Funarte proíbe rock em edital de incentivo à música: "aborto e satanismo"

Na quarta-feira (22), foi divulgado o edital do Prêmio de Apoio a Bandas de Música 2020 pela Funarte (Fundação Nacional de Artes). Mas um detalhe chamou atenção: está proibido a participação de bandas de rock.

"Não poderão participar do processo seletivo bandas de música beneficiadas com recursos oriundos das emendas parlamentares e pelos órgãos estaduais de cultura nos anos de 2018 e 2019; tampouco 'fanfarras' ou 'bandas marciais' ligadas ou não a instituições do ensino regular público ou privado, 'bandas de pífanos', 'bandas de rock', 'big-bands', bem como conjuntos musicais assemelhados, conjuntos musicais de instituições religiosas, bandas militares e bandas de instituições de segurança pública", diz o edital.

O presidente da Funarte, maestro Dante Mantovani, é um velho crítico do estilo musical. Em um vídeo publicado no Youtube, ele diz que o rock "leva ao aborto e satanismo".

"O rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto. A indústria do aborto por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo. O próprio John Lennon disse que fez um pacto com o diabo", disse.

Em outro momento, ele afirma que soviéticos estavam infiltrados na CIA com finalidade de "destruir a moral burguesa da família americana". Nessa época, segundo ele, surgiu Elvis Presley, requebrando e morrendo de "overdose".

Dante Mantovani foi nomeado para o cargo em dezembro de 2019 pelo então secretário da Cultura, Roberto Alvim, que foi demitido após citar falas nazistas em um discurso oficial.