O protesto pela morte de Beto Freitas, homem negro de 40 anos espancado no Carrefour, em Porto Alegre, reuniu milhares de pessoas na noite desta sexta-feira (20), em frente ao mercado.
O ato se iniciou às 18h e, por volta das 19h, se dispersou. Manifestantes abriram as grades do estacionamento do Carrefour e chegaram a colocar fogo em canteiros do estabelecimento.
Manifestantes ateiam fogo em unidade do Carrefour após morte de homem. Veja!
Ouvidos pela reportagem, sem querer se identificar, eles afirmaram que suas ações foram uma resposta ao fato de um policial temporário ser um dos seguranças envolvidos no homicídio.
A Brigada Militar reagiu com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Os manifestantes carregavam faixas com os dizeres "Vidas negras importam", e cantavam "dale, Nego Beto", em referência ao apelido da vítima. Cânticos com "Carrefour assassino" também foram ouvidos.
"Moro nesse bairro e frequentava o mercado. Namoro um homem negro, meu irmão é negro. Vejo eles naquele vídeo", disse a psicóloga Mara Gomes, 30, que participou do ato.
Um angolano que vive no Brasil há 10 anos também estava presente. "É um país racista. Os próprios líderes aparecem dizendo que não existe racismo, como o vice-presidente. Isso diz muita coisa", disse Jorge Fernando, 25, assistente administrativo.
Ligado ao movimento hip hop, no projeto Embolamento Cultural, Lenon Santos, 30, diz que o episódio revela o racismo estrutural. "Estamos mais expostos à violência", disse Santos.
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