Restaurante é alvo de protesto após batizar sanduíche de 'Marielle Franco'

Um restaurante localizado em Belo Horizonte virou alvo de críticas depois de incluir um novo sanduíche no cardápio. O Vegans 2 Go criou um hambúrguer de feijoada sem glúten que leva o nome de Marielle Franco, vereadora que foi executada a tiros no dia 14 de março deste ano, no Rio de Janeiro. O motorista Anderson Pedro Gomes dirigia o veículo em que os dois estavam e também morreu.

Muitas pessoas questionaram a empresa sobre o motivo para o hambúrguer receber o nome de Marielle. Alguns consideram que o estabelecimento está se aproveitando da figura da vereadora para lucrar. “Ganhar dinheiro com o nome de mulher preta, que foi ASSASSINADA, é muito desonesto. Isso não é homenagem, é oportunismo. Respeitem nossa dor!”, escreveu uma internauta nas avaliações do restaurante.

“Total desrespeito com a Marielle. Vocês envergonham os veganos”, disse outra. “O que passa pela cabeça de uma pessoa para criar um ‘hambúrguer de feijoada’ com o nome de uma mulher negra, brutalmente assassinada?”, questionou uma terceira usuária da rede social.

Outro lado

Ao jornal local Bhaz, a proprietária do estabelecimento negou que o nome de Marielle tenha sido usado para “gerar lucro”. Camila Marques, de 29 anos, explica que o hambúrguer surgiu a partir da sugestão de uma cliente e que houve uma votação para a escolha dos ingredientes. Ele leva cogumelos salteados, linguiça vegetal, crispy de couve, vinagrete e maionese de pimenta biquinho.

Segundo Camila, o cardápio conta com lanches que levam nomes de outras mulheres fortes e ativistas, que merecem ser homenageadas. Luisa Mell, Bela Gil, Carmem Miranda e Alana Rox são alguns deles. “Acompanhamos as críticas, mas estamos tranquilos. Tivemos autorização da família para homenagear a Marielle, permissão da filha dela”, disse, citando Luyara Santos.

“Tudo foi feito com muito respeito, as pessoas julgam sem saber. Quem acompanha há mais tempo sabe que somos um restaurante ativista, que defende causas. O veganismo, o movimento negro, a causa LGBT. É importante conhecer o contexto e a história”, acrescentou Camila Marques.

(Fonte: Bhaz)