Após ter uma de suas obras destruídas pelo deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), o desenhista Carlos Latuff será homenageado pela polícia.
A charge causou revolta, principalmente nos pesselistas. Alguns consideravam uma afronta às instituições de segurança pública. O desenho trazia um jovem negro algemado e morto a tiros, vestido com a bandeira do Brasil, enquanto um policial se afastava com armas em punho.
Mas o desagravo veio da própria polícia. Latuff foi convidado para participar do II Congresso Nacional dos Policiais Antifascismo, que será realizado na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro.
O delegado Orlando Zaccone, um dos organizadores do evento, revelou o motivo da homenagem ao colunista Chico Alves, do UOL. "Queremos rebater a fala do deputado do PSL e mostrar que a obra do Latuff não nos ofende. Nós, policiais antifascismo, entendemos que a charge contém uma crítica ao sistema de segurança operado pelo poder político e jurídico. Quem define a política de segurança não são os agentes, mas esse poder", disse.
Para Zaccone, o agente truculento também é uma vítima da sociedade. "Muitas vezes a definição dessa forma de atuar militarizada, esse genocídio da população negra, que é alvo da crítica do Latuff, também agride o próprio policial, que é jogado num ambiente muito cruel, em que expõe a própria vida", analisa o delegado. "Além disso, o fato de ele exercer funções letais faz com que fique em condição muito ruim na sua saúde mental. Ninguém fica bem no meio de uma guerra", explicou.
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