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CÍRIO DE NAZARÉ

Nossa Senhora de Nazaré inspira diferentes tipos de joias em exposição no São José Liberto

A designer Celeste Heitmann pediu ao seu pai, português, uma louça de família que ele trouxe ao Brasil. E não foi para usá-la de forma usual, mas sim para quebrá-la e, com os cacos azuis, tradicionais das louças portuguesas, fazer suas joias. Há

A designer Celeste Heitmann pediu ao seu pai, português, uma louça de família que ele trouxe ao Brasil. E não foi para usá-la de forma usual, mas sim para quebrá-la e, com os cacos azuis, tradicionais das louças portuguesas, fazer suas joias. Há dois anos ela tem usado partes do objeto para compor suas peças, como uma imagem de Nossa senhora de Nazaré em forma de pingente em que usa o material e faz uma homenagem ao seu país e à sua fé na santa. A peça, uma gargantilha de prata, é uma das criações inéditas feitas especialmente para a exposição “Joias de Nazaré”, aberta no Polo Joalheiro, em Belém, com colares, pulseiras, anéis e adornos com a temática Nazarena.

“Esse prato era o que meu pai usava para se alimentar, na infância. Eu digo que ele quebrou, mas na verdade eu pedi permissão para quebrar e fazer peças exclusivas. Gosto de criar com esse material, misturo com as gemas. Eu pensei na Nossa Senhora barroca, nos arabescos da Basílica, com a prata. Sou portuguesa e essa é uma época em que me emociono muito. Para mim, nasci aqui de tanto que sou apaixonada pela cultura paraense. E venho fazendo essas peças com a imagem da Virgem”, conta a designer.

Em outra peça, de ouro, Celeste buscou inspiração na energia da santa e fez espécies de raios ao redor de seu manto, com pérolas. E para simbolizar a cabeça de Nossa Senhora e seu filho, colocou pequenos pedaços de rubi. “Nesta, tive referências neoclássicas, da arte própria da igreja”, comenta.

O seu trabalho começou há 30 anos, como artista plástica, e o design de joias surgiu com a vontade de materializar seus desenhos. Agora, ela produz o design e em parceria com um ourives chega à forma almejada no projeto.

“Começo a desenhar no papel e gosto muito de colocar em cima da mesa as gemas, observá-las. Eu adoro as pedras. Sempre faço o meu primeiro desenho, é o mais perfeito, nunca faço outro igual. Cheguei a começar a pesquisar sobre ourivesaria, mas gosto muito da criação”, diz, vislumbrando: “meu sonho era que uma ourivesaria me contratasse só para criar. Gosto de contar algo com histórias da nossa cultura. É uma coisa que realmente gosto muito, às vezes as pessoas me pedem algo específico também a partir de suas histórias”, comenta.

Outra designer de joias que tem peças na mostra e uma relação para lá de especial com o Círio é Helena Bezerra. Há 30 anos, durante a procissão do domingo, ela desmaiou e foi levada para o hospital e lá descobriu que estava grávida do primeiro filho. Por isso, este ano ela decidiu colocar em sua joia um colar com pingente em formato de berlinda, pedaços de cordas de sisal, em alusão à própria corda que puxa a imagem de Nossa Senhora e é muito disputada por fiéis que buscam pagar suas promessas.

“Fiquei pensando em como criar e lembrei da corda. Essa peça foi criada naquele momento em que os romeiros dão as mãos. Todo ano tem a campanha para não cortar a corda, mas todo ano cortam. E resolvi simbolizar esse momento, as pessoas desejam esse pedaço da corda. Usei uma forma de eternizar esse momento com a técnica que aprendi de esmaltação translúcida a frio, que não leva ao fogo. E para a coroa, ao invés de fazer o dourado, usei a representação da niceia, a flor da vitória-régia. É uma forma de lembrar que todo ano as flores e os adornos da Nossa Senhora mudam também”, explica a designer.

Helena começou na profissão herdando a labuta do pai, de vendedor de joias. E de tanto observar os tipos dos produtos, sentiu vontade de desenhar. Mas ela não acreditava que depois de uma certa idade conseguiria realizar essa vontade. Até que a filha, que é arquiteta, a matriculou em um curso de graduação em Design de Moda e ela nunca mais parou. Hoje também atua como ourives, ao lado do irmão. “Fui uma das primeiras mulheres ourives daqui”, orgulha-se.

(Dominik Giusti/Diário do Pará)

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