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EDUCAÇÃO

Sisu pode ser suspenso após erro em notas do Enem

O MPF (Ministério Público Federal) recomendou ao governo Jair Bolsonaro a suspensão do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O pedido foi motivado pelos erros na notas do Enem 2019.As inscrições do Sisu, que seleciona estudantes para instituições de ensino

Imagem ilustrativa da notícia Sisu pode ser suspenso após erro em notas do Enem

O MPF (Ministério Público Federal) recomendou ao governo Jair Bolsonaro a suspensão do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). O pedido foi motivado pelos erros na notas do Enem 2019.

As inscrições do Sisu, que seleciona estudantes para instituições de ensino superior, estão abertas desde terça-feira (21). O governo prorrogou o prazo, que se encerraria nesta sexta (24), até domingo (26).

O MPF requereu ao MEC (Ministério da Educação) e ao Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) nesta quarta (22) o adiamento de todo o cronograma até que seja realizada nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos. O órgão diz querer garantir a idoneidade do exame.

Procuradorias da República receberam uma enxurrada de representações de participantes que contestam o Enem. Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), são 250 queixas formais sobre a nota em todo o país. A reportagem apurou denúncias em ao menos cinco estados: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Ceará.

A movimentação colocou em alerta o ministério comandado por Abraham Weintraub e o Inep, responsável pela aplicação da prova.

Após comemorar o que, segundo ele, seria a melhor edição da história do Enem, Weintraub informou no sábado (18) que participantes receberam notas erradas. Uma falha na gráfica seria a causa do problema, mas o governo não sabe quais protocolos falharam para que o erro não fosse identificado antes da divulgação dos resultados.

O problema no Enem reacendeu rumores sobre possível saída de Weintraub. Há aliados do governo que defendem, desde o ano passado, a troca na pasta, mas o presidente Bolsonaro tem garantido a permanência dele.

Sobre o exame do ensino médio, o MEC diz que o problema atingiu 5.974 participantes. No entanto 172 mil candidatos haviam encaminhado mensagens ao Inep com queixas sobre o desempenho. As notas foram corrigidas, segundo o governo, e o problema está encerrado.

Na recomendação do MPF, o texto destaca a gravidade e amplitude dos erros e a ausência de informações sobre as causas. O órgão argumenta que não se poderia afirmar com segurança que todos os equívocos foram corrigidos.

"Processos seletivos públicos exigem a mais ampla e irrestrita transparência e publicidade, bem como mecanismos fidedignos de correção das provas, já que destes dependem a legitimidade, solidez, eficácia e credibilidade do sistema", diz a recomendação.

O prazo para o acatamento da sugestão do MPF é de 24 horas. O descumprimento pode implicar a adoção de providências administrativas e judiciais cabíveis, de acordo com a procuradoria.

A recomendação levada ao governo federal é assinada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em Minas Gerais e pela PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão).

A medida do MPF ocorreu no âmbito de procedimento autuado pelo MPF em Minas Gerais com base na queixa de candidata. A PFDC deve centralizar as providências em relação ao tema.

O MEC informou que "encaminhará, em breve, ao Ministério Público Federal os esclarecimentos solicitados".

Contra a judicialização do Enem, o Inep organizou uma força-tarefa para lidar com os processos; o órgão informou estar preparado eventuais ações judiciais.

Há preocupação com liminares (decisões provisórias) que possam interromper o processo. A equipe espera, porém, derrubá-las, a exemplo de questionamentos de outros anos.

Após assumir os erros no Enem, o governo correu para dar uma resposta rápida para o problema. O MEC divulgou email para receber queixas de estudantes e manteve o início do Sisu para terça, mas ampliou o prazo de inscrição.

O MPF questiona o prazo para os candidatos se pronunciarem por email. O canal foi apresentado no sábado e, no domingo (19) à noite, o Inep informou que só receberia queixas até as 10h do dia seguinte.

Há questionamento da Procuradoria sobre a falta de resposta aos candidatos que contestaram seus resultados e também pelo fato de as comunicações do governo terem ocorrido pelas redes sociais, o que poderia, segundo o texto, ter deixado de fora pessoas sem acesso à internet.

A estudante cearense Ana Leticia da Silva Alves, 21, foi uma das participantes que ingressaram com a representação por não concordar com sua nota. "O Inep tem de esclarecer muita coisa mesmo, e só o MPF para conseguir isso", afirma ela, que busca uma vaga na UFC (Universidade Federal do Ceará).

A UNE (União Nacional dos Estudantes) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) também acionaram o MPF.

Segundo o presidente da Ubes, Pedro Gorki, as entidades pedem indenização por danos morais aos estudantes afetados; auditoria nas investigações envolvendo os erros nas provas; e apuração sobre possível responsabilização de Weintraub e do presidente do Inep, Alexandre Lopes.

O PSOL também protocolou nesta quarta-feira no MPF do Distrito Federal representação sobre o tema. "A falta de preparo, profissionalismo e aptidão técnica culminou no cerne da presente representação: a falha no sistema de correção de milhares de provas no Enem de 2019", destaca trecho da ação.

A DPU (Defensoria Pública da União) no Distrito Federal informou que a defensora regional de direitos humanos, Larissa Pereira, encaminharia nesta terça-feira ofício para colher com o Inep informações sobre as provas que apresentaram erros, quais erros e em quais locais.

O Sisu abriu as inscrições na terça com lentidão e falhas, problemas solucionados somente à noite. Até a tarde de quarta, 1.108.434 de pessoas já haviam se inscrito no sistema, segundo o MEC. O Enem teve 3,9 milhões de participantes

A Universidade Estadual de Tocantins informou que desistiu de participar desta edição do Sisu. A instituição, que selecionaria apenas parte de seus alunos pelo sistema, alega que o Inep não respondeu acerca de problemas técnicos que a teriam deixado de fora. O MEC afirmou que a universidade não concluiu a adesão ao Sisu dentro do prazo.

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