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AÇÕE EM SUICÍDIO

Projeto de Flávio Bolsonaro pode incentivar ações de milícias 

Em tramitação no Senado, o Projeto de Lei nº 4640, de 2019, proposto pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), tem como objetivo transformar mortes decorrentes de intervenções policiais em "suicídios" e retirar a responsabilidade sobre essas mortes dos p

Imagem ilustrativa da notícia Projeto de Flávio Bolsonaro pode incentivar ações de milícias  camera O PL é criticado até mesmo por quem "seria" beneficiado como os próprios policiais | Agência Brasil/Arquivo

Em tramitação no Senado, o Projeto de Lei nº 4640, de 2019, proposto pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), tem como objetivo transformar mortes decorrentes de intervenções policiais em "suicídios" e retirar a responsabilidade sobre essas mortes dos policiais do país, o que gerou polêmica, e segundo policiais e especialistas, pode favorecer grupos de extermínio e milícias.

Segundo anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, enquanto o número de mortes violentas caíram 10,4% entre 2017 e 2018, durante o governo do presidente Michel Temer (MDB), o número de mortos pelas polícias subiu 20%. Esses casos, atualmente, geram inquérito e podem ser apreciados por corregedorias e justiças militares e comuns de cada estado.

O projeto de Flávio Bolsonaro prevê que, ao se colocar em uma situação de confronto, um criminoso assume o risco de morte, retirando, assim, a responsabilização do policial. Policiais que poderiam ser agraciados com o PL, no entanto, criticam a proposta e apontam que, caso seja aprovada, incentivará "maus policiais", grupos de extermínio e milícias.

"Vai favorecer policiais que agem de forma ilegal dentro da instituição. Isso tende a proteger milícias, a favorecer policiais que possam agir na ilegalidade. Não vejo como valorização policial. É algo que está na linha do discurso ao ódio, do policiamento sem medida", afirma Alexandre Rocha, delegado no Distrito Federal. "

A opinião é corroborada pela tenente-coronel da reserva Cristiane Socorro Loureiro Lima, da Polícia Militar do Pará. Ela é doutora em ciências sociais e professora. "É uma total aberração jurídica", afirmou.

Ela diz acreditar que, caso seja posta em prática, a medida pode aumentar a letalidade policial, além de impulsionar práticas de grupos de extermínio e de milícias. "Armas devem ser usadas apenas para preservar vidas." Se no Brasil se comemora uma ocorrência policial com resultado de morte, isso é um total reforço dessas ações.

Segundo o "suicídio por policial" proposto por Flávio Bolsonaro, "não há crime quando o agente policial ou de segurança pública previne ou repele injusta agressão a sua vida ou a de outrem, utilizando-se de força letal contra o agente que durante ou após o cometimento de infração penal, e impossibilitado de evadir-se, se recusa a negociar ou a se entregar, e demonstra comportamento de que aceita ou assume o risco de que a situação se resolva com sua própria morte".

De acordo com a justificação do projeto, o "suicídio por policial" pode ser entendido como a situação em que um indivíduo cria, intencionalmente ou não, uma sequência de atos e ações criminosas que resultam em uma reação por parte dos agentes de segurança pública ou policiais e em que o agente criminoso aceita ou assume o risco de que a situação se resolva com o emprego de força letal.

A proposta é uma ementa que acrescenta esse artigo ao Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, do Código Penal, para prever a excludente de ilicitude designada por "suicídio por policial". Essa ementa criaria uma nova causa de excludente de antijuridicidade. A matéria está com o relator, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), desde 21 de agosto. Em votação pública no site do Senado, 92,5% dos internautas são contrários à proposta.

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