Uma ordem escolar está causando polêmica entre pais, alunos e professores de uma escola paulista. Na última terça-feira (25), alunos e alunas do Collegium Sapiens, em São Carlos, no interior de São Paulo, se uniram para fazer uma manifestação contra a decisão tomada pela instituição de proibir que meninas usassem short curto, alegando que a peça “desvia a atenção dos alunos e professores”.
No Facebook, Heloísa Aidar, irmã de uma das alunas, compartilhou uma foto feita durante o protesto, para expor a situação.
“Minha irmã estuda em uma escola onde as meninas não podem usar short acima do joelho e os meninos não tem restrição, nem medidas (...) A postura desta escola só reforça a ideia de que a mulher é culpada pelo assédio e deve ser uma bela, recatada e do lar para que o assédio não aconteça (...) Não é um detalhe. Não é pequeno. É machismo velado e arraigado que envenena a nossa sociedade”, escreveu ela.
À Universa, Paulo Braga, professor e um dos fundadores da escola, informou que a instituição não proíbe o uso de short, sendo a peça "parte integral do uniforme escolar" e feita por empresas do ramo de confecção local.
"O uniforme é exigido indistintamente para meninos e meninas e não, exclusivamente, às meninas conforme aponta tal documento. Aliás a escola repudia, veementemente, distinções de qualquer tipo inclusive as de gênero. Os alunos são sempre orientados a entender e aceitar de forma natural a diversidade”, disse.
Sobre as acusações de que representantes do colégio e alguns dos professores teriam afirmado que o short curto "desvia a atenção dos alunos", Paulo diz ser uma "interpretação equivocada e inflamada de alunos que não se conformam com a existência de regras mínimas de convivência social”.
"O uso de uniforme pelas escolas certamente não tem nenhuma ligação com o aprendizado e se relaciona mais com questões de segurança e identificação dos alunos. Além de atender reivindicação das famílias no sentido de evitar ostentações de alunos de maior poder econômico. Essas razões também foram pontuadas com os alunos na reunião de dois anos atrás e houve concordância”, concluiu.
(Fonte: UOL)
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