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CÍRIO DE NAZARÉ

Da Catedral à Basílica, o caminho da fé

No momento em que a visão se aproxima da janela voltada para a Boulevard Castilhos França, a emoção toma conta. Diferente da fila de ônibus e da correria dos feirantes que atravessam em direção ao Mercado do Ver-o-Peso diariamente, no segundo domingo de o

No momento em que a visão se aproxima da janela voltada para a Boulevard Castilhos França, a emoção toma conta. Diferente da fila de ônibus e da correria dos feirantes que atravessam em direção ao Mercado do Ver-o-Peso diariamente, no segundo domingo de outubro o que se vê pelo caminho da procissão é muita gente.

Assim que a berlinda que guarda a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré surge, já no final da Pedra do Peixe, o gerente de um hotel localizado em frente ao Ver-o-Peso, Ricardo Massoud, 55 anos, tem a combinação que desde 2000 faz com que os olhos fiquem cheios de lágrimas. Quando a imagem da Virgem de Nazaré passa em frente ao local, ele estende as mãos para fora da janela e sentir o calor que emana da fé do povo. “Quando eu vejo a combinação dos fogos com a massa de gente que vai passando acompanhando a santa, a energia que eu sinto é muito forte e chega até aqui em cima”.

Percorrida pela procissão após a saída da Catedral Metropolitana de Belém, a Castilhos França é uma das primeiras a receber as mudanças provocadas pela procissão do Círio de Nazaré. Os carros cedem lugar ao caminhar de pés descalços, as calçadas ficam cheias de pessoas que não se importam de ter o corpo colado a desconhecidas e uma só fé é compartilhada. “Essa região do Ver-o-Peso é o termômetro de Belém e no dia do Círio o que mostra é que a fé do paraense por Nossa Senhora é coisa que está no sangue”, diz Ricardo.

PRESIDENTE VARGAS

Os efeitos do Círio são capazes de silenciar o barulho do trânsito até mesmo da agitada avenida Presidente Vargas. Desde as primeiras horas do segundo domingo de outubro, o que se escuta na segunda grande avenida no caminho da romaria é apenas o barulho provocado pelos devotos. “Tudo silencia e só ouvimos as pessoas. Não tem mais barulho de carro”, recorda a aposentada, Arminda Pinho, 77 anos.

Moradora do prédio já famoso pela visão privilegiada da procissão, o edifício Manoel Pinto da Silva, a devota de Nossa Senhora de Nazaré vê passar pela sua sacada a história do Círio escrita ano a ano pelos próprios fiéis. Dias antes, ela acompanha a montagem das arquibancadas, na véspera ela observa as pessoas que dormem na Praça da República a espera da procissão e, no domingo, vê os promesseiros que cumprem o percurso de joelhos e com tijolos na cabeça.

Nada se compara, porém, ao momento em que a imagem de Nossa Senhora surge por entre as folhas das mangueiras. “Ela vem com seu manto trazendo uma ‘cauda’ de gente. A impressão que se tem é de que os fiéis são uma ‘cauda’ enorme que ela vem cobrindo como num véu de noiva”, descreve.

Da sacada onde Arminda vive o percurso do Círio já há 30 anos, a senhora teve o privilégio de contar com a companhia de vários membros da Arquidiocese de Belém, dentre eles o arcebispo emérito de Belém, Dom Vicente Zico – que morreu em Belém em maio deste ano. Com recordações sempre muito boas dos domingos de Círio compartilhados na morada localizada no percurso da procissão, os efeitos da festa religiosa se fazem presente desde muito cedo. “Final de agosto o cenário já começa a ficar diferente, parece que a Presidente Vargas cheira a Círio. De repente, tudo muda”.

NAZARÉ

Das modificações sofridas com o passar do tempo na rua onde a grande romaria é encerrada, a avenida Nazaré, as que mais chamam a atenção do porteiro Abimael Luz, 42 anos, é a quantidade cada vez maior de fiéis. “É muita gente de todo tipo e todo mundo passa aqui na frente”, visualiza Abimael do prédio onde trabalha todos os domingos de Círio.

Localizado na portaria em frente à Praça do Centro Social de Nazaré (CAN), o homem tem o privilégio de presenciar o momento da chegada da berlinda até a Basílica Santuário de Nazaré. Completamente coberta por quem faz questão de conduzir a imagem peregrina até o destino final, aos poucos a avenida vai retornando à rotina que lhe é característica durante o resto do ano. “Depois que passa, todo mundo já vai voltando pra casa, já passam as pessoas limpando e tudo vai voltando ao normal”.

(Cintia Magno/Diário do Pará)

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