A pandemia tem afetado a todos, mas uma parcelada população tem sentido ainda mais a dureza e as consequências da covid-19. Você tem sua renda todo mês garantida? Pode trabalhar em home office? Ou precisa sair de casa todos os dias para garantir o sustento da família? As informações são da Folha de S. Paulo.
Os mais pobres foram os que mais morreram de covid-19, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad Covid-19), elaborados pela FGV Social, por justamente ter que ir atrás de renda e não terem a opção pelo home office.
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Ainda segundo o estudo, as áreas pobres no país e bairros da periferia de São Paulo, por exemplo, chegaram a ter três vezes mais mortes causadas pelo coronavírus do que outras regiões.
O estudo “Desigualdade Social e a mortalidade pela Covid-19 na cidade de São Paulo”, elaborado por quatro pesquisadoras com base em 19,5 mil óbitos, apontou que nos distritos em que mais de 10% da população tem renda per capita menor que R$ 275, morreram 70% mais pessoas de covid-19 que nas regiões mais ricas.
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Os dados do mercado de trabalho durante a pandemia revelam que os mais ricos e escolarizados no Brasil puderam se proteger bem mais que as pessoas de menor renda e pouca educação.
Segundo dados da Pnad, 28% dos membros da classe A/B (renda domiciliar superior a R$ 8.303) puderam alterar o local de trabalho durante a pandemia.
No entanto, na classe D/E (renda até R$ 1.926), apenas cerca de 7,5% tiveram essa opção. Na classe C (que ganhou destaque nos anos 2000 e tem renda entre R$ 1.926 e R$ 8.303), somente 10,3% fizeram isso.
Os funcionários de supermercados, vendedores e frentistas de postos, por exemplo, estão entre as profissões que menos puderam alterar o local ou a forma de trabalho. Quase 95% deles continuaram trabalhando no mesmo local na pandemia, de acordo com a pesquisa.
O diretor da FGV Social, Marcelo Neri, ressalta que "os trabalhadores mais pobres são os que mais precisam sair de casa para conseguir renda". Ele destaca, que trabalhar em home office "é um privilégio das classes A e B, onde estão os empregadores, trabalhadores da ciência ou intelectuais, dirigentes e funcionários públicos".
A escolaridade também influenciou, já que 34% dos que têm ensino superior alteraram o local de trabalho. No entanto, a taxa cai para 8% entre os com ensino médio completo e a 6,6% entre os que têm apenas o fundamental.
Também houve reflexo nas áreas com maior percentual de moradias precárias, com 53% de óbitos. Em casas com mais de três pessoas por cômodo, a taxa de mortalidade foi mais que o dobro na comparação com domicílios menos densos.
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