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O CALVÁRIO DE JOEL

Jovem negro testemunha roubo de moto e é preso no lugar dos ladrões

Sua prisão e condenação foram baseadas apenas nos testemunhos de um policial militar e no reconhecimento do dono da moto. Nove testemunhas afirmam a inocência de Joel.

Imagem ilustrativa da notícia Jovem negro testemunha roubo de moto e é preso no lugar dos ladrões camera Mãe de Joel vive dias de agonia. Rapaz saiu para emprestar ferro de passar roupa e foi preso. | Marcelo Oliveira/Uol

Um jovem negro da zona sul de São Paulo está vivendo um verdadeiro calvário desde junho do ano passado. Joel Rodrigues do Nascimento Júnior, de 21 anos, está preso preventivamente, condenado em 1ª instância por um crime que ele e nove testemunhas garante não ter cometido.

Joel foi preso após ver dois ladrões abandonarem uma moto roubada em sua rua. Quando a Polícia Militar chegou ao local, prendeu o jovem. Sua prisão e condenação foram baseadas apenas nos testemunhos de um policial militar e no reconhecimento do dono da moto. A defesa de Joel afirma que o reconhecimento foi ilegal.

Os moradores da rua de Joel se mobilizaram para pedir a libertação do rapaz. Dezenas de pessoas escreveram cartas para serem anexadas ao processo, pedindo que a Justiça ouça as verdadeiras testemunhas que viram os verdadeiros autores do roubo, assim como as que viram que Joel não chegou próximo ao veículo.

Apenas duas das cinco testemunhas arroladas pela defesa de Joel foram ouvidas pela juíza Maria Domitila Manssur, da 16ª Vara Criminal, no dia da audiência de instrução e julgamento de seu caso, em novembro do ano passado.

A Polícia Civil e o Ministério Público não ouviram outras pessoas além do PM e das vítimas e não produziram novas provas. Em 2015, o Supremo Tribunal Federal garantiu o poder de investigação do MP, que pode realizar diligências e colher testemunhos.

Uma reportagem do site UOL leu mais de 300 páginas do processo e conversou com as nove testemunhas e parentes de Joel, assim como o advogado da vítima. Segundo afirmam, na noite do crime, 18 de junho, Joel saiu de casa para pedir um ferro emprestado para sua vizinha, e acabou sendo preso. Os dois ladrões passaram empurrando a moto roubada de um casal uma hora antes. Na chegada da polícia eles abandonaram o veículo e Joel acabou sendo preso.

O policial de que fala o entregador é o soldado da PM Salvatore Riccetti, 40, lotado na época no 2ª companhia do 3º Batalhão da PM. A versão de Riccetti é a que prevalece no boletim de ocorrência e no processo. Ele afirma que chegou à rua Baldomero Fernandez e que viu Joel estacionando a moto e que em seguida o jovem desceu a rua em direção contrária a dos policiais. Abordado por eles, disse que sabia que a moto era roubada e negou o crime. Mesmo assim Joel foi preso em flagrante pelo roubo.

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