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'Sexflix': indústria pornô empresta fórmula da TV e aposta em streaming e reality shows

Oferecer conteúdo online, para acesso quando e onde o espectador quiser. A mesma fórmula que guia as grandes emissoras de TV, como a Globo e a Record, tem sido usada pelas produtoras e exibidoras de filmes pornô, como Sexy Hot e Brasileirinhas, para mante

Imagem ilustrativa da notícia 'Sexflix': indústria pornô empresta fórmula da TV e aposta em streaming e reality shows camera Reprodução

Oferecer conteúdo online, para acesso quando e onde o espectador quiser. A mesma fórmula que guia as grandes emissoras de TV, como a Globo e a Record, tem sido usada pelas produtoras e exibidoras de filmes pornô, como Sexy Hot e Brasileirinhas, para manter o interesse do público.

"Hoje o nosso conteúdo é todo online. É como a Netflix, você paga R$ 29,90 por mês e acessa todo o nosso acervo", compara Clayton Nunes, presidente-executivo da Brasileirinhas, uma das mais renomadas produtoras de filmes adultos do país. "Para nós, não teve nenhum trauma, foi uma migração natural."

Criada em 1996, no auge dos DVDs, a produtora teve de se adaptar aos novos tempos. Se antes os filmes iam em mídias físicas para bancas de jornais e locadoras, agora seus 1,4 milhão de visitantes mensais conferem quatro lançamentos por mês direto nos sites da Brasileirinhas, que podem ser acessados pelo celular ou pelo computador.

O último DVD do selo foi lançado em 2013, mesmo ano em que a Blockbuster fechou suas unidades nos EUA, restando apenas uma no estado de Oregon. No Brasil, a rede fechou em 2007. Recentemente, a produtora deixou também a TV por assinatura. Nunes diz que os valores pagos pelos canais já não são mais os mesmos.

O investimento da Brasileirinhas está agora em criar parcerias com provedores de internet, para que atuem como revendedores da assinatura do site (R$ 29,90). Em troca, recebem uma parcela da assinatura paga que deve ficar em cerca de 30%. O modelo foi inspirado da ESPN, que usa a estratégia para o WatchESPN, seu serviço de streaming e vídeos sob demanda.

A fórmula visa ainda a expandir a marca Brasileirinhas para além do Sudeste, que concentra hoje quase metade de seus consumidores (26% dos assinantes estão em São Paulo, outros 11,5% moram no Rio de Janeiro e 10% são mineiros).

A margem de lucro das produções da Brasileirinhas continua semelhante àquela dos tempos áureos do pornô em DVD, 25% a 30%, mas o porte da empresa já não é mais o mesmo. O quadro de 80 funcionários chega hoje a 20.

A Sexy Hot, que atua tanto na produção de filmes próprios quanto na distribuição de conteúdo de terceiros, também aposta no site como streaming de pornô. Para Mauricio Paletta, diretor do Grupo Playboy do Brasil, dono da marca, o diferencial é a tecnologia e a privacidade, item essencial para sua clientela.

"Há muito conteúdo gratuito na internet. Oferecemos um material premium, numa plataforma responsável, com garantia de segurança, que o espectador pode acessar sem se preocupar", afirma, citando, como exemplo, o botão antiflagra, que redireciona o navegador a outro site predefinido pelo usuário.

O site do Sexy Hot, cuja assinatura custa R$ 19,90 mensais, tem hoje mais de 1 milhão de usuários e recebe em média três produções novas por semana. Já os canais da marca na TV paga reúnem cerca de 350 mil assinantes. O selo investe ainda em uma ferramenta simulcast, que permite assistir online e em tempo real a mesma programação exibida na TV e somou 569.324 visualizações no primeiro semestre deste ano. Paletta não revela o faturamento da empresa.

A marca mantém ainda o Grupo da Pelada do Sexy Hot nos aplicativos de mensagens WhatsApp e Telegram, cada um com cerca de 15 mil participantes. Lá, os integrantes podem ver cenas de 30 segundos dos filmes e links para assinatura.

"Não poderíamos deixar de acompanhar essa moda dos 'plays'. Nossa plataforma é um produto em constante reformulação, estamos sempre olhando para as mudanças no consumidor, os novos desejos que precisamos atender. Há uma necessidade diária de atualização e de investimento e o nosso foco principal está nisso", diz Paletta.

REALITY SHOW, BASTIDORES E INTERAÇÃO COM O ESPECTADOR

Uma das fórmulas que surgiu para atender uma demanda do público foi o reality show Casa das Brasileirinhas. No programa, uma atriz passa uma semana dentro de uma casa com piscina, academia e câmeras em todos os cômodos, inclusive no banheiro.

Por R$ 29,90 mensais, o espectador acessa todas as imagens e acompanha o dia a dia da atriz, além de sessões de sexo e gravações de filmes. Pode ainda interagir com a artista via chat. A atriz que ganha mais votos do público ao longo do mês, volta no seguinte.

"Sempre tinha muitas pessoas querendo assistir as gravações, mas a gente não tem como permitir porque atrapalha a qualidade do produto. Daí pensamos em colocar uma câmera nos bastidores e transmitir pela internet. A audiência cresceu e transformamos no reality", conta Nunes, da Brasileirinhas.

A casa permite ainda a Nunes saber qual de suas atrizes (só no ano passado foram 50 passando pela mansão estúdio da produtora) faz mais sucesso com os fãs. "Na época do DVD, a gente trabalhava às escuras. Não tinha como saber qual das três ou quatro meninas em um filme era a mais popular. Agora, sabemos."

O programa, que estreou em 2013 e é exibido exclusivamente pelo site, veio ainda como uma estratégia de combate à pirataria, outra vilã em comum da indústria cinematográfica pornô e tradicional. O conteúdo ao vivo dificulta o upload em plataformas como PornHub e Xvideos.

Já os recursos tecnológicos como filmes em 3D ou para serem vistos com óculos de realidade virtual não emplacaram entre o público dos pornôs. "O VR [realidade virtual] não pegou, foi como os óculos 3D. A gente ainda filma alguns vídeos de VR, mas ninguém vê. Obrigo o diretor a fazer porque compramos o equipamento e foi muito caro", brinca Nunes.

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