 no horário de Brasília).
Moradores da região postaram vídeos nas redes sociais
mostrando as inundações causadas pelo fenômeno. A altura da água chegava à
metade de algumas casas, que tiveram partes dos telhados arrancadas. A ilha foi
tomada por entulho.
As residências são projetadas para suportar ventos de ao
menos 241 km/h.
A expectativa era que os efeitos diretos do furacão durassem
quatro horas, com até 76 cm de chuva.
O primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, disse que
uma "tempestade monstruosa e mortal" estava atingindo o arquipélago.
"Isso vai nos testar de uma maneira que nunca fomos
testados antes", afirmou. Segundo Minnis, 73 mil pessoas e 21 mil casas
correm risco.
Segundo o NHC, o Dorian tinha se tornado o "furacão
mais violento da história moderna no noroeste das Bahamas". Seu diretor,
Jen Graham, garantiu que se trata de "uma situação extremamente
perigosa".
Em termos de velocidade dos ventos, Dorian empata como o
segundo maior fenômeno do tipo na história do Atlântico com os furacões Gilbert
(1988), Wilma (2005) e o do Dia do Trabalho (1935). O furacão Allen, de 1980,
com ventos de 306 km/h, ocupa a primeira posição.
Depois das Bahamas, ele pode se aproximar da costa leste da
Flórida entre a noite de segunda (2) e terça, mas é difícil prever a
intensidade com que chegará ao estado americano.
Mesmo com intensidade menor, os efeitos podem incluir chuvas
e ventos fortes, com potencial de destruição. De acordo com o NHC, ainda existe
a possibilidade de o furacão tocar a terra região.
"Ele está se deslocando e é muito difícil de
prever", afirmou o presidente Donald Trump no sábado, ao indicar que os
estados da Geórgia, da Carolina do Sul e da Carolina do Norte também poderiam
estar na trajetória.
"Inicialmente, iria atingir diretamente a
Flórida", mas agora parece se dirigir para a Geórgia e a Carolina do Sul,
disse o mandatário, acrescentando que o trajeto do fenômeno pode mudar
novamente. Trump cancelou a viagem que faria à Polônia no fim de semana para
monitorar a situação.
O governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, declarou
emergência na região. "A força e a imprevisibilidade da tempestade nos
obriga a estar preparados para todos os cenários", disse.
O estado de emergência já havia sido declarado na Flórida e
em vários condados da Geórgia. A medida permite uma mobilização maior dos
serviços públicos estaduais e, em caso de necessidade, auxílio federal.
Uma evacuação foi ordenada nas regiões costeiras de Palm
Beach e no condado de Martin, na Flórida.
Moradores desses estados encheram sacos de areia para
servirem de barreiras de proteção, e autoridades fizeram exercícios de
preparação.
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