“Filho emocionalmente saudável requer pais na mesma frequência”. É o que alerta a terapeuta integrativa, habilitada em Constelação Familiar e Hipnose, Carmen Sisnando.
Segundo Carmen, saúde emocional é um bem-estar em relação a
si mesmo, a qualidade das relações e a capacidade de enfrentar conflitos e de
se reconstruir de fracassos.
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“Não é a ausência de problemas e sim a forma como reagir a esse estresse, portanto, estimular na criança o desenvolvimento da mente positiva, autoconfiança, amor à vida, aprendizagem de novas coisas a cada dia, rir e crescer com os próprios erros e adversidades é o melhor caminho”, explica a especialista.
Carmen destaca ainda a importância de buscar o caminho da mente saudável para assegurar o ambiente equilibrado e seguro. “Ninguém nasce adulto e ninguém vive no futuro, todos somos uma construção diário de amor”.
Segundo a terapeuta, cada fase demanda novas habilidades por parte dos pais, resultando na insegurança se estão ou não pelo caminho certo. No entanto, ela enfatiza que o processo de aprendizagem ocorre a todo momento, por meio das vivências do dia-a-dia e da exploração do mundo em descoberta, através dos sentidos (cheirando, tocando, saboreando, sentindo, ouvindo).
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“É o momento onde o adulto tem grande importância ao orientar e estimular a criança, respeitando os limites da faixa etária. Os adultos são os modelos a serem espelhados porque, mesmo sem querer ensinar, o processo está acontecendo por meio da observação, que é perceptível na reprodução da fala, gestos e atitudes da criança. A formação moral, o respeito ao outro e o convívio social é de responsabilidade do núcleo afetivo. Em seguida, vem o conhecimento formal e sistematizado que deve ser uma continuidade dos valores constituído na formação moral”, explica.
Mas, afinal, como proporcionar ao filho uma educação de qualidade, que os ajude a serem mais felizes e emocionalmente bem-sucedidos
Segundo a terapeuta, normalmente a felicidade é medida pelo que é visto ou quantificado, no entanto, para ela, trata-se de “um sentimento interno, uno, incomparável e imensurável”.
“O que faz uma pessoa feliz certamente não é o mesmo para outra. Nessa linha, a educação de qualidade é aquela em que respeita-se o outro em suas escolhas”, destaca.
Aos pais, segundo a terapeuta, fica a difícil arte de mostrar possibilidades sem imposição e saber que os sentimentos de frustração, perda e decepção precisam ser vivenciados para o fortalecimento emocional do filho. “Os filhos precisam ter, nos pais, o porto seguro para voltar, recarregar as forças, seguir e voltar, sempre”, ressalta.
Para Carmen, não há uma receita pronta de como educar melhor os filhos, no entanto, ela destaca a necessidade do bom senso e da paciência para educar com amor.
“Ao nascer, a criança é totalmente dependente dos adultos e as necessidades básicas precisam ser atendidas plenamente. Passado esse momento de dependência, considero a regra básica estimular a autonomia e independência dos filhos, com regras e limites, respeitando a faixa etária e a individualidade de cada um”, orienta.
A terapeuta recomenda a sincronia entre os pais, principalmente entre os divorciados, na construção das regras e limites que evitam a confusão mental dos filhos e a “criação” do bonzinho (aquele que tudo permite) e o malzinho (que exige o cumprimento).
“Os pais precisam dialogar sobre a educação dos filhos, evitar as divergências e desautorizações para que não se desconstitua a autoridade e, sobretudo, os pais precisam dar exemplo e viver dentro das normas acordadas. Os pais que respeitam um ao outro, educam os filhos para respeitar o outro e as relações tornam-se harmoniosas”, explica.
Reportagem: Andressa Ferreira
Multimídia: Gabriel Caldas
Edição: Enderson Oliveira
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