Autoridades de Saúde do Estado do Amazonas pediram na última quinta-feira (09) para que a população não saia de casa, enquanto o sistema enfrenta um possível colapso após um pico nos casos do novo coronavírus que ocupou todos os ventiladores mecânicos e leitos em unidades de tratamento intensivo na região.
Os casos confirmados do vírus chegaram a 899 no Estado, sendo 800 na capital Manaus, única cidade com unidades de tratamento intensivo (UTIs) no Amazonas. No Amazonas, as mortes chegaram a 40 na quinta, com os casos confirmados dobrando a cada 48 horas e chegando a 899, superando São Paulo como em número de casos para cada 100 mil habitantes.
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A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto, disse que as pessoas não estão prestando atenção às orientações de distanciamento social e quarentena, que tem o objetivo de impedir o funcionamento de todas as atividades e serviços não essenciais. “Ainda tem muita gente nas ruas”, disse a jornalistas.
Ela deu como exemplo famílias que colocam cadeiras na rua em frente às suas casas e fazem reuniões, e as filas de pessoas aglomeradas nos bancos incluindo as com mais de 60 anos, que fazem parte do grupo de risco.
A crise sobrecarregou os hospitais em Manaus e levou o governador a substituir o secretário de Saúde na quarta-feira.
INDÍGENAS EM RISCO
“Os casos estão concentrados em Manaus, mas quando começar a crescer no interior vai ser catastrófico, e se chegar nas comunidades indígenas será muito pior”, afirmou o deputado federal amazonense Marcelo Ramos (PL) à Reuters por telefone.
Autoridades de saúde e antropólogos alertaram para o perigo da pandemia dizimar a população de cerca de 850 mil indígenas brasileiros, muitos dos quais não têm imunidade a doenças externas e vivem em residências compartilhadas, onde o distanciamento social é inviável.
Até agora, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) reportou apenas 6 casos de coronavírus entre indígenas.
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