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CÍRIO DE NAZARÉ

O desafio de conduzir 2 milhões de pessoas

Homem de poucas palavras, o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, é natural de Campo Grande (MS), mas demonstra uma naturalidade por estar aqui como qualquer paraense que nunca tenha saído de Belém. Às vésperas de mais um Círio como ocupante do cargo m

Homem de poucas palavras, o arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, é natural de Campo Grande (MS), mas demonstra uma naturalidade por estar aqui como qualquer paraense que nunca tenha saído de Belém. Às vésperas de mais um Círio como ocupante do cargo máximo do clero católico local (função que ocupa desde 30 de dezembro de 2009), aparenta uma tranquilidade invejável às vésperas de mais uma intensa festividade nazarena, que reúne 2 milhões de fiéis, segundo dados do Dieese. Questionado sobre seus preparativos para encarar a maratona que envolve mais de uma dezena de procissões, é sucinto. “Desejo que vivamos bem, não há nada [de preparação] especial”, explica.

Durante a última coletiva à imprensa antes do início dos maiores e mais importantes traslados da festividade, na última segunda-feira (5), voltou a falar sobre sua preocupação com os riscos do corte antecipado da corda -“sabemos que 96% dos romeiros são contra esse ato”, confirmou -, ao mesmo tempo em que mostrou comoção ao revelar que muitos fiéis enfiam em seus bolsos, durante as romarias, pedaços de um dos maiores símbolos de toda a celebração. “‘Esse aqui eu cortei para o senhor’, eles me falam”, contou o religioso.

Para ele, não há nada que impeça os verdadeiros devotos de Nossa Senhora de Nazaré de estar na capital do Estado para acompanhar os eventos do segundo domingo de outubro. “Ninguém resiste ao Círio. Nem a crise”, referindo-se aos problemas econômicos que assolam o País, mas que parece não ter chegado por aqui quando esse é o assunto. Dom Taveira falou com exclusividade ao DIÁRIO, sobre mais um Círio de Nazaré como mandatário maior do clero católico da capital.

P: O senhor já chegou a brincar, dizendo que, se a festa fosse terceirizada e entregue a uma empresa de eventos, nenhuma daria conta, dada sua grandiosidade. Por que o Círio é algo tão difícil de organizar?
R: Eu não considero como uma coisa pesada. Quando terminamos o Círio e olhamos as pessoas que dele participam, e nele se envolvem, todas elas estão extremamente felizes.

P: Mas o senhor não fica cansado?
R: Claro (risos). É um evento que exige um ano inteiro de trabalho. Mas é um cansaço gostoso, gratificante. Vale a pena nos cansarmos para realizar o Círio. Porque é um evento muito grande. Uma festa que envolve mais de 2 milhões de pessoas exige um concurso de muitas forças e de muitas realidades.

P: É claro que, para os fiéis, a sensação de que o Círio chegou é recente, mas para vocês esse trabalho começa bem antes. Desde quando a Arquidiocese está se preparando para a programação de 2015?
R: Desde o fim do Círio de 2014 (risos). Nós temos um escritório permanente do Círio. Quando termina a festa de um ano, nós vamos fazer a avaliação, acertar as contas. Logo em seguida, já vou apresentar o tema do Círio do ano seguinte. Neste ano, há mudança na coordenação da Diretoria da Festa. Então, no mês de dezembro termina uma gestão, para em janeiro começar uma nova. Aí, a gente já começa a preparar o livro da peregrinação, e daí por diante! Quer dizer, é um trabalho de um ano inteiro. A Diretoria do Círio se reúne todas as segundas-feiras o ano inteiro, e tem trabalho o ano inteiro! Porque é um evento de grande significado e que pede a participação de todos. Inclusive porque nós temos que pensar nas peregrinações que a diretoria tem que organizar quando se vai a outros estados, a outros lugares que querem receber a visita da imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Tudo isso é vivido, preparado e idealizado pela
Diretoria da Festa.

P: Como é essa relação do Arcebispo e Arquidiocese com a Diretoria da Festa? Há interferências no trabalho um do outro?
R: A Diretoria da Festa é nomeada pelo presidente dessa diretoria, que coincide de ser o reitor da Basílica Santuário de Nazaré, que por sua vez é nomeado pelo Arcebispo. Então, a Diretoria trabalha permanentemente em comunhão comigo, informando todas as coisas. Eu acompanho todos os passos através do Pe. Assis, que é o reitor da Basílica, e que é o presidente da Diretoria do Círio. Temos um coordenador, que nesse momento é o Jorge Xerfan.

P: O senhor disse que este é o ano de troca de componentes da diretoria. Quando ocorre esse anúncio?
R: Em dezembro.

P: E a sua preparação pessoal para dar conta de toda essa agenda? O senhor já admitiu que é cansativo.
R: A minha preparação é viver bem, cumprir minha missão de bispo, acompanhar as pessoas, ir às peregrinações que posso ir.

P: Mas é uma maratona.
R: Graças a Deus! Os dois bispos trabalham muito! (risos)

P: E suas expectativas para as peregrinações deste ano? Um Círio realmente nunca é igual ao outro?
R: Certamente. Vamos vivê-lo bem, só isso. Não tem nada especial.

P: Com essa crise econômica que o país enfrenta, as pessoas estão reclamando muito dos preços das passagens. Mas, pelas expectativas do Dieese, as previsões de público não diminuem, quanto o assunto é o Círio de Nazaré. O senhor acredita que teremos uma festa com tanta gente quanto nos outros anos?
R: Sem dúvida alguma. Por isso que eu gosto de repetir um verdadeiro refrão: ninguém resiste ao Círio. Nem a crise. O Círio de Nazaré está na raiz da vida religiosa do povo paraense.

(Carolina Menezes / Diário do Pará)

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