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SAÚDE INTELECTUAL

Retirada de likes não vai resolver o problema da baixa autoestima

Esta semana, o Instagram retirou o número de curtidas em fotos e vídeos dos usuários no Brasil. A ação é um teste que busca diminuir a competição entre os seguidores e mudar o foco do usuário nos conteúdos que são compartilhados.Em nota oficial, a empresa

Imagem ilustrativa da notícia Retirada de likes não vai resolver o problema da baixa autoestima camera Agência Brasil

Esta semana, o Instagram retirou o número de curtidas em fotos e vídeos dos usuários no Brasil. A ação é um teste que busca diminuir a competição entre os seguidores e mudar o foco do usuário nos conteúdos que são compartilhados.

Em nota oficial, a empresa explicou o motivo da atitude que tem dividido opiniões. “Não queremos que as pessoas sintam que estão em uma competição dentro do Instagram e nossa expectativa é entender se uma mudança desse tipo poderia ajudar as pessoas a focar menos nas curtidas e mais em contar suas histórias”.

A discussão sobre o assunto gerou diversos posts sobre o assunto no próprio Instagram, levantando uma discussão sobre o abalo social e comportamental das curtidas na vida das pessoas.

Para o psicólogo do Hapvida, Fabrício Vieira, estudos apontam que atualmente receber likes pode ter o efeito de dopamina no organismo, ou seja, a liberação do hormônio do prazer e ao mesmo tempo está ligado a depressão. “Sob o olhar da Psicologia, podemos fazer um paralelo com uma observação feita por Skinner, que elencou cinco práticas da sociedade moderna que visa o prazer e consequentemente está ligada a depressão. Uma dessas práticas é o forçamento excessivo de comportamentos “passivos”, ou seja, deslizar o feed do Facebook ou do Instagram, dar biscoitos (gíria para dar curtidas) são comportamentos atraentes, cativantes, curiosos, divertidos, gostosos e encantadores. No entanto esses comportamentos não reforçam mais que olhar, saborear, assistir, ler e ouvir sentado no sofá ou deitado na cama. Além disso, receber curtidas significa aprovação e é um sistema de recompensa. Existem ainda vários estudos que falam dos efeitos que isso causa em nosso cérebro, como por exemplo a liberação de dopamina, hormônio ligado ao prazer”.

Para o especialista, o comportamento dos usuários aponta uma grande movimentação para obter cada vez curtidas. “Esta movimentação chega ao ponto de um usuário apagar uma foto porque não obteve curtidas ‘suficientes’ e gerar notícias. E fazem isso da forma mais óbvia, compartilhando uma estética construída para parecer real e desejável. Isso se traduz em padrões de corpo, estilo de vida, alimentação, etc, que é inalcançável para a maioria das pessoas. Em paralelo existem ainda pessoas que ganham dinheiro com likes. Os influencers digitais têm a capacidade de atrair o interesse de empresas em vincular publicidade em suas contas, ou até mesmo vendem seus produtos e serviços. Quanto mais curtidas, maior o alcance e maior a possibilidade de gerar renda e prestígio”

Para o psicólogo, as redes sociais já começam a entender que seus espaços devem ser um local para as pessoas se expressarem, e não um concurso de popularidade, mas acredita que a medida não acabará com os problemas de baixa autoestima gerados. “Acredito que além disso, a iniciativa do Instagram pretende deixar o ambiente menos tóxico e competitivo. Remover a economia de likes não acabará com os problemas que a rede social causa em pessoas com baixa autoestima, nem irá favorecer aqueles que usam a comparação social de maneira insalubre”.

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