Pacientes do Ophir Loyola falam de amor à Nossa Senhora de Nazaré

É na tradicional parada em frente ao hospital Ophir Loyola que equipe médica e pacientes se unem para agradecer e pedir bençãos. Como muitos dizem, "a fé move montanhas". E, ao nos aproximarmos do Círio de Nazaré, sentimos a força dessas palavras. A fé suporta nossas dores, o cansaço e afasta a vontade de desistir, nos faz acreditar na vitória mesmo que tudo esteja contra nós.

A FÉ QUE SUPORTA

É com essa força que a bragantina Maria Conceição de Sousa encontra em si um ímpeto para vencer o câncer. Há quatro anos, quando identificou um nódulo no seio direito, o impacto da notícia não conseguiu abalar a confiança em Nossa Senhora. “Depois que eu identifiquei o nódulo, fiz os exames e o tratamento, mesmo assim precisei retirar a uma das mamas”, relembra.

(Foto: Irene Almeida/Diário do Pará)

A primeira luta foi vencida, mas anos depois Maria foi acometida por intensas dores no joelho, o que a fez voltar ao hospital. “Estava hospitalizada, fiz meus exames, mas me disseram que meu fêmur estava 'fraturado'. Precisei fazer o tratamento e agora aguardo a minha peça [prótese] chegar para fazer a cirurgia”.

Próximo de completar 63 anos, Maria nunca perdeu a fé em Nossa Senhora. Essa relação é observada na fitinha verde amarrada em seu pulso direito, que carrega todos os pedidos feitos no Círio retrasado. “Eu me pego muito com Nossa Senhora. Quando ela passar aqui na frente [do hospital], vou pedir pela proteção dos meus filhos e do meu marido.”

A FÉ QUE CONTAGIA

(Fotos: Irene Almeida/Diário do Pará)

Leonar da Conceição Pinheiro tem uma história curiosa. O primeiro contato com a Santinha foi ao desejar uma bicicleta em um sorteio. Um pedido inusitado, mas muito significativo. Leonar é um homem do campo, levava uma vida pesada do trabalho na roça no interior de Colares (nordeste paraense) e nunca teve a chance de andar de bicicleta. O pedido foi feito seguido da promessa: “fui sorteado e prometi andar a pé até Icoaraci”.

Veja a nossa galeria da Romaria Rodoviária nesta sexta-feira (12)

Ele tem também um histórico de “anjos” em sua vida. Há três anos, quando foi acometido por uma doença grave no estômago, teve os exames pagos por um de seus médicos. Depois foi calorosamente acolhido por amigos de sua esposa, que cederam sua casa em Belém para que o traslado até o hospital fosse mais fácil. "Eu devo a Nossa Senhora todas essas pessoas maravilhosas que caíram do céu e nos ajudam [ele e a esposa]".

Apesar de os resultados dos exames serem preocupantes e o obrigarem a ficar acamado no hospital, onde aguarda cirurgia, o colarense de 51 anos reafirma sua fé todos os dias nas longas preces por sua mulher, sua filha de criação e amigos. "Eu estou me preparando para a cirurgia daqui a uma semana, mas se eu não puder ver a Nossa Senhora quando ela passar aqui [em frente o hospital], com certeza eu vou visitá-la na Basílica depois que tudo isso acabar. Agora deixo tudo nas mãos de Deus", diz emocionado.

TRASLADO PARA ANANINDEUA

Nesta sexta-feira (12), dá-se início à primeira romaria de um total de doze, o Traslado para Ananindeua, que consiste na saída da Berlinda da Basílica Santuário, em Belém, seguindo para as avenidas Nazaré, Magalhães Barata, Almirante Barroso e rodovia BR-316.

Depois, segue pelos bairros Cidade Nova e Paar, em Ananindeua, e entrada do município de Marituba, até chegar a Igreja de Nossa Senhora das Graças, novamente em Ananindeua.De acordo com a PRF, a expectativa é que seja um traslado seguro e que a Santinha chegue ao seu destino por volta das 19h.

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(Fernanda Palheta/DOL)