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Velhos golpes financeiros ganham nova cara com o Pix

A chegada do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, deu um "upgrade" em um golpe já antigo na praça

Imagem ilustrativa da notícia Velhos golpes financeiros ganham nova cara com o Pix camera WhatsApp é o principal meio por onde iniciam os golpes | Agência Brasil

O roteiro é o mesmo: os criminosos invadem a conta de um número de WhatsApp e se fazem passar pela vítima, enganando seus contatos e pedindo dinheiro para pagar uma dívida. "Minha conta excedeu o limite diário de transferência. Amanhã cedo eu te devolvo", é o discurso de praxe.

O golpe, que é uma extensão dos crimes já feitos com transferências por TED e DOC, agora conta com a instantaneidade e fluidez do Pix.

O crime começa já na invasão da conta do WhatsApp, principal aplicativo de troca de mensagens no país.

A reportagem conversou com duas pessoas que preferiram não serem identificadas e que foram vítimas do golpe. Elas contam que chegaram a transferir de R$ 1.950 a R$ 3.000 via Pix para os criminosos, acreditando que se tratavam de favores para amigos.

Uma das fontes disse que tem conta no Santander e afirmou que chegou a entrar em contato com o banco para fornecer as informações que tinha sobre quem recebeu a transferência. O objetivo era tentar reaver os recursos perdidos, mas não obteve sucesso.

Em nota, o Santander afirmou que faz orientações de segurança a seus clientes.

"O Santander orienta continuamente quanto à segurança ao realizar operações financeiras via qualquer meio, reforçando os cuidados para validar os dados das transações antes de efetivá-las", disse o banco.

Para o diretor-executivo de inovação, produtos e serviços bancários da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Leandro Vilain, é necessário diferenciar os tipos de falhas de segurança que têm acontecido.

"O sistema é super seguro, usa um ambiente autenticado, criptografia e todas as medidas de segurança cabíveis. Isso é uma coisa. Outra coisa é o aumento de tentativas de fraudes via engenharia social, que realmente ganhou força na pandemia", afirmou o executivo.

Engenharia social é uma manipulação psicológica feita por criminosos, que enganam a vítima com o objetivo de acessar seus dados pessoais, conta bancária ou conseguir transferências.

Em reação, os bancos intensificaram a comunicação com seus clientes e atualizaram os seus sistemas para tentar mitigar esse tipo de golpe, com áreas de prevenção à fraude e averiguação de casos.

De acordo com o gerente geral de cyber e prevenção de fraudes do Banco do Brasil, Rafael Giovanella, também houve um crescimento das tentativas de abertura de contas digitais com documentação falsa para a criação de chave Pix .

"O Banco Central e as instituições participantes garantem camadas de segurança cibernética robustas nos sistemas e infraestrutura de tecnologia de informação, e não é diferente com o Pix. Em casos de fraudes, a hipótese mais provável é que o cliente tenha sido ludibriado", afirmou Giovanella.

"Nesses casos, resta às instituições financeiras, quando acionadas em tempo hábil, tentar bloquear os recursos nas contas credoras, o que nem sempre evita o prejuízo do cliente", disse.

Os executivos do setor bancário afirmam, ainda, que a responsabilidade da instituição financeira converge para dois pontos importantes: o primeiro de monitorar as transações feitas pelos clientes e o segundo, de conscientização.

"Novos golpes são criados todos os dias, independente do Pix ou de outra forma de transferência de recursos. O que ocorre é que, com a bancarização e intensificação da utilização de soluções digitais aumenta, também, a quantidade de usuários mais suscetíveis aos golpes", afirmou Giovanella.

Para os consumidores que escolhem entrar com uma ação judicial para tentar reaver os recursos, o sócio do Kincaid Mendes Vianna Advogados, Rodrigo Cotta, afirma que os tribunais seguem o Código de Defesa do Consumidor, mas que os juízes também levam em conta os cuidados que o usuário teve ao fazer a transferência.

Ações como cautela na conferência dos dados, contato imediato com as instituições relacionadas com o caso são alguns dos pontos levados em consideração.

"Além das instituições financeiras, as operadoras de telefonia e as empresas de prestação de serviço de troca de mensagens também são partes envolvidas em casos como esse. Mas se o consumidor não teve o cuidado necessário, pode ser considerada uma culpa exclusiva da vítima, o que afastaria a responsabilidade dos demais", disse o advogado.

Em nota, o WhatsApp afirmou que não permite o uso do seus serviço para fins ilícitos ou não autorizados, incluindo a violação de direitos de terceiros ou passar-se por outra pessoa.

"A empresa oferece mecanismos para que seus usuários se protejam de golpes na plataforma e recomenda a ativação da confirmação em duas etapas, que funciona como uma camada extra de segurança para as contas. Esse recurso possibilita o cadastro de um e-mail e de um PIN de seis dígitos, solicitado periodicamente para o usuário e necessário para confirmar o número no WhatsApp. Este PIN, assim como o código de verificação enviado por SMS, não deve ser compartilhado com outras pessoas, nem mesmo amigos próximos ou familiares", disse a companhia.

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