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ESCOLHA SURPREENDEU

'Acho que estou fazendo um bom casamento', diz Bolsonaro sobre indicação de PGR

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu nesta quinta-feira (5) a indicação de Augusto Aras para a chefia da Procuradoria-Geral da República e associou sua escolha a um "casamento"."Outros nomes também apareceram. Eu tinha um universo ali de poucos

Imagem ilustrativa da notícia 'Acho
que estou fazendo um bom casamento', diz Bolsonaro sobre indicação de PGR camera Roberto Jayme/TSE

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu nesta quinta-feira (5) a indicação de Augusto Aras para a chefia da Procuradoria-Geral da República e associou sua escolha a um "casamento".

"Outros nomes também apareceram. Eu tinha um universo ali de poucos para escolher. Eu acho que dei sorte, acho que escolhi o melhor, que estou fazendo um bom casamento. Na frente do padre que é o Senado, para aprovar o nome dele", afirmou.

Escolhido por Bolsonaro, Aras precisará ser aprovado em sabatina do Senado. O mandato é de dois anos, com possibilidade de reconduções sucessivas.

Uma das atribuições do PGR é investigar e denunciar políticos com foro especial, incluindo o próprio presidente da República.

Em nota, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) enfatizou que o Ministério Público Federal deve ser "independente".

Para a entidade, falas anteriores de Bolsonaro indicando que buscava alguém alinhado a ele "revelam uma compreensão absolutamente equivocada sobre a natureza das instituições em um Estado Democrático de Direito".

Nesta quinta, as declarações do presidente foram dadas para apoiadores que o esperavam na entrada do Palácio da Alvorada.

Ele desceu do carro e disse aos presentes que é preciso esperar e "dar um tempo" ao indicado para novo procurador-geral.

"O universo [de candidatos] era pequeno e eu tinha que escolher. O pessoal fica radical, [dizendo que] tem que botar um cara da Lava Jato. Tudo bem, então o cara é radical e quer acabar com a corrupção. Mas é um cara que é xiita na questão ambiental", disse o presidente.

Em outro momento, ele revelou que havia tanto pressão pela recondução de Raquel Dodge ao posto quanto pela indicação do chefe da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para o comando da instituição.

"A Raquel Dodge estava na fita, ontem [quarta] teve o problema [o grupo de trabalho da Lava Jato na PGR fez um pedido de demissão em protesto à titular do órgão]. Eu não vou acusá-la de nada", declarou o presidente.

Bolsonaro criticou duramente o chefe da força-tarefa da Lava Jato. "O Dallagnol é outro também, rolou uma pressão para colocá-lo. Alguém sabe a vida de Dallagnol no tocante à ideologia de gênero, família, questão ambiental? E ficam enchendo o meu saco e dando palpite", acrescentou.

Ele não deu mais detalhes sobre suas críticas a Dallagnol, mas recentemente a página oficial do presidente no Facebook compartilhou uma publicação que chama o procurador de "esquerdista estilo PSOL".

A escolha de Bolsonaro desagradou a grupos de direita e apoiadores do presidente. No passado, Aras se manifestou favoravelmente a algumas teses ligadas à esquerda -conforme o jornal Folha de S.Paulo mostrou, ele já citou slogan do ex-presidente Lula em entrevista em 2016.

Nos últimos meses, no entanto, Aras assumiu perfil conservador e demonstrou alinhamento com as ideias defendidas por Bolsonaro -entre elas, a questão ambiental, a defesa do excludente de ilicitude para proprietários rurais que atirarem em invasores de suas terras e a oposição à decisão do STF de criminalizar a homofobia.

Aras adiantou que esse perfil conservador também deve nortear a ocupação dos cargos de segundo escalão. Bolsonaro, por sua vez, citou como "bom sinal" o fato do subprocurador já ter sido criticado por veículos de imprensa.

"Sinal de que a indicação nossa é boa. Uma das coisas conversadas com ele, já era a sua praxe, é na questão ambiental. O respeito ao produtor rural e também o casamento da preservação do meio ambiente com o produtor."

As críticas à escolha de Aras também vieram de procuradores do Ministério Público Federal, incluindo integrantes da Operação Lava Jato. O alinhamento com o presidente gera temores quanto à independência da PGR em relação ao governo.

Pela primeira vez em 16 anos, o novo PGR não figurou na lista tríplice escolhida em eleição interna da associação nacional de procuradores -hipótese que já era adiantada por Bolsonaro desde o começo do processo de sucessão.

Aras se lançou oficialmente à corrida pela PGR em abril deste ano, quando, em entrevista à Folha de S.Paulo, foi o primeiro candidato a admitir publicamente que disputava o cargo por fora da lista tríplice -o que lhe rendeu críticas de colegas, que veem na eleição interna uma forma de garantir a independência da instituição em relação do Poder Executivo.

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