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CÍRIO DE NAZARÉ

Coordenador fala sobre preparativos para festa

O engenheiro Roberto Mauro Santos de Souza, 49 anos, ocupa, desde dezembro do ano passado, um dos cargos de maior responsabilidade na capital paraense. Ao lado da mulher, a arquiteta Daniela Chamma, 45, ele é o responsável pela coordenação geral do Círio

O engenheiro Roberto Mauro Santos de Souza, 49 anos, ocupa, desde dezembro do ano passado, um dos cargos de maior responsabilidade na capital paraense. Ao lado da mulher, a arquiteta Daniela Chamma, 45, ele é o responsável pela coordenação geral do Círio de Nazaré, a maior festa religiosa do Brasil, que movimenta cerca de 2 milhões de pessoas apenas na grande procissão deste domingo (9).

No total, 5 milhões de pessoas devem participar das 12 romarias do período ciriano, considerando-se que há pessoas que vão a mais de uma romaria. Na semana que antecedeu a festa, o clima no Centro Social de Nazaré, que funciona ao lado da Basílica Santuário, era de corre-corre. Mas Souza não parecia abalado. Apesar da tarefa árdua, demonstrava estar tranquilo. E foi com essa tranquilidade que ele recebeu a equipe do DIÁRIO para esta entrevista em que fala de mudanças e polêmicas envolvendo a festa.

P:Como é ser um dos responsáveis pela organização de uma festa com as dimensões do Círio?

R:Para a diretoria, o Círio começa no ano anterior, em dezembro, quando tomamos posse. Formamos um grupo de 31 casais e esse grupo é dividido em funções especificas, que cada um assume na realização desse trabalho. Existe um grupo responsável pela administração financeira, pela secretaria, pelo jurídico, equipe de decorações, de procissões... Eu e minha esposa somos o casal coordenador e, acima de nós, tem o presidente, que é um padre Barnabita. Hoje o presidente é o padre Luís Carlos. Todos sob a direção do nosso superior geral que é o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira.

P:Como fica a rotina do casal na semana que antecede o início da programação?

R:Na verdade, nós temos uma agenda intensa. Todo mês temos reunião. E há a parte espiritual. Fazemos adoração ao santíssimo Sacramento às segundas-feiras. E, ao longo do ano, vamos preparando essa agenda. Agora mais próximo do Círio, nessas últimas semanas, o trabalho se intensifica, exige muito mais dedicação nossa.

P:Sobra tempo para descansar, dormir?

R:Reduz realmente o tempo de sono. Mas contamos com uma equipe muito grande. O casal coordenador divide a responsabilidade com esse grupo de casais. Então, a gente procura fazer com que todos assumam a responsabilidade.

P:O Círio é uma festa que extrapola a religião. Como vocês lidam com os muitos eventos paralelos ao Círio propriamente dito?

R:A nossa preocupação é com a agenda oficial do Círio. É direcionada aos eventos religiosos e a captação de recursos. Fazemos por exemplo, uma homenagem às mães. Agora, o que acontece na cidade como um todo, foge do nosso controle. A gente não tem como interferir se alguém vai dar uma festa próxima ao Ver-o-Peso. Não temos como controlar e procuramos até evitar algum tipo de conflito, para que a gente consiga trabalhar em paz com a sociedade.

P:Todo paraense se sente um pouco dono do Círio e sempre que há alguma mudança, existe também polêmica. Como é o processo de definição dessas mudanças?

RNa verdade, essas mudanças não são feitas porque a gente acha que deve mudar por mudar. São feitas dentro de planejamento.
PNeste ano, vocês tinham previsto que a romaria rodoviária não passaria por Marituba e isso provocou uma grita geral...

R:Essa questão de Marituba vinha sendo pensada há 3 anos. Nós temos a preocupação de atender a todos os municípios. Marituba é um município, que na semana anterior ao Círio já tem uma visita intensa da imagem. Então, achamos que já era suficiente e nós resolvemos diminuir esse percurso, em função da própria paralisação da BR-316, que naquele momento fica praticamente interditada. Mas nós tivemos uma surpresa: foram muitas reclamações e diante disso, resolvemos voltar atrás.

P:A corda é um dos pontos cruciais na procissão. Qual a maior preocupação em relação a ela?

R:A corda tem uma simbologia especial. É, vamos dizer assim, uma atração dentro da procissão. Ela reúne uma enorme quantidade de pessoas e não temos efetivo para controlar uma a uma daquelas pessoas; saber se está levando uma faca, um canivete. Fazemos um trabalho junto à Polícia Militar, junto da própria guarda, de inibir o corte da corda. É um trabalho educativo também.

P:Essa é a maior preocupação na procissão?

R:Isso (o corte da corda) causa realmente um problema. Pode acontecer de alguém se ferir, se cortar. Existe um tumulto entre os próprios romeiros. Mas tentamos ajudar naquilo que é possível.

P:Muitas vezes, ouvimos os promesseiros da corda dizerem que se sentem meio abandonados, principalmente, quando a berlinda passa e eles ainda ficam para trás. Às vezes há um embate entre eles e a diretoria da festa. Como resolver isso?

R:Se todo romeiro observasse essa questão de não cortar a corda, o Círio ia acontecer tranquilamente. O ideal é que berlinda chegue até a sede do Clube do Remo (Na avenida Nazaré), onde estabelecemos como ponto final da procissão e eles esperariam a berlinda passar, já com a corda na mão. Nesse ponto, conforme as estações vão chegando, devem ser desatreladas da corda para não se criar tumulto.

P:Quanto tempo o senhor acha que deve demorar a procissão deste ano?

R:Cinco a seis horas. São os romeiros que dão o ritmo da procissão.

P:Muita gente critica quando o Círio acaba muito cedo..RPor que ela (a berlinda) chegou mais cedo? Porque o romeiro puxou a berlinda mais rápido. Não fomos nós que aceleramos. Foi o próprio romeiro que puxou.

P:Mas não é a diretoria quem corta a corda para acelerar a procissão?

R:Não. De forma alguma. Não cortamos a corda. Não damos ordem para cortar a corda. O que é visto, às vezes, é o guarda cortando a ligação da corda com a estação, porque a estação tem de ser recolhida.

(Rita Soares/Diário do Pará)

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