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CÍRIO DE NAZARÉ

Símbolos religiosos foram incorporados ao Círio

De acordo com o professor Silvio Lima Figueiredo, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), da Universidade Federal do Pará (UFPA), a devoção mariana é uma caract

De acordo com o professor Silvio Lima Figueiredo, pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), da Universidade Federal do Pará (UFPA), a devoção mariana é uma característica do cristianismo católico, enraizada em países da Europa ibérica (Portugal e Espanha). “Por isso, foi disseminada nas regiões colonizadas por esses dois países, principalmente na América Latina, incluindo o Brasil”, observa Figueiredo, autor do livro “Círio de Nazaré, Festa e Paixão”, publicado em 2005.

Segundo ele, foi na Idade Média que se criou uma série de elementos dedicados à Nossa Senhora, como as ladainhas, a oração Ave-Maria, os hinos, as aparições, e as igrejas dedicadas à mãe de Jesus. “As aparições de Lourdes e Fátima (1858 e 1917) também fortificaram essa devoção”, diz o professor. “Então, temos a devoção à mãe de Cristo nas suas mais diferentes manifestações, como Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima, de Lourdes e, lógico, Nossa Senhora de Nazaré.”

A catequização dos índios no Novo Mundo pelos espanhóis e portugueses fez com que muitos elementos da devoção aos santos católicos, entre eles Maria, fossem disseminados nos territórios conquistados, incluindo formas mais festivas de se comemorar e agradecer a esses santos, baseadas em procissões e ladainhas. “Essas procissões eram completadas por quermesses, os chamados arraiais, nos quais existiam festas dançantes, jogos e outros elementos”, explica Figueiredo.

O Círio de Nazaré tem esse formato no seu início, um relato recorrente, como o do achado da imagem pelo caboclo Plácido, sua mudança de lugar, seu desaparecimento e reaparecimento no mesmo local anterior, a procissão em louvor à santa, o pagamento de promessas e o arraial. Sua origem se confunde com o início da devoção, baseado no achado de Plácido, uma pessoa verídica que existiu por volta de 1700, segundo alguns documentos, e com a primeira procissão datando de 1793. “A partir de então, o Círio tem mudado constantemente, passando de procissão componente de ritual a evento religioso, cultural e turístico”, destaca o professor.

A CORDA

Essas mudanças, segundo o pesquisador, são pautadas pela introdução da corda (após um atoleiro, uma corda ajudou a puxar o carro da santa), no século XIX, a entrada e retirada dos marujos (um barco se salvou de naufrágio pelas mãos de Nossa Senhora de Nazaré), as mudanças de horário e os elementos que foram se acoplando à procissão. Outros eventos posteriormente agregados ao Círio são a procissão noturna (Trasladação), a fluvial (incentivada pelo órgão de turismo estadual), as procissões rodoviárias e de motoqueiros, as peregrinações, as ladainhas, o Auto do Círio, a “Festa da Chiquita”, o arraial, o almoço do círio, os brinquedos de miriti e o Arrastão do Círio. “Só Nossa Senhora sabe o que será criado futuramente para ser incorporado ao Círio. E, assim, a festa maior dos paraenses se modifica, mas se perpetua a todo momento”, declara.

(Luis Flávio/Diário do Pará)

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