Nem bem pousou no Japão, o presidente Jair Bolsonaro fez
nesta segunda-feira (21) um rápido roteiro turístico por Tóquio, em esforço
para se adaptar ao fuso horário de 12 horas à frente do Brasil.
Em uma tentativa de saída furtiva, que acabou descoberta pela
imprensa, ele foi ao templo xintoísta Meiji, um dos mais conhecidos da capital
japonesa, onde participou de uma espécie de ritual de purificação.
Ele foi levado a uma sequência de bicas de água, onde se
costuma lavar as mãos antes de entrar na área religiosa. Um assessor
presidencial comentou com o presidente que o objetivo era se livrar do mal.
"Estou precisando, estou precisando", respondeu
Bolsonaro.
Horas antes, ao chegar ao hotel onde estava hospedado, o
presidente havia afirmado que, na crise interna de seu partido, o PSL, o
"bem venceria o mal". Bolsonaro tem protagonizado um embate com o
dirigente nacional da sigla, Luciano Bivar.
No caminho até o templo, Bolsonaro passou por barris de
bebida alcoólica e ouviu do embaixador do Brasil no Japão, Eduardo Saboia, que
é importante estimular a venda da cachaça brasileira no exterior. "Se o
Lula não conseguiu...", respondeu o presidente, em uma referência ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na saída do templo, Bolsonaro foi levado para caminhar em
uma das ruas de maior movimento da capital japonesa, a Takeshita, conhecida
como o coração da cultura pop de Tóquio.
No local, ele foi abordado pelo menos quatro vezes por
brasileiros, cumprimentado por turistas sul-americanos e tirou fotos com jovens
orientais.
A maior parte dos japoneses, no entanto, não o reconheceu e
precisou ser apresentada por auxiliares presidenciais.
"Você sabe quem eu sou?", questionou Bolsonaro a
uma adolescente oriental, que respondeu negativamente com a cabeça depois de a
pergunta ter sido traduzida por um assessor brasileiro.
Após a caminhada, o presidente, que confessa não gostar
muito de comida japonesa, foi a uma lanchonete, onde jantou com parte de sua
comitiva.
"Peixe só se for frito", comentou sobre seus
hábitos alimentares.
Ao todo, Bolsonaro ficará três dias na capital japonesa.
Nesta terça-feira (22), ele participará de cerimônia de ascensão ao trono do
novo imperador, Naruhito.
Em Tóquio, ele terá nos próximos dias reuniões bilaterais com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, além de encontros com empresários brasileiros e japoneses.
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