Criador do Zé Gotinha, o artista plástico Darlan Rosa, 74, classificou a versão da personagem com uma arma nas mãos divulgada pelos filhos de Jair Bolsonaro como “imagem terrível” e contrária aos propósitos idealizados por ele.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro fez pouco caso da importância da vacinação, criticou a Coronavac (principal fármaco na imunização em curso no Brasil) e continua defendendo remédios sem eficácia contra a Covid-19, como a hidroxicloroquina. Nas últimas semanas, deu início a uma retórica pró-vacina para tentar estancar perda de popularidade causada pelo aumento do número de mortes.
A versão deturpada foi compartilhada nesta sexta-feira (12) pelo deputado Eduardo (PSL-SP) e pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), um dia após o ex-presidente Lula (PT) criticar a condução do combate à pandemia no Brasil pelo pai deles.
Rosa foi contratado pelo Unicef (braço da ONU para a infância) em 1986 para desenhar um símbolo para a campanha de erradicação da pólio. “É tudo o que eu não penso. Ele foi concebido como personagem educativo. Não há nada de educativo numa arma”.
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