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CÍRIO DE NAZARÉ

Mesmo longe, dá para celebrar o Círio

Passa uma saudade danada quem é devoto paraense de Nossa Senhora de Nazaré e não pode estar em Belém quando chega o segundo domingo de outubro. E nem precisa ser religioso para sentir falta. O movimento da cidade na semana que antecede as grandes romarias

Passa uma saudade danada quem é devoto paraense de Nossa Senhora de Nazaré e não pode estar em Belém quando chega o segundo domingo de outubro. E nem precisa ser religioso para sentir falta. O movimento da cidade na semana que antecede as grandes romarias é especial. Não dá para explicar, é bom demais viver um Círio.

Mas há modos de amenizar essa falta. E foi isso que fez o personal trainner e professor de yoga Cristiano Collyer, 35, que mora há 10 anos em São Paulo. Ele costuma sempre dar um jeito de estar por Belém para ver a imagem de Nossa Senhora de perto, mas este ano não vai dar. Então, a comemoração do Círio vai ser lá mesmo, na sua casa, recebendo outros paraenses que também não puderam viajar para a capital paraense. A programação já tem até evento criado no Facebook.

O banquete promete ser farto e com todos os pratos tipicamente paraenses. Dentre os convidados, tem paulista também e até francês. As sobremesas também serão feitas por Cristiano. “É difícil. Saudade só se mata em Belém, chorando na avenida Nazaré atrás da ‘Naza’ com a família”, afirma. Reuniões desse tipo para aquecer o coração de quem deixou o Pará para morar fora são bem comuns na sua casa em outras épocas do ano. A mais famosa delas é um revéillon fora de época que ele organiza há 4 anos, sempre na primeira quinzena de janeiro, para reunir quem precisou viajar ou trabalhar na virada do ano.

MANIÇOBA

Um detalhe interessante desse “Círio paulista” é que a maniçoba está sendo feita por ele mesmo, que pegou a receita com a mãe e passou a semana toda cozinhando a maniva, como manda a receita. “Não podia aprender a fazer com outra pessoa. Minha mãe é a cara do Círio”, diz.

Militar da Marinha radicado há 20 anos no Rio de Janeiro, Marcos Antônio de Oliveira, 50, não se lembra o ano do último Círio que passou em Belém. E a saudade e a vontade de vivenciar de perto esse momento é grande. Por isso, todos os anos ele se une a outros paraenses que também moram lá para participar de um almoço do Círio coletivo e também de uma procissão realizada no segundo domingo de outubro, que ocorre nos bairros de Copacabana e Ipanema. “A procissão no Rio de Janeiro é menor, só tem um carro dos milagres. Porém, é muito bonito e emocionante”, afirma, contando que o ato chega a reunir 200 mil pessoas nas ruas.

“Mas não é a mesma coisa, ainda mais para quem sente falta da família, curtir todos aqueles rituais”, conta o militar, que foi criado em família extremamente católica e para a qual o Círio tem um significado muito importante. Pelo menos o almoço do domingo sai quase igual ao dos paraenses. “A maniva a gente acha em São Gonçalo. E o camarão, a gente compra o que achar”.

COMIDA

A chef de cozinha Niceise Ribeiro, 35, passará, este ano, o seu segundo Círio em São Paulo, depois de 3 anos longe de Belém. E resolveu aceitar a encomenda de comidas típicas de Círio depois de perceber que quem morre de saudade da terrinha nessa época consegue passar melhor se tiver um gostinho familiar por perto. A ideia deu certo e teve encomenda feita até do Rio de Janeiro, graças a ajuda de fornecedores paulistas mesmo que fazem os ingredientes chegarem até ela.

“Mesmo distante, as pessoas querem se reunir em volta da mesa no Círio”, garante. “Muitas até trazem ingredientes daí de Belém, mas não sabem manipular”, detalha. Ela conta que a coisa mais difícil é achar uma lembrança dessa época do ano que não lhe remeta a estar cozinhando, seja com a família ou com os amigos. “Como eu cozinho, não sinto tanta falta das comidas, porque sempre faço. Sinto é do fervor da cidade e, claro, do cheiro da maniçoba pelas ruas”, diz a chef.

(Carolina Menezes/Diário do Pará)

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